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12 efemérides de 2023 que podem ser lembradas nos vestibulares

Confira datas marcantes que estão fazendo aniversário e como elas podem aparecer nas provas

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Você conhece o significado da palavra “efeméride”? Ela vem do latim e é usada para definir algo “próprio de um dia específico”, como se fosse um aniversário. Além disso, por muito tempo, foi o nome dado a um livro que trazia registros de eventos importantes. Mas onde queremos chegar com esse papo? Bom, o ★A★ da questão é que está no momento de olhar para as efemérides de 2023 no vestibular!

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Acredite, mapeá-las é uma ótima estratégia para saber quais datas marcantes estão fazendo aniversário e como elas podem aparecer nas provas. Por isso, a seguir, você confere uma lista com 12 eventos importantes para ficar de olho. Então, senta que lá vem história - e efemérides 2023 no vestibular! 🥸

Efemérides de 2023 no vestibular

1. 200 anos da Doutrina Monroe (1823)

Frequentemente, resumimos a Doutrina Monroe na frase “a América para os americanos”, mas na realidade, ela foi uma postura política adotada pelos Estados Unidos nas primeiras décadas do século XIX. O objetivo era cortar laços e dependências com as monarquias europeias (sobretudo Inglaterra e Espanha), que continuavam buscando intervir politicamente nos recém-formados países americanos.

A doutrina se resumia em três pontos principais:

  • Não criação de colônias europeias na América;
  • Não intervenção em assuntos internos dos países americanos;
  • Não intervenção dos Estados Unidos nos conflitos entre países europeus e suas colônias já existentes.

2. 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)

A Carta das Nações Unidas (1945) surgiu sob o trauma da 2ª Guerra Mundial (1939-1945) e do Holocausto. O tema dos direitos humanos se tornou importante, mas ganhou ainda centralidade com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em dezembro de 1948 pela maioria dos membros da Assembleia Geral das Nações Unidas. Os seus trinta artigos formam um documento essencial para o direito humanitário internacional e são derivados de tradições jurídicas dos mais variados países, desde a Europa e América Anglo-Saxônica, passando pelo Mundo Árabe, Leste Asiático e América Latina.

3. 50 anos da Guerra do Yom Kipur (1973)

O Yom Kipur é um dos dias mais importantes do judaísmo, marcado por um período de 24 horas de oração e reflexão. Nele, o jejum acontece junto a outras privações físicas, pois representa um momento de arrependimento e de perdão divino na religião judaica.

Em outubro de 1973, essa data foi escolhida por uma coalizão de estados árabes para atacar Israel como resposta ao desfecho da Guerra dos Seis Dias (1967). Os israelenses massacraram militarmente os estados árabes que estavam organizando um bloqueio por serem contra a existência do país.

Este foi mais um dos conflitos no contexto da Guerra Fria, quando Israel teve apoio dos EUA e a coalizão árabe recebeu apoio da URSS. O conflito – que durou pouco mais de 20 dias – terminou com vitória israelense novamente.

4. 50 anos da 1ª grande crise do petróleo (1973)

Como resposta ao posicionamento da ONU à guerra do Yom Kippur, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), majoritariamente muçulmana, iniciou um embargo a todas as regiões que apoiavam ou reconheciam a existência do estado de Israel.

O país mais atingido foi os Estados Unidos, que vivia um crescimento vertiginoso no momento – sobretudo na indústria bélica e automobilística, e que, do dia para noite, viu o preço do barril de petróleo mais que quadruplicar.

A situação só se normalizou no ano seguinte, após acordos militares entre Israel e os países muçulmanos membros da OPEP.

5. 50 anos do golpe militar de Pinochet no Chile (1973)

Seguindo a linha de outros golpes políticos financiados pela CIA na América Latina, o mesmo ocorreu no Chile em 1973. Salvador Allende, então presidente eleito em 1970, foi derrubado por um golpe articulado pelas forças armadas e encabeçado pelo general Augusto Pinochet.

A ditadura chilena é reconhecida como uma das mais violentas da América do Sul, que exilou, torturou ou assassinou mais de 200 mil pessoas. Dessa forma, moldou toda a estrutura política, social e econômica que segue presente no Chile até os dias de hoje, mesmo com o final do regime em 1990.

