20 filmes de História para aprender e usar como repertório
Além de entreter, o Cinema possui uma função didática indiscutível. Conheça alguns filmes para aprender História para o Enem e vestibulares
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Assistir a filmes de História pode ser uma ótima estratégia para estudar sobre momentos do passado. Além de combinar entretenimento com educação de maneira que poucos recursos conseguem.
Mas, é importante lembrar que os filmes são representações artísticas e nem sempre retratam de maneira fiel a realidade. A essência cinematográfica é moldada principalmente pelas perspectivas sobre um acontecimento, e pelos criadores envolvidos em cada produção.
Contudo, o diferencial de estudar assistindo aos filmes está na capacidade que eles têm de instigar a curiosidade.
Para ajudar você a tornar o momento de estudo mais estimulante, confira nossa seleção de 20 filmes de História para aprender e usar como repertório. Essas indicações vão enriquecer seu conhecimento e transformar sua forma de ver o mundo!
NAVEGUE PELOS CONTEÚDOS
Como o cinema pode nos ensinar sobre História?
Possivelmente, você já viu em algum lugar aquela imagem com um cachimbo e a frase “Ceci nes’t pas une pipe”, cuja tradução é “Isso não é um cachimbo”.
A obra é de 1929, feita pelo artista plástico René Magritte, um surrealista belga. Porém, foi lembrada em 2014, no filme A culpa é das estrelas, baseado no livro de John Green. Exclusivamente, quando apareceu estampada na camiseta da personagem Hazel Grace (Shailene Woodley) durante uma cena da trama.
Mas o que a frase ou a imagem querem dizer? A explicação é a seguinte: o que está na camiseta (ou no quadro) não é o cachimbo em si, mas a representação de um cachimbo.
A mesma coisa acontece com os filmes, pois eles trazem cenas que representam períodos ou acontecimentos históricos, quase sempre influenciadas por questões do presente e das vivências de quem participou da produção.
Filmes da década de 1980 que retratam o passado, como a Grécia Antiga, revelam mais sobre o contexto e as reflexões da década de 1980, do que exatamente sobre a Grécia Antiga.
Ou seja, os filmes são ótimas fontes para mostrar aspectos do passado, além de evidenciarem a interpretação das pessoas no momento em que foram produzidos.
Veja o exemplo do clássico hollywoodiano Cleópatra, filme lançado em 1963.
A obra não é uma releitura fiel da figura histórica que estudamos nos livros, mas uma adaptação da história como filme de ação, drama e romance.
Como citar filmes como repertório
Quando vamos utilizar um filme como repertório, temos que pensar como relacioná-lo ao tema. Os filmes são repertórios legitimados, pois são obras artísticas respaldadas pelas áreas do conhecimento. Sendo assim, devemos nos preocupar com a pertinência desse uso.
O primeiro passo é ler a proposta, elaborar um posicionamento e produzir o seu projeto de texto. Dessa maneira, quando tiver em mente os argumentos que irá apresentar, você seleciona quais repertórios têm a ver com a discussão e com o seu posicionamento.
É muito importante utilizar boas ferramentas linguísticas para construir essa relação. Isto é, escolher palavras e estruturas gramaticais que reflitam precisamente a intenção e o contexto da comunicação. Como também, aplicar técnicas retóricas que aprimorem a clareza e a persuasão do seu discurso.
Aqui está um exemplo de introdução que utiliza um filme como repertório.
O tema da redação é “O estigma associado às empregadas domésticas no Brasil” e o filme escolhido foi Que horas ela volta?, de 2015.
O filme “Que horas ela volta?” conta a história de Val, uma mulher pernambucana que migra para São Paulo a fim de trabalhar como empregada doméstica e alcançar melhores condições de vida para a filha. Durante a trama, a personagem passa por situações de exclusão e preconceito, as quais evidenciam a desigualdade social presente na relação entre ela e seus patrões. Esse cenário fictício explora uma condição bastante real: o estigma enfrentado pelas empregadas domésticas no Brasil, o qual é fruto de uma herança histórica escravagista e traz como consequência a persistência do preconceito contra as trabalhadoras domésticas no país.
20 filmes para você aprender História
Veja a nossa curadoria especial e descubra como o cinema pode ser uma ótima ferramenta educativa:
1. O nome da rosa (1986)
O nome da rosa (1986), de Jean-Jacques Annaud, baseia-se no romance homônimo de Umberto Eco, e representa a Idade Média no século 14. O filme se passa em um mosteiro beneditino isolado e oferece uma representação visualmente rica e detalhada desse período histórico. Destacam-se elementos como a arquitetura gótica, os trajes característicos e o controle da Igreja sobre os costumes.
