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Como são as provas da segunda fase da Unicamp?

Saiba o que as questões de cada disciplina costumam abordar nessa etapa decisiva do vestibular

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As provas da segunda fase da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) têm questões discursivas, com uma parte comum para todos os candidatos e uma parte diversificada, de acordo com a área de conhecimento do curso escolhido (Ciências Biológicas/Saúde; Ciências Exatas/Tecnológicas, Ciências Humanas/Artes).

Neste post, vamos explicar como estão organizados os exames e o que as questões de cada disciplina costumam abordar.

Como são divididas as provas da segunda fase da Unicamp?

No primeiro dia, as provas comuns a todos os candidatos são:

  • Redação (composta por duas propostas de textos para o candidato escolher e executar apenas uma).
  • Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa, com 6 questões.
  • Prova interdisciplinar com 2 questões interdisciplinares de Língua Inglesa e 2 interdisciplinares de Ciências da Natureza.

No segundo dia, as provas comuns a todos os candidatos são:

  • Prova interdisciplinar com 2 questões de Ciências Humanas.

Já as provas de conhecimentos específicos do segundo dia variam conforme a área da opção de curso do candidato:

  • Ciências Biológicas/Saúde: 4 questões de Matemática, 8 questões de Biologia e 6 questões de Química.
  • Ciências Exatas/Tecnológicas: 6 questões de Matemática, 6 questões de Física e 6 questões de Química.
  • Ciências Humanas/Artes: 4 questões de Matemática, 6 questões de Geografia e 6 questões de História, 1 questão de Filosofia e 1 questão de Sociologia.

O que cai nas provas da segunda fase da Unicamp?

Confira como são os exames por disciplina:

Matemática 

Se você tiver que escolher três conteúdos para priorizar nessa reta final, os que tiveram maior incidência nos últimos anos na segunda fase da Unicamp foram trigonometria, funções e polinômios. Em linhas mais gerais, para aumentar suas chances de gabaritar, vale a pena revisar os conteúdos de geometria plana, geometria espacial, matrizes, geometria analítica e sistemas lineares. Também não deixe de fora probabilidade, análise combinatória, percentual e análise de gráficos ou tabelas.

Como a mescla de conteúdos é uma característica da prova da Unicamp, é importante ter domínio de porcentagem, razão, proporção e progressões além dos assuntos citados anteriormente.

Biologia

As questões da segunda fase da Unicamp abarcam diversos tópicos. Com enunciados divididos em alternativas “a” e “b” e uma grande interdisciplinaridade, cobrando inúmeros temas por alternativa, as questões exigem do aluno uma boa capacidade de análise crítica, assim como de leitura de diagramas e gráficos.

Além da alta carga teórica, a prova costuma oferecer abertura em seus comandos para que o vestibulando tenha diferentes opções de solução. Com frases como “cite duas/ pelo menos três/ uma provável justificativa”, o aluno tem mais espaço para elaborar sua resposta . Alguns temas que surgem com maior frequência incluem Ecologia (com ênfase em impactos ambientais), botânica, genética, microbiologia, fisiologia humana e animal comparada.

Química 

As questões costumam ter um enunciado curto, seguido de duas perguntas. Elas trazem, em sua maioria, recursos visuais, como tabelas, imagens e esquemas.

A prova apresenta temas bem variados, o que exige uma base sólida em Química. Além disso, é comum cada uma das questões do exercício (letras a e b) trazer o assunto do enunciado da questão, mas fazendo perguntas que envolvam diferentes áreas da Química.

Por exemplo, você pode ser apresentado a uma reação orgânica e, na primeira pergunta, ser indagado sobre a solubilidade de uma das moléculas em água; mas, na segunda, o tema principal pode ser termoquímica, o que requer calcular a variação de entalpia da reação.

