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Segunda Guerra Mundial: saiba tudo sobre o conflito

Entenda o contexto histórico, as principais batalhas, os países envolvidos, as consequências para militares e civis e saiba como o tema cai no Enem e vestibulares

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A Segunda Guerra Mundial vitimou entre 45 e 50 milhões de pessoas, sendo muitos deles civis, e é considerada o maior e mais mortal conflito bélico da História. Os horrores dos campos de batalha e das execuções em massa de judeus, homossexuais e ciganos romani deixou profundas marcas na memória da humanidade, e afetou as relações geopolíticas durante o restante do século 20.

Segunda Guerra Mundial: contexto histórico e antecedentes

A Segunda Guerra Mundial começou em 1939. As razões para esse conflito, porém, surgiram ao final da Primeira Guerra, que terminou lá em 1918 e trouxe graves consequências aos países perdedores, em especial à Alemanha.

Desfecho da Primeira Guerra Mundial

Com o fim dos conflitos em 1918, os países vencedores (França, Inglaterra e Rússia) estabeleceram uma série de tratados de paz e tratados punitivos contra os perdedores (impérios alemão, austro-húngaro, russo e otomano), a exemplo do Tratado de Versalhes. 

Com a assinatura do Tratado de Versalhes, a Alemanha, considerada a principal culpada do início da Guerra, recebeu algumas punições. Os alemães pagaram altas indenizações aos países vencedores, sofreram com sanções econômicas, tiveram de abdicar de todas as suas colônias africanas e foram proibidos de manter um exército. 

A Alemanha também precisou abrir mão de regiões como a Alsácia-Lorena, o Sarre e parte da Alta Silésia, ricas em minérios de ferro. Antes do início da guerra, a indústria alemã girava em torno da exploração de ferro e carvão, mas, com a perda dos territórios, os alemães reduziram metade de sua produção industrial. Além disso, perderam parte de suas terras cultiváveis, o que dificultava mais ainda a produção de alimentos. 

Todos os países europeus que participaram da Primeira Guerra tiveram sua infraestrutura destruída pelos conflitos. Mas, além dessas perdas, a Alemanha sofreu com uma grave crise econômica após o fim da Guerra.

A derrota e a assinatura do Tratado de Versalhes deixaram um sentimento de humilhação e revanchismo na recém formada nação Alemã - unificada ao final do século 19. Esse cenário, unido à crise econômica, abriu espaço para o discurso nazista e o início de um novo conflito 20 anos mais tarde. 

Período entreguerras e a crise de 1929

Nos países ocidentais, o período entre o fim da Primeira Guerra e o início da Segunda ficou marcado por paz e prosperidade, momento em que os Estados Unidos despontaram como potência industrial. Para o historiador Eric Hobsbawm, a Segunda Guerra Mundial teria sido uma continuidade da Primeira Guerra, e as décadas entre os conflitos representou um cessar fogo. 

No ocidente, os países vencedores da guerra passaram pela reconstrução de seus territórios, financiada principalmente pelos EUA. O país viveu um período de grande prosperidade econômica e expansão do capitalismo financeiro. A década de 1920, por exemplo, trouxe a euforia do american way of life (estilo de vida americano, em português), que se baseou no consumo em massa e na alta produção de bens duráveis. 

Além disso, esses anos revelaram otimismo, dinamismo social, cultural e de consumo. O cinema tomou grandes proporções e a rádio invadiu as casas da classe média norte-americana - a música com o jazz, a arquitetura e a dança.

Garota ouvindo rádio durante a Grande Depressão
Garota durante a Grande Depressão, que inclui o período da Idade de Ouro do Rádio (Imagem: Reprodução Wikimedia Commons)

A produção de automóveis, resultado das mudanças tecnológicas da Segunda Revolução Industrial, acelerou ainda mais os transportes e a percepção do tempo. Porém, a desigualdade social aumentou consideravelmente, e a maioria da população não tinha acesso a tal prosperidade. 

Em 1929, o crescimento acelerado da produção industrial e da especulação financeira levou à superprodução de produtos, que acabavam parados nos estoques por falta de consumidores. Esse cenário, aliado a uma economia baseada na especulação financeira, ocasionou uma crise econômica sem precedentes, que afetou o restante do mundo capitalista. 

A República de Weimar

A Alemanha saiu da Primeira Guerra com dívidas e em crise. A nova reestruturação territorial após a perda de territórios estabeleceu no antigo Império Alemão a República de Weimar, um governo presidencialista com protagonismo de partidos de elite. 