A trama gira em torno de um monge franciscano (Sean Connery) e seu noviço (Christian Slater), que investigam misteriosas mortes no mosteiro. O enredo traz elementos das complexidades da vida monástica medieval, incluindo questões teológicas, filosóficas e políticas que permeavam a sociedade da época.
O filme retrata a mentalidade e as preocupações da época, abordando o conflito entre razão e fé, a procura pelo conhecimento e disputa de poder. Destaca ainda como a fé moldava a compreensão do mundo pelos fiéis, revelando o controle da Igreja sobre os costumes e a repressão de prazeres, como o riso e o sexo.
Além disso, ao retratar a Idade Média, a obra faz paralelos com questões contemporâneas à produção. Em razão disso, critica a moral cristã e a influência religiosa na educação e nos costumes.
2. Adeus, Lênin! (Alemanha, 2003)
Adeus, Lênin!, (2003) de Wolfgang Becker, captura de forma singular um momento crucial da história alemã: a queda do Muro de Berlim, em 1989, e a reunificação da Alemanha.
Situado no contexto da Alemanha Oriental, pouco antes e depois da queda do muro, a trama oferece uma visão íntima e muitas vezes humorística dos desafios enfrentados pelos alemães nesse período de mudanças políticas radicais.
A história gira em torno de Alex (Daniel Brühl), que um pouco antes da queda do muro, vivenciou sua mãe (Katrin Sass) entrar em coma. Mas agora que despertou, o jovem se vê obrigado a manter a ilusão de que a Alemanha Oriental ainda existe, evitando um choque que poderia ser fatal para ela.
Para isso, ele tenta recriar a vida comunista da antiga Alemanha Oriental em seu apartamento, escondendo os sinais evidentes da reunificação que ocorre do lado de fora.
Explorando diferenças geracionais e reflexões sobre o comunismo e capitalismo, o filme representa as transformações do período de crise e queda da União Soviética e fim da Guerra Fria. Ao mesmo tempo, que traz uma meditação sobre memória e identidade, abordando como as pessoas enfrentam mudanças drásticas em suas vidas e sociedades.
3. Nise: o coração da loucura (2015)
Nise: o coração da loucura (2015), de Roberto Berliner, mergulha no universo da psiquiatria brasileira dos anos 1940 e 1950. Ao trazer à tona pautas importantes sobre tratamentos psiquiátricos, condições de saúde mental e os limites da institucionalização, discute sobre questões de saúde e segurança pública.
Baseado na história real da médica psiquiatra Nise da Silveira (Glória Pires), que desafiou os métodos tradicionais de tratamento psiquiátrico da época, transformando a vida dos pacientes internados em um hospital psiquiátrico no Rio de Janeiro.
Nessa obra, o contexto histórico é fundamental, pois conta um momento em que a psiquiatria ainda era marcada por práticas de controle abusivas e higienização social, como eletrochoques e lobotomias. Além dos pacientes psiquiátricos serem marginalizados e excluídos da sociedade.
Em contrapartida a essa violência, Nise surge como um nome que desafia esses métodos institucionalizados ao usar a terapia ocupacional e o trabalho artístico, com o objetivo de reestabelecer a comunicação entre pessoas em internação psiquiátrica e os profissionais da saúde.
4. Hotel Ruanda (EUA, 2004)
Hotel Ruanda (2004), de Terry George, retrata o genocídio ocorrido em Ruanda, em 1994, quando cerca de 800 mil pessoas foram brutalmente assassinadas em, aproximadamente, 100 dias. O filme narra a história real de Paul Rusesabagina (Don Cheadle), um gerente de hotel que abrigou mais de mil refugiados durante o genocídio, arriscando sua própria vida para protegê-los.
A obra traz para o debate público um dos capítulos mais sombrios da história recente da África. Assim, contribuindo para manter viva a memória do genocídio ruandês, além de alertar sobre consequências da ação colonial e imperialista europeia no continente africano.
Também é possível entender a obra enquanto um exemplo de como o cinema pode documentar a História. Ao recriar os eventos do genocídio e ecoar a voz das vítimas e sobreviventes, torna-se uma ferramenta educativa para incentivar a reflexão sobre as consequências do genocídio.
Contudo, o filme enfrenta críticas por simplificar ou romantizar a história, enfocando mais na trajetória pessoal do protagonista do que nas complexidades políticas e sociais que levaram ao genocídio. Apesar de suas limitações, desempenha um papel crucial ao evidenciar um evento traumático da História.