Apesar da grande variedade de assuntos, um tema que se repete são os impactos ambientais de diferentes reações, moléculas e fontes de energia. Portanto, é bom dar uma atenção à química ambiental. Também vale rever eletroquímica.

🔍 Veja também o Guia prático do vestibular da Unicamp, com tudo o que você precisa saber sobre o processo seletivo: como é a redação, obras de leitura obrigatória e mais!

Física 

De maneira geral, as questões de Física na segunda fase da Unicamp são bem distribuídas: nos últimos anos, a prova trouxe questões de diversas áreas da disciplina, com destaque para cinemática, termologia, trabalho e energia, dinâmica e quantidade de movimento.

Em cinemática, a Unicamp já cobrou muitas vezes a definição matemática de velocidade média. Na termologia, a calorimetria apareceu bastante, tanto para trocas de calor com variação de temperatura quanto para trocas com mudança de estado físico.

A área de trabalho e energia deu as caras em várias de suas abordagens: a definição geral de trabalho, cálculos de energia mecânica, o teorema trabalho-energia e também sistemas conservativos.

Na dinâmica, tivemos várias questões envolvendo as leis de Newton, força de atrito e força centrípeta (juntamente com questões sobre a parte cinemática do movimento circular).

As questões de quantidade de movimento também abordaram diversos conceitos, como a definição de quantidade de movimento, o teorema do impulso e a conservação da quantidade de movimento.

Além disso, muitas questões, de várias áreas da Física, cobraram o conceito de potência em suas mais diversas formas. Afinal, potência é uma taxa de transformação de energia, podendo envolver todos os tipos de energia.

Sobre as questões em si, é comum que elas sejam divididas em itens e também abordar mais de um assunto. Em muitos casos, o enunciado traz algum conteúdo diferente do que costuma ser visto no ensino médio, como a Lei de Hubble. No entanto, a própria questão fornece o contexto básico e as fórmulas necessárias, o que exige bastante interpretação.

Geografia

A prova, no decorrer dos últimos anos, seguiu um padrão na estrutura das questões: traz um texto de apoio, um breve enunciado e duas perguntas divididas entre a e b. Além disso, mapas, gráficos, esquemas e tabelas costumam estar presentes, apontando para a importância de saber interpretar e analisar esses subsídios.

As perguntas também costumam exigir do estudante a habilidade de relacionar diferentes fatores do espaço geográfico. Contudo, essa prova pode ser considerada conteudista, ou seja, com a cobrança frequente de definições e conceitos de processos e fenômenos geográficos.

Já trouxe, por exemplo, perguntas como "O que é transição energética e o que significa descarbonização da economia? […]" e "Diferencie epidemia, pandemia e sindemia […]". Assim, uma dica valiosa é dar atenção aos conceitos e tentar relacioná-los com o texto de apoio.

A prova também costuma cobrar a análise de grandes assuntos e problemáticas da atualidade, principalmente aqueles que envolvem geopolítica, por isso, mantenha-se atualizado!

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História

A prova de História da Unicamp pede para relacionar eventos e períodos históricos diferentes, articulando passado e presente exigindo uma reflexão.

Outra característica é que as questões quase sempre têm mais de um comando, que vai desde “citar características de determinado momento histórico” até “fazer relações entre o texto base e o conhecimento que o aluno tem daquele conteúdo”. Assim, possuem uma parte conteudista e outra analítica.

Já em relação à incidência dos temas, a prova é muito parecida com o Enem, dividida em conteúdos de História Geral e do Brasil. Os conteúdos de História do Brasil abordam principalmente a estrutura social e política brasileira (independente de ser do período colonial, monárquico ou republicano), com maior foco no Segundo Reinado, República Oligárquica e Era Vargas.

Vale destacar que a História regional de São Paulo não é um conteúdo muito frequente na prova, pois há uma certa preferência por conteúdos interdisciplinares, que relacionam a História do Brasil com eventos recentes.