6. 40 anos do Movimento Diretas Já (1983)

O Movimento Diretas Já é uma das efemérides 2023 que podem cair no vestibular. Ele foi uma articulação popular em oposição ao regime ditatorial instaurado no Brasil em 1964. Ele surgiu após pequenos protestos e manifestações isoladas que reivindicavam eleições diretas para presidente, mas o movimento logo tomou corpo e teve a adesão de diversas camadas da sociedade brasileira.

O resultado foi a elaboração de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) pelo deputado Dante de Oliveira. A proposta era alterar o texto da constituição de 1967, a fim de retomar as eleições diretas para presidente da República. 

Imagem: Arquivo Agência Brasil

Porém, a proposta não teve aprovação, já que grande parte dos deputados do partido Arena não compareceu no dia da votação. Assim, a PEC, que precisava de pelo menos ⅔ dos votos da casa a seu favor, não conseguiu atingir a quantidade mínima de votos.

Apesar do fracasso da PEC, o movimento das Diretas Já foi um passo importante em direção à redemocratização do país. Inúmeros políticos se colocaram contra a base aliada do governo, e o movimento culminou na eleição indireta do candidato de oposição, Tancredo Neves, para a presidência em 1985.

7. 35 anos da promulgação da Constituição Federal (1988)

A ditadura militar brasileira durou entre 1964 e 1985, com o estabelecimento de leis de cunho essencialmente autoritário, como o Ato Institucional nº 5, de 1968. Ao fim do regime, era necessário construir a base legal para um Estado democrático de direito, levando à instituição de uma Assembleia Constituinte entre 1987 e 1988. A conclusão dos trabalhos resultou na promulgação da Constituição de 1988. Até hoje em vigor, ela buscou instituir uma república federal, democrática e envolta na meta de um Estado de bem-estar social.

8. 30 anos dos Acordos de Oslo (1993)

Os acordos de Paz de Oslo marcaram os esforços de pacificar as relações entre Palestina e o Estado de Israel. Eles foram tão marcantes, que os líderes dos respectivos estados ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 1993.

A influência desse evento na política externa global do final do século XX é inquestionável. Embora os acordos não tenham resolvido totalmente a questão da Palestina e da Faixa de Gaza, sua existência prova que já houve interesse em cessar as hostilidades na região, alvo de disputas e conflitos por séculos.

9. 30 anos da União Europeia (1993)

Os primórdios da União Europeia remetem à formação da Comunidade Econômica Europeia em 1957 com o Tratado de Roma, no contexto pós-2ª Guerra Mundial e estabelecimento da Guerra Fria. Entretanto, a União Europeia (UE) que conhecemos hoje foi formada em 1993 com o Tratado de Maastricht.

O tratado estabeleceu pilares econômicos e administrativos do bloco, que atualmente é composto por 27 países, dos quais 20 concordaram em adotar o euro como moeda única, o euro.

10. 30 anos da divisão da Tchecoslováquia

A Tchecoslováquia foi um estado formado em 1918 ao norte da península balcânica, numa região historicamente disputada na Europa, visto que era caminho para o Oriente Médio. Ela esteve sob controle alemão a partir de 1938 e durante toda a 2ª Guerra Mundial, retomando sua autonomia somente em 1948.

Durante o restante do século XX, a Tchecoslováquia fez parte da URSS e foi palco de protestos contra o domínio político soviético em 1968. Eles ficaram conhecidos como a Primavera de Praga, em um contexto sufocado pela União Soviética.

Em 1993, após a falência da URSS, o estado dividiu-se entre as duas etnias de povos majoritários no país - a República Tcheca e a Eslováquia.

11. 30 anos da Chacina da Candelária

A Chacina da Candelária foi um sangrento ataque de policiais militares a moradores de rua no centro da cidade do Rio de Janeiro em julho de 1993. Na ocasião, oito crianças e jovens foram mortos e dezenas de pessoas ficaram feridas. 

Protesto em frente à Igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, em 2009 (Imagem: Wikimedia Commons)

O evento teve repercussão mundial. A Comunidade Econômica Europeia (órgão anterior a União Europeia) chegou a assinar um documento pedindo que a justiça brasileira tomasse providências em relação ao caso. O julgamento levou mais de duas décadas para ser finalizado, e 7 pessoas foram indiciadas – quatro condenadas pelo crime (das quais, três já estão em liberdade condicional) e três foram absolvidas.