5. Oppenheimer (EUA, 2023)
Oppenheimer (2023), de Christopher Nolan, aborda a vida e o trabalho do físico J. Robert Oppenheimer, conhecido por seu protagonismo no projeto Manhattan, ação secreta do governo estadunidense para o desenvolvimento da bomba atômica, durante a Segunda Guerra Mundial.
Nesse contexto histórico, as potências militares financiaram projetos científicos para criar um novo material bélico: a bomba atômica. As pesquisas sobre o uso de energia nuclear para fins bélicos iniciaram na Alemanha, e logo os países do Ocidente tomaram conhecimento sobre as intenções nazistas.
Em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram as primeiras bombas atômicas, responsáveis por dizimar milhares de pessoas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. O evento levou à rendição do Japão e posicionou os EUA à frente na corrida nuclear, sendo o prelúdio da Guerra Fria.
O filme destaca os dilemas éticos e morais enfrentados por Oppenheimer. Ele também reflete sobre o impacto da ciência e tecnologia na sociedade moderna, questionando o uso responsável do conhecimento científico, além das influências que a Guerra Fria deixou nas relações internacionais contemporâneas.
6. Olga (Brasil, 2004)
Olga (2004), de Jayme Monjardim, narra a história da militante comunista Olga Benário Prestes, contando desde sua chegada ao Brasil em 1934, até sua morte em um campo de concentração nazista em 1942.
A obra aborda não apenas a vida pessoal e política de Olga, mas também eventos históricos, como a ascensão do nazismo na Alemanha e a repressão política no Brasil durante o Estado Novo.
Baseado no livro homônimo de Fernando Morais, o filme representa um período significativo para a história do Brasil: a Era Vargas. Além disso, é um exemplo de como o cinema brasileiro aborda e interpreta momentos históricos importantes.
Ao trazer à tona temas como a luta política, a resistência ao autoritarismo e a violência do Estado, a trama enfatiza a importância da memória histórica e do papel das mulheres na História. Especialmente aquelas que, como Olga, desafiaram normas sociais e políticas de sua época.
Aborda ainda a identidade nacional e o internacionalismo, evidenciando a protagonista, uma estrangeira, nas lutas políticas no Brasil e na Alemanha.
7. Eles não usam black-tie (Brasil, 1981)
Eles não usam black-tie (1981), de Leon Hirszman, é uma adaptação cinematográfica da peça teatral homônima de Gianfrancesco Guarnieri. Ambientado na periferia de São Paulo, narra a história de uma família de trabalhadores durante um período de greve em uma fábrica.
Abordando temas como luta de classes, sindicalismo e conflitos familiares, oferece uma reflexão sobre a realidade social e política do Brasil nos anos 1980, período de transição da ditadura militar para a democracia.
O filme é relevante por representar a classe trabalhadora brasileira em sua luta por melhores condições e dignidade. Além do fato de que contexto retratado foi marcado por importantes greves operárias no país, como as greves dos metalúrgicos do ABC paulista.
A obra destaca a resistência e solidariedade dos trabalhadores, mostrando o impacto da greve nas suas vidas profissionais, familiares e sociais. Ao mesmo tempo, evidencia o fortalecimento dos sindicatos e a mobilização social por reformas políticas e econômicas, capturando as tensões da transição política e do processo de redemocratização no país.
8. Batismo de sangue (Brasil, 2006)
Batismo de sangue (2006), de Helvécio Ratton, é baseado no livro homônimo de Frei Betto, e retrata a história verídica de um grupo frades dominicanos que resistiram à ditadura militar no Brasil durante os anos 1960 e 1970, conhecido como Anos de Chumbo.
Essa época, marcada pela intensa repressão e violência do regime contra os opositores políticos, seguiu a instauração do AI-5.
O filme é uma importante representação cinematográfica da resistência à ditadura militar no Brasil. E destaca o papel significativo desempenhado por grupos religiosos, como os frades dominicanos, na luta contra a repressão e a violência do regime.
A luta de religiosos contra a repressão foi muito significativa para a condenação da Igreja Católica à ditadura militar.
A obra também aborda questões mais amplas sobre a História do Brasil, como a repressão política, a censura, a tortura e a resistência armada e não armada da época. Além disso, ao retratar eventos reais e personagens históricos, contribui para a memorização dos que lutaram contra a ditadura.
9. Maria Antonieta (EUA, 2006)
Maria Antonieta (2006), de Sofia Coppola, retrata a vida da rainha consorte da França, Maria Antonieta, desde sua chegada à corte até sua execução durante a Revolução Francesa.