Esse governo teve algum destaque econômico após o fim da guerra, e recebeu altos empréstimos dos EUA para a reconstrução da infraestrutura alemã. Mas isso não foi suficiente para amenizar as consequências da grande crise de 1929.  

Milhões em moeda alemã eram usados como papel de rascunho
Milhões em moeda alemã eram usados como papel de rascunho. Na época, a inflação tomou proporções catastróficas e o dinheiro não valia nada (Imagem: Reprodução Wikimedia Commons)

A Alemanha foi a maior atingida pela crise, pois o investimento externo se interrompeu abruptamente. Com a crise de 1929, o país mergulhou ainda mais na hiperinflação e no desemprego, e a República de Weimar não conseguiu mais recuperar a economia.

População alemã espera por alimentos em uma paróquia de Berlim, 1931 - Segunda Guerra Mundial
População alemã espera por alimentos em uma paróquia de Berlim, 1931 (Imagem: Reprodução Wikimedia Commons)


O sentimento de humilhação e o desejo de revanche aumentou entre a população alemã. Isso criou um ambiente favorável à emergência de discursos que culpabilizaram alguns grupos pela crise econômica, principalmente judeus, homossexuais, estrangeiros e ciganos romani.

Ascensão do nazifascismo

O contexto de crise e pessimismo da população alemã abriu brechas para o crescimento de pensamentos extremistas e para o apoio da pequena burguesia ao Partido Nazista. Essa situação culminou em uma tentativa de golpe de Estado organizada por Hitler em 1923, baseado em um discurso sobre “inimigos internos e externos” da Alemanha.

Esses inimigos seriam a União da República Socialista Soviética, os judeus, marxistas, comunistas e todos aqueles que, na visão de Hitler e seus apoiadores, traíram a Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial e impediam o seu crescimento. Havia, portanto, um forte sentimento nacionalista e revanchista. 

Essa tentativa de golpe não teve sucesso e levou à prisão de Hitler, que usou de seu tempo em cárcere para compilar ideias racistas e nacionalistas no livro Mein Kampf (Minha luta, em português). Na obra, o führer expôs seu plano de uma política externa agressiva voltada para a conquista do “espaço vital” alemão. Em sua lógica, isso era necessário para que a Alemanha voltasse ao seu período de glória. 

Sua prisão fez com que essas ideias ganhassem repercussão nacional e internacional, ampliando o Partido Nazista e o número de afiliados entre a população. O descrédito da República de Weimar, após a crise de 1929, fez com que os nazistas garantiram 107 assentos no Parlamento alemão em 1930.

Mais tarde, em 1933, Hitler foi nomeado chanceler pelo presidente da Alemanha, Paul von Hindenburg. Com a morte de Hindenburg no ano seguinte, o führer dá início ao Terceiro Reich.

O estopim da Segunda Guerra Mundial

Seguindo a teoria nazista do “espaço vital”, em que todos os povos de origem germânica deveriam integrar um império comandado por Hitler, a Alemanha invadiu a Áustria e a Tchecoslováquia em 1938. 

Por mais que a expansão territorial alemã fosse uma quebra dos acordos do Tratado de Versalhes, a França e a Inglaterra se mantiveram neutras diante das invasões. A política de apaziguamento, como ficou conhecida essa não intervenção, era uma forma de evitar uma nova guerra no continente. 

Em agosto de 1939, Hitler assinou o Pacto germano-soviético, que determinava a não agressão entre a Alemanha nazista e a URSS de Stálin. Secretamente, o acordo estipulava a divisão da Polônia entre esses dois poderes, o que aconteceu dias após sua assinatura. Porém, a invasão do território polonês pela Alemanha fez com que a França e a Inglaterra declarassem guerra a esse Estado, o que deu início à Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939.

Os combatentes da Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial contou com batalhas na Europa, na África e no Oceano Pacífico, e teve a participação de países em todos os continentes. Duas principais alianças militares foram formadas: Aliados e Eixo.

Aliados

A França e  a Inglaterra declararam guerra à Alemanha em 1939. Com a invasão da União Soviética pelos nazistas em junho de 1941, a URSS cortou relações com a Alemanha Nazista e entrou na guerra ao lado dos Aliados. No mesmo ano, os EUA declararam guerra ao Eixo, após o Japão bombardear a base de Pearl Harbor, no Havaí. 

