História no Enem: quais temas se destacam na prova?
Estudar para a disciplina envolve paciência e bastante leitura, mas saber quais assuntos mais aparecem no exame é um ponto de partida importante

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Quais são os assuntos de História que mais caem no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)? Se você sempre se faz essa pergunta antes de preparar sua rotina de estudos, podemos dizer que é um ponto de partida muito inteligente. Afinal, muitos temas estão presentes na prova, no entanto, alguns deles aparecem com mais frequência e devem ficar no seu radar para 2023.
Entre os destaques, estão Idade Moderna e Brasil Colônia, com vários fatos que aconteceram simultaneamente - a exemplo das Grandes Navegações e do encontro cultural entre europeus e povos indígenas. A Era Vargas é outro tema recorrente, além de reflexões que unem atualidades e os principais acontecimentos do século 21 com fatos do passado. Idade Média, Brasil monárquico e escravidão também aparecem nas questões.
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Assuntos de história que mais caem no Enem
Todo ano, o time do Aprova Total atualiza o relatório com a análise de incidência dos temas mais recorrentes no Enem. O documento se baseia nas aplicações regulares dos últimos oito anos da prova e tem informações de cada disciplina. Veja o gráfico de História:

Além de conhecer quais assuntos de História mais caem no Enem, é importante se atentar à estrutura da prova. As questões frequentemente cobram a relação entre diferentes períodos e conceitos históricos, por isso, dominar esses processos é essencial para a interpretação dos textos e das alternativas.
Estudar história envolve paciência e bastante leitura, assim como a elaboração de esquemas ou mapas mentais para estudo. As linhas do tempo e os resumos, por exemplo, também são recursos que tornam mais fácil a revisão dos conteúdos.
O gráfico mostra que os top 5 temas mais presentes na prova são: Idade Moderna e século 21 com 15,6%; Brasil Colônia com 12,2%; Estado Novo e Populismo com 11,1%; e Idade Média com 10%. Vamos a eles?
1. Idade Moderna
A Idade Moderna é pano de fundo para diversos conteúdos, incluindo Brasil Colônia. Mas, no geral, estamos falando de conteúdos como colonização da América, Absolutismo, Mercantilismo e Grandes Navegações.
São assuntos bastante interligados, veja: as Grandes Navegações auxiliaram no desenvolvimento do Mercantilismo que, por sua vez, era dependente do Absolutismo. Como consequência, surgem os empreendimentos coloniais na América.
Todo esse contexto também se relaciona ao Brasil Colônia e chega a temas como o processo de colonização do território brasileiro, o mercado escravocrata e os ciclos econômicos. Portanto, é essencial compreender que Idade Moderna não é apenas um único assunto cobrado no Enem, mas representa um momento histórico que influencia diversos episódios.
Questão sobre Idade Moderna
(Enem PPL 2021) Alguns escravos morreram em consequência da violência essencial à sua captura na África, muitos outros nas jornadas entre os lugares que habitavam no interior e os portos dos oceanos Atlântico e Índico, ou enquanto aguardavam o embarque, muito mais ainda no mar, outros nos mercados de escravos brasileiros, e mais ainda durante o processo de ajustamento físico e mental ao sistema escravista no Brasil.
CONRAD, R. E. Tumbeiros: o tráfico de escravos para o Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1985.
As formas de violência relacionadas ao tráfico negreiro no Brasil colonial destacadas no texto derivam da
a) intensificação do expansionismo ultramarino.
b) exploração das atividades indígenas.
c) supressão da catequese jesuítica.
d) extinção dos contratos comerciais.
e) contração da economia ibérica.
Resposta: A
O tráfico transatlântico de escravizados, iniciado pelos portugueses, intensificou a escravização de africanos de uma forma nunca vista até então. A escravidão, antes conjuntural, se tornou sistemática.
2. Século 21
Frequentemente, entre os assuntos de História que mais caem no Enem, aparecem questões relacionadas à historiografia, ou seja, a forma como escrevemos a História. Elas costumam ser comparativas, relacionando diferentes períodos ou processos históricos, e cobram do aluno a capacidade de analisar semelhanças e diferenças entre essas fontes.
Na maioria das vezes, pede-se a explicação de acontecimentos recentes, como questões sociais, políticas ou econômicas. É dessa maneira que as atualidades são cobradas na prova de História. Absorver esse conteúdo ajuda na hora da redação e serve como conhecimento extra na hora de construir seus argumentos.
Questão sobre historiografia
(Enem 2020) A reabilitação da biografia histórica integrou as aquisições da história social e cultural, oferecendo aos diferentes atores históricos uma importância diferenciada, distinta, individual. Mas não se tratava mais de fazer, simplesmente, a história dos grandes nomes, em formato hagiográfico – quase uma vida de santo –, sem problemas, nem máculas. Mas de examinar os atores (ou o ator) célebres ou não, como testemunhas, como reflexos, como reveladores de uma época.”
DEL PRIORE, M. Biografia: quando o indivíduo encontra a história. Topoi, n. 19 jul./dez. 2009.
De acordo com o texto, novos estudos têm valorizado a história do indivíduo, por se constituir como possibilidade de
a) adesão ao método positivista.
b) expressão do papel das elites.
c) resgate das narrativas heroicas.
d) acesso ao cotidiano das comunidades.
e) interpretação das manifestações do divino.
Resposta: D
As bibliografias se tornaram importantes estudos de períodos históricos, com questões sobre o cotidiano de determinados atores. Ao examinar suas vidas, então, podemos entender o contexto mais amplo em que viveram.