O filme é conhecido por sua abordagem estilizada, que combina elementos históricos com uma trilha sonora moderna e uma narrativa centrada na perspectiva pessoal da rainha.
O filme é uma reinterpretação do contexto histórico anterior à Revolução Francesa, durante o reinado de Luís XVI. Ao construir uma Maria Antonieta jovem, com atitudes similares a uma adolescente do século 21, o filme mostra uma visão mais intimista e subjetiva da vida da rainha, em contraste com as representações mais tradicionais e acadêmicas.
Desde a Revolução Francesa, culpou-se Maria Antonieta pela fome e crise econômica pré-revolucionária na França. Entretanto, o filme oferece uma nova visão sobre a rainha, o rei e a corte de Versalhes.
10. Apocalypse now (EUA, 1979)
Produzido no contexto do fim da Guerra do Vietnã (1955-1975), Apocalypse Now (1979), de Francis Coppola, traz críticas a esse episódio histórico, que foi televisionado aos cidadãos estadunidenses.
Os julgamentos sobre a Guerra dominaram o âmbito social, político e cultural dos EUA, e de parte do mundo ocidental, principalmente durante a década de 1970. E no cinema não foi diferente.
Muitos filmes da época refletiam sobre os efeitos da guerra na sociedade, inclusive sobre como isso afetou drasticamente a vida de muitos jovens norte-americanos que retornavam dos campos de batalha.
Mas Apocalypse Now foi de longe o mais marcante. Com fortes cenas, o filme traz questionamentos sobre a brutalidade que foi o envolvimento dos EUA nos conflitos do Vietnã, e explora o uso de um grande aparato tecnológico de guerra pelo exército norte-americano.
Com um certo pessimismo, condizente com o período em que foi produzido, o filme traz a guerra como a morte do espírito humano.
11. Labirinto do Fauno (Espanha, 2006)
O Labirinto do Fauno (2006), de Guillermo del Toro, mescla realidade e fantasia para contar a história de Ofélia (Ivana Baquero). A jovem usa o mundo de imaginação como refúgio do regime fascista de Francisco Franco, instaurado na Espanha após anos de Guerra Civil.
Ambientado na Espanha pós-guerra de 1944, o filme explora a violência, autoritarismo e resistência através dos olhos da menina, tanto no mundo real quanto no seu mundo mágico.
Contudo, também reflete sobre os traumas da Guerra Civil Espanhola (1936-1939), destacando seus efeitos devastadores, especialmente em crianças, que são frequentemente as maiores vítimas dos conflitos armados.
O filme critica o autoritarismo e opressão, representados pelo personagem do Capitão Vidal (Sergi López), padrasto de Ofélia, mostrando a brutalidade na imposição de sua ideologia. Desafiando essa autoridade, a protagonista surge como um simbolismo da resistência, liberdade e justiça.
Produzido após o regime franquista, a obra reflete a profunda marca desse período na sociedade espanhola, destacando a luta pela liberdade contra opressões passadas.
12. Star wars (EUA, 1977)
Que os EUA e a URSS disputaram a hegemonia mundial durante a Guerra Fria você já sabe. Mas você sabia que o cinema dessa época também reflete o contexto de disputa entre capitalismo e socialismo?
A trilogia Star Wars (1977), de George Lucas, foi produzida em uma época de grande fascínio com a exploração espacial: a URSS tinha levado o primeiro homem ao espaço, e os EUA tinha chegado à lua.
A dicotomia entre o bem e o mal, explorada na trilogia original de Star Wars (episódios IV, V e VI) entre o autoritário e violento Império Galáctico e a Aliança Rebelde, nos diz muito sobre a sociedade bipolarizada durante a Guerra Fria. Um imaginário do cinema estadunidense, dividido entre os bons, que seriam o EUA, e os maus, que seriam os soviéticos.
Até mesmo o sabre de luz, arma utilizada pelos personagens no filme, remete a essa dualidade: o sabre de luz de Darth Vader, o grande vilão da trilogia, é vermelho, cor associada ao comunismo e à URSS; já o sabre de luz do herói protagonista Luke Skywalker, é azul, cor associada ao liberalismo norte-americano.
Ao mesmo tempo, também aproxima a URSS da Alemanha Nazista, com cenas da guerra intergaláctica remetendo a batalhas aéreas da Segunda Guerra Mundial entre os Nazistas e os Aliados, e a logo do Império, que remete à suástica nazista.
13. Blade runner: o caçador de andróides (EUA, 1982)
A imaginação também leva autores a representar o futuro, baseados na perspectiva sobre o passado e presente. Nesse sentido, as obras de ficção científica com temas futuristas são ótimas fontes para compreendermos as projeções do contexto histórico em que foram produzidas.