Eixo

Em 1936, antes mesmo do início da Segunda Guerra, Alemanha e Itália assinaram um acordo de amizade, já indicando uma possível aliança militar futura. De fato, ela foi oficializada em maio de 1939, com a assinatura do Pacto de Aço, formalizando o Eixo Roma-Berlim. No ano seguinte, o Japão assinou o Pacto Tripartite com a Alemanha e a Itália, oficializando o Eixo Roma-Berlim-Tóquio

Outros países se uniram ao Eixo, como a Hungria, a Eslováquia, a Bulgária e a Iugoslávia. 

Fases da Segunda Guerra Mundial

Os conflitos da Segunda Guerra Mundial ocorreram em três fases distintas. São elas:

Primeira fase (1939 a 1941): supremacia do Eixo

A primeira fase da Guerra foi marcada por avanços e vitórias dos exércitos do Eixo, especialmente o alemão. Por meio da tática do “blitzkrieg”, os alemães empregavam ataques-relâmpagos em países inimigos, com bombardeios aéreos enquanto avançava por terra usando tanques blindados.

Isso fez a Alemanha avançar com certa facilidade sobre vários países da Europa, como a Finlândia, a Noruega e os Países Baixos.

Aviões alemães em uma operação sobre West Ham, Londres, Reino Unido - Segunda Guerra Mundial
Aviões alemães em uma operação sobre West Ham, Londres, Reino Unido (Imagem: Australian War Memorial/Wikimedia Commons)

Em 1940, a Alemanha avançou sobre a França e ocupou militarmente a porção norte do país. O sul passou a ser governado por um regime colaboracionista chamado República de Vichy, que oprimiu a resistência francesa ao avanço nazista. 

Nesse mesmo ano, Alemanha começou a bombardear Londres para destruir fábricas, hospitais e outros pontos vitais para a manutenção da Inglaterra na guerra. 

Sobreviventes dos bombardeios abrigados nos túneis do metrô de Londres - Segunda Guerra Mundial
Sobreviventes dos bombardeios abrigados nos túneis do metrô de Londres (Imagem: Administração Nacional de Arquivos e Registros/Wikimedia Commons)

Com os bombardeios, os alemães buscavam forçar a assinatura de um acordo de paz para tentar vencer. Mas desistiram e voltaram a atacar outras cidades inglesas, aumentando o tempo entre as investidas e permitindo a recuperação das Forças Aéreas inglesas. 

Isso levou ao início da desestabilização do Exército Alemão e à virada da Guerra pelas forças Aliadas. 

No Oceano Pacífico, as batalhas entre Japão e EUA pelo domínio de territórios resultaram no bombardeio japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, em dezembro de 1941. Em retaliação, os norte-americanos declaram guerra ao Japão e entram oficialmente na Guerra ao lado dos Aliados. 

Com perdas na porção ocidental, a Alemanha passou a concentrar forças na porção oriental e, em 1941, invadiu a URSS. A Operação Barbarossa, representou o início de uma nova fase da Guerra.

Segunda fase (1942 a 1943): equilíbrio de forças

A segunda fase da Guerra começou com a invasão da URSS pela Alemanha. Inicialmente, Stálin se recusou a preparar o país, o que foi desastroso para os soviéticos. Com tropas maiores, os alemães venceram as primeiras batalhas contra o Exército Vermelho. 

Porém, a chegada prematura do inverno, que atingiu a Rússia antes de os alemães chegarem à capital Moscou, garantiu as vitórias da URSS nas batalhas seguintes. Enquanto isso, na frente ocidental da Guerra, as tropas estadunidenses e britânicas preparam uma invasão à Itália fascista, mas foram inicialmente contidas.

O ponto de virada da Guerra foi a Batalha de Stalingrado, entre agosto de 1942 e fevereiro de 1943. A vitória soviética tirou a Alemanha de uma posição ofensiva para a posição defensiva. Esse foi o início da derrota do Eixo.

Terceira fase (1943 a 1944): derrota do Eixo

A partir da vitória soviética na Batalha de Stalingrado, a URSS começou o processo de expulsar os alemães de seu território, o que aconteceu em 1944. Os soviéticos foram responsáveis pela baixa de mais de 70% do Exército Alemão. 

O Exército Vermelho perseguiu os alemães pela Europa Oriental em direção à Alemanha, libertando as regiões sob domínio nazista.