3. Brasil Colônia
As questões relacionadas ao Brasil Colônia abordam o contexto da Idade Moderna e a realidade presente no Brasil da época. Por exemplo: a cultura dos povos africanos trazidos como escravos às Américas, as populações originárias americanas e seus conflitos com os europeus, a formação do território brasileiro, seus ciclos econômicos a política na colônia são os principais conteúdos lembrados.
Questão sobre Brasil Colônia
(Enem 2021) De um lado, ancorados pela prática médica europeia, por outro, pela terapêutica indígena, com seu amplo uso da flora nativa, os jesuítas foram os reais iniciadores do exercício de uma medicina híbrida que se tomou marca do Brasil colonial. Alguns religiosos vinham de Portugal já versados nas artes de curar, mas a maioria aprendeu na prática diária as funções que deveriam ser atribuídas a um físico, cirurgião, barbeiro ou boticário.
GURGEL, C. Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos. São Paulo: Contexto, 2010 (adaptado).
Conforme o texto, o que caracteriza a construção da prática medicinal descrita é a e adoção de rituais místicos.
a) adoção de rituais místicos.
b) rejeição dos dogmas cristãos.
c) superação da tradição popular.
d) imposição da farmacologia nativa.
e) conjugação de saberes empíricos.
Resposta: [E]
O texto mostra como a prática - tanto científica quanto a terapêutica indígena - fez parte da construção de um conhecimento médico pautado na união de experiências distintas.
4. Estado Novo e Populismo
O tema engloba os 15 anos (1930 - 1945) do primeiro governo e da ditadura de Getúlio Vargas, os 19 anos seguintes de República no Brasil e o começo da Ditadura Civil-Militar (1945 - 1964).
Aqui, destacamos a importância de conteúdos relacionados à figura de Getúlio Vargas, que é lembrado de maneira controversa, realçando a dualidade política de seus governos – ora constitucionais, ora ditatoriais.
Além disso, as transformações sociais que ocorreram no Brasil nesse período devem ser consideradas. Sejam as políticas nacionais e trabalhistas de Vargas ou os planos desenvolvimentistas de Juscelino Kubitschek, a mudança socioeconômica do país é um tema-chave deste período.
Questão sobre Estado Novo e Populismo
(Enem 2022) Decreto-Lei n. 1949, de 27/12/1937
Art. 1º Fica criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), diretamente subordinado ao presidente da República.
Art. 2º O DIP tem por fim:
h) coordenar e incentivar as relações da imprensa com os poderes públicos no sentido de maior aproximação da mesma com os fatos que se ligam aos interesses nacionais;
n) autorizar mensalmente a devolução dos depósitos efetuados pelas empresas jornalísticas para importação de papel para imprensa, uma vez demonstrada, a seu juízo, a eficiência e a utilidade pública dos jornais ou periódicos por elas administrados ou dirigidos.
BRASIL apud CARONE, E. A Terceira República. (1937-1945). São Paulo: Difel, 1982. (adaptado).
Com base nos trechos do decreto, as finalidades do órgão criado permitiram ao governo promover o(a)
a) diversificação da opinião pública.
b) mercantilização da cultura popular.
c) controle das organizações sindicais.
d) cerceamento da liberdade de expressão.
e) privatização dos meios de comunicação.
Resposta: [D]
A criação do DIP se insere no contexto da ditadura do Estado Novo, em que os interesses nacionais se confundiam com os do governo Varguista. Assim, ao subordinar a imprensa ao Estado, o DIP também subordina a imprensa aos interesses varguistas.
5. Idade Média
Os filósofos iluministas e positivistas do século 18 e 19 pintaram uma imagem muito feia da Idade Média. No entanto, a realidade é que este é um dos períodos mais longos da História, por isso, é impossível dizer que foi exclusivamente uma “era das trevas”, na qual não houve avanços para a sociedade humana.
Além disso, essa visão se mostra bastante restritiva, uma vez que a maioria das observações se referiam à Europa medieval. Diversos impérios na África e Ásia estavam em pleno desenvolvimento social e cultural, o que indica essa percepção carregada de estereótipos sobre a Idade Média - e ainda um resquício eurocêntrico do estudo de História.
No Enem, o assunto aparece quase todo ano, geralmente englobando temas como a estrutura social feudal, a religião durante a Idade Média e as transformações sociais que marcaram a Baixa Idade Média.
Questão sobre Idade Média
(Enem 2022) Ainda que a fome ocorrida na Itália em 536 tenha origem nos eventos climáticos, suas implicações são tanto políticas quanto econômicas. Nos primeiros séculos da Idade Média, o auxílio aos famintos se inscreve no domínio da gestão pública, mesmo quando a ação de seus agentes é apresentada sob o ângulo da piedade e da caridade individuais, como é o caso da Gália merovíngia. Assim, o fato de que as respostas à fome são mostradas, na Gália, como o fruto de iniciativas pessoais fundadas no imperativo da caridade deriva da natureza das fontes do século VI.
SILVA, M.C. Os agentes públicos e a fome nos primeiros séculos da Idade Média. Varia História, n. 60, set-dez. 2016 (Adaptado).
Na conjuntura histórica destacada no texto, o dever de agir em face da situação de crise apresentada pertencia à jurisdição
a) da nobreza, proveniente da obrigação de proteção ao campesinato livre.
b) da realeza, decorrente do conceito de governo subjacente à monarquia cristã.
c) dos mosteiros, resultante do caráter fraternal afirmado nas regras monásticas.
d) dos bispados, consequente da participação dos clérigos nos assuntos comunitários.
e) das corporações, procedente do padrão assistencialista previsto nas normas estatutárias.
Resposta: [B]
O texto mostra como o combate à fome era feito por meio de preceitos católicos de caridade. Sabemos que o contexto feudal é de domínio político do Clero, aliado à nobreza.
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