Blade Runner (1982), de Ridley Scott, se passa no ano de 2019, onde a ciência genética avançou de tal maneira a construir robôs mais ágeis e tão inteligentes quanto os seres humanos, que serviriam de escravos nos processos de colonização de outros planetas.
Os robôs não somente poderiam raciocinar como seres humanos, mas também ter reações sentimentais próprias.
O filme critica o consumismo ao mostrar propagandas em telões que tomam conta da cidade e a velocidade da vida urbana moderna. Além disso, reflete sobre o impacto das novas tecnologias no contexto da Guerra Fria, destacando a corrida espacial e técnico-científica entre EUA e URSS.
Assim, sugere um futuro onde máquinas poderiam substituir humanos e ameaçar a existência da humanidade.
Essa perspectiva de futuro fala muito sobre como determinada sociedade entende seu passado e seu presente. Por isso, filmes de ficção científica, que trazem como tema um futuro distópico ou utópico, são peças interessantes para a análise histórica do desenvolvimento das sociedades.
14. A guerra do fogo (França, Canadá, EUA, 1982)
A guerra do fogo (1981), de Jean-Jacques Annaud, retrata a História da Pré-história, seguindo a jornada de uma tribo em busca do fogo, elemento essencial para sua sobrevivência.
Conhecido por sua abordagem realista e cuidadosa da vida no período paleolítico, a ausência de diálogos compreensíveis enfatiza a natureza primal e instintiva dos personagens.
A obra oferece ao público uma visão imaginativa sobre as origens da humanidade, e baseia-se em pesquisas arqueológicas e antropológicas para criar um retrato plausível da vida dos hominídeos no Paleolítico, embora também incorpore elementos de ficção para compor a narrativa.
Além disso, o filme aborda questões sobre a evolução, como a importância do fogo na sobrevivência e no desenvolvimento da espécie, destacando as relações humanas. Também sugere reflexões sobre a natureza da sociedade, da cultura e da linguagem, ao mostrar diferentes grupos humanos que interagem no filme.
15. O último duelo (EUA, 2021)
O Último Duelo (2021), de Ridley Scott, se passa na França do século 14. Baseado em fatos reais, o filme conta sobre um duelo entre dois cavaleiros, Jean de Carrouges (Matt Damon) e Jacques Le Gris (Adam Driver).
Ao abordar temas como honra, justiça e poder, a trama oferece uma visão não apenas do contexto histórico da Idade Média, mas também das questões sociais e culturais que permeavam a sociedade feudal da época.
A narrativa trata da acusação de estupro feita por Marguerite (Jodie Comer), uma mulher da pequena nobreza medieval, contra o nobre Jacques Le Gris. Entretanto, três perspectivas são exploradas: do acusador (o marido Jean de Carrouges), o acusado (o nobre Jacques Le Gris) e a vítima (Marguerite).
Em três perspectivas diferente, o filme explora a complexidade das relações sociais e de poder daquela época. Ao mesmo tempo, manipula a percepção do espectador através de pequenos detalhes na narrativa.
Baseia-se em documentos históricos, como os registros do julgamento por combate que ocorreu em 1386, mas também incorpora elementos ficcionais para compor a narrativa cinematográfica.
Apesar de ser um filme ficcional baseado em fatos reais, é uma ótima reflexão sobre as diferentes perspectivas de um mesmo evento histórico, essenciais para o trabalho de historiadores e para o amplo entendimento sobre determinado acontecimento ou período.
Adicione mais 10 filmes de História à sua lista de estudos
Já falamos sobre muitos filmes até agora, mas a lista ainda não acabou! Afinal, a indústria cinematográfica possui um grande potencial para inovação, então sempre teremos novos filmes (ou até mesmo relançamentos) sobre eventos históricos.
Caso queira acrescentar mais produções à lista do que precisa assistir, confira outras 10 indicações de filmes para ampliar seu repertório, enquanto também aprende:
- Bacurau (Brasil, 2019)
- Napoleão (EUA, 2023)
- O Dilema das Redes (EUA, 2020)
- Pro Dia Nascer Feliz (Brasil, 2005)
- Que Horas Ela Volta? (Brasil, 2015)
- As Sufragistas (Reino Unido, 2015)
- O Túmulo dos Vagalumes (Japão, 1988)
- O Jogo da Imitação (Reino Unido, 2014)
- Apollo 13 - Do Desastre ao Triunfo (EUA, 1995)
- Mãos Talentosas: A História de Ben Carson (EUA, 2009)