As tropas Aliadas que tentavam invadir a Itália pelo Sul desde 1943 obtiveram sucesso em junho de 1944, quando libertaram Roma do regime fascista. A saída dos italianos da Guerra representou o domínio aliado no Mar Mediterrâneo, o que facilitou a comunicação com tropas no norte da África e no Oriente Médio. 

Ainda em junho de 1944, tropas aliadas do Canadá, Estados Unidos e Inglaterra desembarcam na praia da Normandia, na França - evento conhecido como dia D. Em agosto, os Aliados retomam Paris e libertam a França do domínio nazista. 

O desembarque aliado na Normandia ficou conhecido como dia D - Segunda Guerra Mundial
O desembarque aliado na Normandia ficou conhecido como dia D (Imagem: Robert F. Sargent/ Administração Nacional de Arquivos e Registros/Wikimedia Commons)

Em 1945, os Aliados - já com a presença brasileira - avançaram sobre a Itália em direção ao norte, ainda ocupadas por tropas que permaneceram leais a Mussolini e ao Eixo. 

No mesmo ano, os soviéticos, que já empurravam os alemães de volta para seu país de origem a partir do oriente desde 1944, tomaram a capital Berlim. Em 30 de abril de 1945, dias antes da tomada de Berlim pelos soviéticos, Hitler cometeu suicídio.

A perda do norte da Itália e de Berlim levou à assinatura do documento de rendição das tropas italiana e alemã em abril de 1945, dando fim à Segunda Guerra na Europa em maio do mesmo ano.

Fim da Segunda Guerra Mundial: consequências do conflito

O fim do conflito não não foi definitivo e, no Pacífico, as batalhas continuaram entre o Japão e os Estados Unidos. 

Em agosto de 1945, os japoneses se renderam e a Guerra terminou de fato. Porém, essa rendição veio com um acontecimento nunca antes visto na História: a explosão de duas bombas nucleares, pelos Estados Unidos, de efeitos devastadores em duas cidades japonesas habitadas por civis.

Bomba atômica

Em agosto de 1945, alguns meses após a rendição da Alemanha e da Itália, os Estados Unidos jogaram duas bombas nucleares em áreas habitadas por civis no Japão. As cidades de Hiroshima e Nagasaki foram completamente destruídas e 80 mil pessoas morreram imediatamente em Hiroshima, e 70 mil em Nagasaki. O tempo parou para a população dessas cidades. 

O calor das explosões causou incêndios que destruíram o que restou de Hiroshima nos dias seguintes ao bombardeio, e o efeito da radioatividade continuou ceifando vidas nos meses e anos seguintes. A economia do país também foi fortemente abalada, já que essas cidades tinham importância industrial. 

O Japão, já isolado antes dos ataques, precisou se render, e os Estados Unidos tomaram a hegemonia dos territórios no Pacífico. O ataque à população civil japonesa e a consequente rendição do Japão marcaram o fim dos conflitos fora da Europa, terminando, assim, a Segunda Guerra Mundial. 

Vista do topo do Hospital da Cruz Vermelha, em Hiroshima após bombardeio - pós Segunda Guerra Mundial
Vista do topo do Hospital da Cruz Vermelha, em Hiroshima após bombardeio (Imagem: Governo Federal dos Estados Unidos/Wikimedia Commons)

Muitos historiadores consideram o ataque ao Japão uma demonstração de força para a União Soviética, e o início simbólico da Guerra Fria, marcada pela disputa ideológica e política entre Estados Unidos e URSS.

Holocausto

Desde o final da década de 1930, os nazistas passaram a perseguir e segregar as populações judaica, romani, homossexual e outros grupos minoritários, além de opositores do regime. No começo, as pessoas eram cercadas em bairros com muros e guardas. As populações viviam ali de forma miserável, com acesso limitado às questões básicas para a sobrevivência. 

Os nazistas estabeleceram guetos na Alemanha, na Polônia, nos Países Baixos e em partes ocupadas da União Soviética. Esses locais poderiam durar dias ou até anos, mas, quando extintos, os habitantes eram executados ou enviados para campos de concentração. 

A partir de 1941, os nazistas implementaram a “solução final”, um plano para exterminar todas essas pessoas, o que durou até o fim das ocupações nazistas, em 1945. 

O extermínio de milhões de prisioneiros foi feito por fuzilamentos em massa, mortes em câmaras de gás, indução da fome, doenças e experimentos científicos.  