12. 20 Anos da Guerra do Iraque

A Guerra do Iraque está no contexto da “Guerra ao Terrorismo”, que começou no governo Bush após o atentado de 11 de setembro ao World Trade Center, em Nova York. Ela começou efetivamente com a invasão do Iraque por uma coalizão militar comandada por tropas estadunidenses em março de 2003.

Os enfrentamentos culminaram na captura e execução do ditador iraquiano Saddam Hussein. Na sequência, o país passou por uma profunda guerra civil entre diferentes grupos religiosos. O Iraque ficou ocupado por tropas estadunidenses até 2011, quando Barack Obama, presidente dos EUA à época, declarou encerrada a operação.

A guerra foi considerada um fracasso pela mídia global e gerou clima de instabilidade constante para a sociedade iraquiana, que ainda não se recuperou plenamente do conflito.

Como as efemérides 2023 já apareceram nos vestibulares?

Exemplo 1

(FAMEMA 2022) Em 2 de dezembro de 1823, James Monroe, presidente dos Estados Unidos, em sua mensagem anual ao Congresso anunciou o que veria a ser conhecida como “Doutrina Monroe”:

Julgamos propícia esta ocasião para afirmar como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia.

Com base no trecho, analise as afirmativas a seguir sobre a Doutrina Monroe e as relações entre Estados Unidos (EUA) e a América Latina na primeira metade do século XIX:

( ) Doutrina elaborada no contexto de afirmação das independências da maior parte das ex-colônias ibéricas na América, de caráter defensivo, que ficou associada ao slogan “América para os americanos”.

( ) É um discurso contra o predomínio britânico na região e legitimador dos interesses intervencionistas do imperialismo dos EUA, que queria tornar-se uma potência hegemônica na região usando a “Política do Grande Porrete”.

( ) Estratégia de relacionamento com a América Latina pautada na colaboração econômica, com o fim de formar mercados externos para os produtos e investimentos da nascente indústria norte-americana e ficou conhecida como “Política da Boa Vizinhança”.

As afirmativas são, na ordem apresentada, respectivamente,

a) V – V – F   

b) V – F – V   

c) F – V – F   

d) V – F – F   

e) F – F – V   

Resposta: d
A afirmação 1 está correta, pois a Doutrina Monroe buscava legitimar as independências na América e afastar a influência europeia.

Já a afirmação 2 está incorreta, pois a Doutrina Monroe não se orientava apenas aos britânicos, mas para toda a Europa. A “Política do Grande Porrete” se relaciona com o final do século XIX.

E a afirmação 3 está incorreta, pois a “Política da Boa Vizinhança” só entrou em vigor no século XX.

Exemplo 2

(Uece 2023) Durante o movimento denominado “Diretas Já”, ocorrido em todo o Brasil entre os anos de 1983 e 1984, um enorme contingente de cidadãos envolveu-se nas manifestações. Nas dezenas de comícios realizados nas principais cidades do país, aqueles eventos contaram com a participação de políticos, artistas renomados, jogadores de futebol famosos, líderes sindicais, representantes estudantis e jornalistas. Sobre esse momento da história política brasileira, é correto afirmar que

a) teve como objetivo tentar impedir a implantação do Ato Institucional nº 5 (AI-5), que estabelecia o fechamento do Congresso Nacional e o fim das garantias e dos direitos civis.   

b) objetivava retomar o sistema de voto direto para o cargo de Presidente da República a partir da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 5, do deputado Dante de Oliveira.   

c) ocorreu como uma tentativa de barrar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 16, que alteraria a Constituição, abrindo a possibilidade de reeleição para quem ocupava cargos em qualquer nível do Poder Executivo.   

d) teve como foco apoiar o processo de impeachment, por crime de responsabilidade, contra o então presidente Fernando Collor de Mello, último presidente brasileiro eleito por meio de eleição indireta.

Resposta: b
a) Incorreta, pois o AI-5 foi implementado em 1968.
b) Correta, já que o "Diretas Já" fez parte da articulação política em favor do voto direto para presidente da República através da PEC Dante de Oliveira.
c) Incorreta, porque o movimento não teve relação com esta PEC.
d) Incorreta, pois o impeachment de Collor ocorreu em 1992.

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Magno Dick

Graduando em História (licenciatura e e bacharelado) pela UFSC e colaborador no blog do Aprova Total.

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