Física

Saiba tudo sobre força centrípeta e centrífuga

Você provavelmente já ouviu falar em força centrípeta e em força centrífuga. Talvez até tenha pensado que se tratam de uma única coisa. Descubra o que significa cada um desses termos e veja onde se encaixam nos movimentos circulares!

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Você sabia que movimento circular é o tópico de cinemática mais cobrado na prova do Enem? O Aprova Total preparou um texto completo para te ajudar nos estudos. Chamamos de força centrípeta toda força responsável por provocar e manter a trajetória circular de um movimento. Já que toda força resultante não nula causa uma aceleração, não poderia ser diferente com a força centrípeta: ela causa uma aceleração conhecida como aceleração centrípeta.

Por existir uma aceleração, a velocidade de um corpo em movimento circular está variando. Mas... E quanto aos movimentos circulares que são uniformes? A velocidade não permanece constante nesse tipo de movimento já que sempre haverá uma aceleração?

Bom, mais ou menos! A velocidade varia em um movimento circular uniforme. E varia o tempo todo! Você vai compreender o que é, de fato, essa tal força centrípeta e de que maneira ela varia a velocidade de um corpo. Em seguida, você irá aprender também o que é a famigerada força centrífuga.

Força centrípeta e centrífuga

Preparado(a)? Então coloca um sangue nesse olho e se segure firme para não sair pela tangente!

Força centrípeta e aceleração centrípeta

Sabemos, de acordo com as Leis de Newton, que relacionamos o módulo da força resultante sobre um corpo com a aceleração que o mesmo adquire através da seguinte equação:

Em que m é a massa do corpo em kg.

Sabemos também, da cinemática de um movimento circular, que calculamos o módulo da aceleração centrípeta da seguinte forma:

Sendo v o módulo da velocidade do corpo, em m/s, e R o valor do raio da trajetória, em metros.

Em um movimento circular uniforme, a força resultante corresponde à força centrípeta. Logo, a aceleração é a aceleração centrípeta. Dessa forma, substituindo a equação acima na primeira equação, obtemos a fórmula da força centrípeta:

É importante reforçar que essa velocidade é uma velocidade tangencial, ou velocidade linear, aquela associada a uma variação de espaço (e não de ângulo).

Força centrípeta provoca variação da velocidade

Primeiramente, vamos nos lembrar que a velocidade é uma grandeza vetorial. Dessa forma, ela possui módulo, direção e sentido. Quando estudamos movimentos unidimensionais, isto é, que ocorrem em uma única direção, havendo uma aceleração, há uma força tangencial.

Forças tangenciais têm a mesma direção da velocidade de um corpo (podendo ter sentido contrário). Elas alteram o módulo dessa velocidade, fazendo com que o corpo fique mais lento ou mais veloz. No entanto, essas forças não alteram a direção da velocidade.

Como a velocidade possui também direção e sentido, podemos variar o vetor velocidade se variarmos sua direção e/ou seu sentido. Dessa forma, não é necessário alterar o seu módulo para isso. E é uma força centrípeta que altera a direção e/ou o sentido do vetor velocidade.

A força centrípeta tem esse nome porque aponta para o centro da trajetória circular. Como a velocidade do corpo é tangente à trajetória, a força centrípeta é sempre perpendicular à velocidade.

Perceba que, como o movimento é circular, a velocidade está variando o tempo inteiro!

Representação de um movimento circular uniforme. A imagem mostra um objeto esférico realizando uma trajetória circular em três instantes (A, B e C). Em cada um deles, é indicado o vetor força centrípeta apontando para o centro da trajetória e o vetor velocidade, tangenciando a trajetória. Os vetores força centrípeta e velocidade são sempre perpendiculares entre si. Há também uma seta no sentido horário, indicando que o objeto se move nesse sentido.
Corpo executando um movimento circular, submetido a uma força centrípeta.

A imagem acima mostra um objeto descrevendo um movimento circular em três instantes: A, B e C. Em todos esses instantes, podemos ver os vetores velocidade e força centrípeta. Já que os vetores velocidade têm o mesmo tamanho, podemos concluir que se trata de um movimento circular uniforme (aquele movimento circular em que a velocidade angular é constante).