Criação da ONU e dos direitos humanos

A Segunda Guerra Mundial representou uma mudança em âmbito social, político, cultural, jurídico e filosófico em todo o mundo, por conta da grande perda de vida e pelos massacres entre 1939 e 1945.

Essa Guerra ultrapassou a esfera militar e não se limitou aos campos de batalha, chegou ao genocídio de populações, à expansão de teorias de supremacia racial e ao desrespeito a direitos básicos, como o direito à vida e à dignidade humana. 

Por isso, ocasionou uma mudança no pensamento ocidental, especialmente a respeito dos direitos humanos e de prevenção a novos conflitos e genocídios. Assim, em 1945, surgiu a Organização das Nações Unidas (ONU), responsável por estabelecer acordos internacionais e criar mecanismos de proteção contra conflitos bélicos de larga escala. 

Além disso, a ONU funciona como um órgão internacional que visa a proteção de direitos humanos básicos, especialmente relacionados a minorias étnicas, religiosas e raciais. Isso é resultado direto dos genocídios cometidos durante a Segunda Guerra Mundial, que vieram a público nos meses seguintes à chegada das tropas soviéticas em Berlim. 

Para isso, os direitos básicos foram revisados e oficializados com a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), publicada pela ONU em 1948. Os gravíssimos crimes contra a humanidade apontaram para a necessidade de estabelecer um documento que definia os direitos de todos os seres humanos, independente de raça, etnia, condição socioeconômica, religião, orientação de gênero e sexual, orientação política e etc. 

Guerra Fria

O fim da Segunda Guerra Mundial e a derrota da Alemanha fez com que duas potências econômicas e militares emergissem e disputassem a hegemonia mundial: os Estados Unidos no ocidente e a URSS no oriente. 

O termo Guerra Fria foi cunhado pela ausência de conflitos militares diretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, apesar de ambas potências terem influenciado centenas de conflitos, guerras e golpes de Estado ao redor do mundo. 

Essa disputa ideológica entre o bloco capitalista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco socialista, liderado pela URSS, durou até o desmantelamento dessa última potência, em 1991. 

A participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial

O Brasil passou grande parte do conflito neutro. A ditadura do Estado Novo e de Getúlio Vargas comandavam o país a partir de uma Constituição com inspiração fascista. O governo manteve certa proximidade diplomática com a Alemanha nazista antes do início da Guerra, tanto que extraditou a militante comunista Olga Benário em 1936. Mas também conservava relações diplomáticas e comerciais com os Estados Unidos.

Quando os norte-americanos entraram na Guerra em 1941, a pressão para que o Brasil se posicionasse a favor dos Aliados aumentou. No ano seguinte, Vargas cedeu e cortou relações com os países do Eixo. Em represália, navios comerciais brasileiros foram torpedeados por submarinos alemães, o que evou a manifestações populares a favor da entrada do Brasil na Segunda Guerra. 

Em 1943, com apoio dos Estados Unidos, criou-se a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para treinar as tropas que iriam à guerra. No ano seguinte, os primeiros batalhões chegara à Itália, onde os Aliados guerreavam contra as últimas tropas do Eixo. 

A participação do Brasil foi significativa para as batalhas que levaram à rendição da Alemanha e da Itália, e ao fim das disputas na Europa. Significou bastante também para a política interna, já que a participação do Brasil contra os países fascistas fez pesar as críticas contra a ditadura do Estado Novo, que acabou em 1945, junto com a Segunda Guerra.  

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Principais batalhas da Segunda Guerra

Veja, a seguir, algumas das principais batalhas da Segunda Guerra Mundial.

Invasão da Polônia e a Batalha de Varsóvia (1939)

Essa foi a batalha de invasão nazista na Polônia, que iniciou a Segunda Guerra Mundial e levou à ocupação alemã da capital Varsóvia. 

O Exército Alemão usou da tática do blitzkrieg (guerra-relâmpago) para garantir a vitória contra a Polônia. Varsóvia se rendeu em menos de um mês da chegada dos alemães na Polônia. 

Soldados polacos marcham para fora da guarnição de Varsóvia depois de esta ter sido tomada pelos alemães em 28 de Setembro de 1939 - Segunda Guerra Mundial
Soldados poloneses batendo em retirada após a invasão dos alemães em 28 de Setembro de 1939 (Imagem: Museus Imperiais da Guerra/Wikimedia Commons)

A cidade tinha uma grande população judia, e o regime nazista logo implementou uma política de perseguição e segregação à comunidade local. Na capital polonesa, em 1943, o Gueto de Varsóvia foi palco de um dos principais levantes contrários às políticas antissemitas do Nazismo.