Enquanto os conteúdos de História global são abrangentes, incluindo os clássicos de cada período, como Grécia Antiga (Idade Antiga), colonização da América (Idade Moderna), revoluções Burguesas na Europa e ideologias políticas (Idade Contemporânea).

Sociologia

A Unicamp espera que o vestibulando desenvolva o raciocínio sociológico, a sistematização de evidências e informações, a análise de situações que competem a vida cotidiana, aos valores e as condutas individuais e coletivas, além de problematizar as formas de preconceito e desigualdades na elaboração de respostas descritivas, expositivas e argumentativas. 

Para isso, o conteúdo programático é separado em conceitos fundamentais e de dimensões sociais. 

Entre os conceitos fundamentais, espera-se conteúdos no tocante a: 

  • O indivíduo como ser social; a inserção em grupos sociais: família, escola, vizinhança, trabalho; relações e interações sociais; sociabilidade e socialização.
  • Diferença e desigualdade: Etnias, raça; classes sociais; gênero; geração.
  • Cultura e poder: democracia, Estado, políticas públicas, luta por direitos, movimentos sociais, violência, globalização, consumo e hábitos culturais.
  • Trabalho e política: renda, produção e circulação de mercadorias, populações e capital, organização e relações de trabalho, tecnologia.

Para as dimensões sociais, os conteúdos são: 

  • Emprego, trabalho e renda vistos em diferentes espaços, escalas e tempos, associando-os a processos de estratificação e desigualdade socioeconômica e caracterizar e analisar os impactos das transformações tecnológicas nas relações sociais e de trabalho próprias do mundo contemporâneo.
  • Relações entre grupos, povos e sociedades com a natureza, observando impactos socioeconômicos, ambientais e culturais para diferentes populações. A relação entre cultura, meio ambiente e sustentabilidade. Produção, distribuição e consumo e seus impactos econômicos e socioambientais.
  • Cultura e comunicação de massa: música, televisão, internet, cinema, artes, literatura; estilos de vida e sociabilidades.
  • Demandas por direitos e protagonismos políticos, sociais e culturais de grupos historicamente marginalizados, tais como povos indígenas, mulheres, pretos, pardos, quilombolas e LGBTQIA+.
  • Dinâmicas sociais, culturais e econômicas na base dos variados fenômenos da violência.

Filosofia

Filosofia segue a mesma situação de Sociologia, com uma questão específica de Filosofia pela primeira vez na segunda fase da Unicamp 2024. Assim, da mesma forma, também não há um histórico do que já foi cobrado em anos anteriores. Então, vamos nos basear no edital - vamos lá?! 

As habilidades exigidas para a prova de Filosofia são: análise dos textos filosóficos levando em consideração o período histórico, contexto filosófico e as teses apresentadas; a compreensão e interpretação crítica de textos filosóficos e a relação com questões contemporâneas; a comparação entre distintas abordagens filosóficas; e a elaboração de respostas descritivas, expositivas e argumentativas. 

Para tanto, os seguintes conceitos básicos compreendem o conteúdo programático da prova de Filosofia: 

  • Fundamentos da ética e formação de sujeitos éticos. Temas e conceitos: virtude, dever, autonomia, moral, juízo moral, consciência moral, educação moral, felicidade, justiça, solidariedade, cuidado, dignidade, responsabilidade, respeito, diálogo, sentimento moral, paixões, princípio racional, universalismo, relativismo e relação entre ética e política.
  • Fundamentos da política e formação de sujeitos políticos. Temas e conceitos: democracia, liberalismo, republicanismo, marxismo, autoritarismo, totalitarismo, contrato social, justiça, igualdade, liberdade, reconhecimento, tolerância, cidadania, pluralidade, Direitos Humanos, poder, violência, educação política, representação política, participação política, soberania, soberania popular, gênero, raça, classe, etnia e relação entre política e ética.

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Lisandra Matias

Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

Ver mais artigos de Lisandra Matias >

Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

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