O que exatamente é essa tal força centrípeta?

Em síntese, a força centrípeta é uma componente de força que é direcionada ao centro de uma trajetória circular, seja qual for a origem dessa força.

Não existe uma única manifestação da força centrípeta. Ela pode aparecer de diferentes formas: pode corresponder à força gravitacional entre dois corpos (se pudermos considerar a órbita circular), pode ser a força de atrito que segura um automóvel realizando uma curva, a força de tensão que segura um objeto girando sobre uma mesa... Assim como também pode ser a resultante de outras forças presentes! Há muitas manifestações de força centrípeta que costumam dar as caras nos vestibulares.

A imagem mostra um motociclista dando voltas em um "globo da morte". Há uma representação de sua trajetória em uma volta vertical, sendo que ele se encontra no ponto mais alto do globo. Há também a representação do vetor força centrípeta e do vetor aceleração centrípeta, ambos apontando de cima para baixo.
Globos da morte são exemplos muito recorrentes de situações onde há força centrípeta. No ponto mais alto da trajetória, a força centrípeta aponta para baixo.

Em muitos dos casos, você precisará realizar somas vetoriais para obter a força centrípeta.

Ao realizar uma trajetória circular, os carros são submetidos a uma força centrípeta
Ao realizar uma trajetória circular, os carros são submetidos a uma força centrípeta (Imagem: Adobe Stock)

E onde a força centrífuga se encaixa nessa história?

Você já deve ter ouvido falar em força centrífuga. Usamos, por exemplo, centrífugas de roupas ou o modo "centrifugar" de máquinas de lavar para auxiliar a secagem de nossas roupas. Mas o que é essa tal "força centrífuga"?

Para entender o que é isso, vamos primeiro entender o que é um referencial inercial: é algum referencial que se encontre em repouso ou em movimento retilíneo e uniforme. Em outras palavras, é um referencial não-acelerado.

Um ônibus se movendo em movimento retilíneo e uniforme por uma estrada é um referencial inercial. Se, no entanto, o motorista frear, o ônibus estará sofrendo uma aceleração (que, no caso, se trata de uma frenagem). A partir daí, ele se tornará um referencial não-inercial.

Se você já esteve num ônibus e o motorista freou bruscamente, você deve ter sentido a importância de usar cinto de segurança: provavelmente você foi para a frente com tudo! Do seu ponto de vista, é como se alguma coisa tivesse, subitamente, te empurrado para a frente. Do ponto de vista de um observador externo, fora do ônibus, não foi a ação de uma força que fez com que você fosse para a frente: foi a inércia. Você estava em movimento e, com a frenagem do ônibus, por inércia, continuou em seu estado de movimento.

Assim, essa "força" que sentimos durante uma frenagem é uma força que só é experimentada quando nos encontramos em referenciais não-inerciais. Tais forças são conhecidas como forças fictícias, ou pseudoforças. A força centrífuga é um exemplo de pseudoforça. Elas surgem somente quando se está em um referencial em movimento circular.

Por exemplo: quando estamos dentro de um carro e o carro faz uma curva, nos sentimos "jogados" pra fora do carro (novamente, a importância de usar cinto de segurança). Para nós, é como se estivéssemos experimentando um tipo de força que nos jogasse para fora. Para um observador externo, é apenas um efeito da inércia.

Qual é, afinal, a diferença entre força centrípeta e força centrífuga?

Ambas possuem várias diferenças entre si. Força centrípeta se refere a uma força presente em movimentos circulares, responsável por alterar a direção e/ou o sentido da velocidade linear.

Força centrífuga é uma pseudoforça que ocorre em um referencial não-inercial que se encontra em rotação e é um efeito decorrente da inércia.

Do ponto de vista de um referencial inercial, não existe força centrífuga! A física é incrível mesmo, não é?!

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Nicolas Castro Macuco

Analista pedagógico no Aprova Total. Licenciando em Física pela UFSC, trabalha com a disciplina para Enem e vestibulares desde 2018.

Ver mais artigos de Nicolas Castro Macuco >

Analista pedagógico no Aprova Total. Licenciando em Física pela UFSC, trabalha com a disciplina para Enem e vestibulares desde 2018.

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