Batalha da França (1940)

A França colocou a maior parte de suas tropas na fronteira com a Bélgica e na Linha Maginot, área fortificada de fronteira com a Alemanha. Porém, os nazistas invadiram a França pelo centro.

Apesar da resistência francesa, os nazistas tomaram a capital Paris em junho de 1940. O norte da França ficou ocupado militarmente até 1944, enquanto no sul formou-se um governo aliado aos nazistas, chamado de República de Vichy. 

Stalingrado (agosto de 1942 a fevereiro de 1943)

Nessa batalha, o Exército Alemão e o Exército Vermelho disputaram o controle da cidade de Stalingrado (atual Volgogrado). A vitória soviética representou um dos pontos de virada da Segunda Guerra para os Aliados, e marcou o limite da expansão alemã na URSS. 

Com a vitória em Stalingrado, o Exército Alemão foi empurrado pelo Exército Vermelho até Berlim, quando os soviéticos tomaram a capital alemã em 1945.

Levantando uma bandeira sobre o Reichstag, icônica fotografia da tomada de Berlim pelos soviéticos - Segunda Guerra Mundial
"Levantando uma bandeira sobre o Reichstag", icônica fotografia da tomada de Berlim pelos soviéticos (Imagem: Yevgeny Khaldei/Wikimedia Commons)

Na fotografia, um soldado soviético ergue a bandeira da URSS sobre o Palácio de Reichstag, prédio do Parlamento Federal Alemão.

Campanha da Itália (1943 a 1945)

Série de batalhas travadas pelos Aliados na Itália entre 1943 até o fim da Segunda Guerra na Europa, em 1945. O objetivo da campanha era abrir espaço para os Aliados no Mediterrâneo e minar o restante da resistência do Eixo que se concentrou na Itália.

Chegada dos pracinha brasileiros na Itália, em 1944 - Segunda Guerra Mundial
Chegada dos pracinha brasileiros na Itália, em 1944 (Imagem: Wikimedia Commons)

Dia D (1944)

Desembarque dos Aliados na praia de Normandia, na França ocupada pelos nazistas. Os alemães já estavam sofrendo perdas no oriente em batalhas contra a URSS. 

Essa batalha desgastou ainda mais as tropas nazistas e italianas, e foi uma das causas para a derrota do Eixo na Europa. 

Batalha das Ardenas (dezembro de 1944 a janeiro de 1945)

Grande contraofensiva alemã na floresta das Ardenas, na Bélgica e na França contra as tropas dos Estados Unidos, da Inglaterra e da França. 

Soldados estadunidenses na Batalha das Ardenas
Soldados estadunidenses na Batalha das Ardenas (Imagem: Wikimedia Commons)

O objetivo era dividir as tropas para desacelerar o avanço em direção à Alemanha. A batalha terminou com a vitória dos Aliados, e com centenas de milhares de mortos.

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Resumo: Segunda Guerra Mundial

Vamos aos pontos mais importantes do conflito?

  • A Segunda Guerra Mundial tem relação com acontecimentos do final da Primeira Guerra Mundial e do período entreguerras, como o Tratado de Versalhes e a crise de 1929;
  • A ascensão de regimes fascistas na Alemanha e na Itália, desde a década de 1930, contribuiu para o início dos conflitos;
  • Na Alemanha nazista, havia uma política externa agressiva, e o país já tinha invadido a Áustria e a Tchecoslováquia quando tomou a Polônia, em 1939;
  • A Guerra se dividiu entre dois grupos: Aliados (aliança militar entre Inglaterra, França, EUA  e URSS) e o Eixo (aliança militar entre Alemanha, Itália e Japão);
  • Os Estados Unidos entraram na Guerra em 1941, após o bombardeio na base de Pearl Harbor no Havaí. A União Soviética aderiu no mesmo ano, quando os nazistas quebraram o Pacto germano-soviético;
  • A primeira fase da guerra ficou marcada por vitórias do Eixo com a tática da guerra-relâmpago, ou Blitzkrieg, empregada pelo exército alemão;
  • A segunda fase da guerra revelou o equilíbrio de forças entre Aliados e o Eixo;
  • A terceira fase teve o avanço dos Aliados sobre o Eixo, com a vitória nas batalhas de Stalingrado, da Normandia, de Ardenas e na Campanha da Itália;
  • Com a derrota na batalha de Stalingrado, os alemães passaram de uma posição ofensiva para uma posição defensiva, e foram empurrados pelo Exército Vermelho para Berlim;
  • O Brasil entrou na Guerra em 1944, enviando tropas para a Itália, onde os Aliados lutavam contra os últimos batalhões do Eixo na Europa;
  • Apesar da proximidade entre os governos nazifascistas e o de Vargas, o Brasil entrou na Segunda Guerra ao lado dos Aliados;
  • Em agosto de 1945, a Segunda Guerra Mundial terminou oficialmente;
  • A Segunda Guerra Mundial deixou entre 50 a 70 milhões de mortos, entre militares e civis.

Como a Segunda Guerra Mundial cai no Enem e nos vestibulares

No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as questões de História refletem sobre o Holocausto, o totalitarismo e os horrores cometidos durante a Segunda Guerra Mundial. Portanto, é importante compreender como esse cenário impactou a visão de mundo das pessoas e as reflexões na Filosofia. Resultou ainda em mudanças na geopolítica, como a criação da ONU, dos direitos humanos.

Exercício 1

(Enem 2019)  Essa atmosfera de loucura e irrealidade, criada pela aparente ausência de propósitos, é a verdadeira cortina de ferro que esconde dos olhos do mundo todas as formas de campos de concentração. Vistos de fora, os campos e o que neles acontece só podem ser descritos com imagens extraterrenas, como se a vida fosse neles separada das finalidades deste mundo.

Mais que o arame farpado, é a irrealidade dos detentos que ele confina que provoca uma crueldade tão incrível que termina levando à aceitação do extermínio como solução perfeitamente normal.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989 (adaptado).

A partir da análise da autora, no encontro das temporalidades históricas, evidencia-se uma crítica à naturalização do(a)

a) ideário nacional, que legitima as desigualdades sociais.    

b) alienação ideológica, que justifica as ações individuais.

c) cosmologia religiosa, que sustenta as tradições hierárquicas

d) segregação humana, que fundamenta os projetos biopolíticos.

e) enquadramento cultural, que favorece os comportamentos punitivos.

Resposta: [D]
Os campos de concentração foram criados na Alemanha nazista para receber as chamadas sub-raças (judeus, ciganos e africanos, principalmente), classificação criada e difundida por Hitler. Assim, enquanto política de Estado, isso nada mais é do que a legitimação da segregação humana.

Já os vestibulares em geral, esperam que você domine informações mais objetivas sobre a Guerra, como o resultado de algumas batalhas e a entrada de países no conflito. 

Exercício 2

(UEPG - PSS 3 2022)  A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi um conflito que envolveu países dos cinco continentes, mobilizou recursos humanos e capitais, redirecionou a produção agrícola e industrial em todo o mundo, provocou a morte de cerca de 60 milhões de pessoas, e mudou a correlação de forças no campo político mundial na segunda metade do século XX. A respeito desse tema, assinale o que for correto.

01) A destruição de Hiroshima e Nagasaki, cidades japonesas atingidas por bombas atômicas, simbolicamente representou um dos marcos da vitória dos Aliados no conflito. 

02) Os primeiros anos da Guerra foram marcados pelo avanço e pelo controle das forças do Eixo sobre o continente europeu.

04) A Batalha de Stalingrado, confronto que colocou frente a frente tropas nazistas e soviéticas, foi um dos momentos cruciais da Segunda Guerra e marcou a última grande vitória alemã no conflito. 

08) A entrada efetiva dos Estados Unidos na Guerra ocorreu após o violento ataque da Luftwaffe, a força aérea nazista, à base naval de Pearl Harbour, no Havaí.

Resposta: 01 + 02 = 03
A questão aponta para fatos importantes que ocorreram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). As respostas corretas para [04] e [08] são: os alemães nazistas perderam a Batalha de Stalingrado e os Estados Unidos entraram no conflito após o ataque do Japão à base naval de Pearl Harbor, no Havaí.

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Bárbara Donini

Analista de História no Aprova Total. Licenciada (Udesc) e mestre (UFSC) em História, tem experiência na área de educação, no Ensino Fundamental e em curso pré-vestibular.

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