Saiba quais são os climas do Brasil e suas características
Você conhece todos os climas predominantes no Brasil e sabe como diferenciá-los? Descubra quais fatores interferem na formação de cada um deles
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Com dimensões continentais, o Brasil possui uma grande diversidade climática, separada em seis principais climas. Essa diversidade de climas no Brasil é resultado da interação de diversos elementos, incluindo a latitude, a influência do oceano e as distintas massas de ar.
Neste artigo, iremos abordar os principais tipos de climas, suas áreas de ocorrência e características específicas de cada um.
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Conceitos importantes de climatologia
Antes de mergulharmos nos climas do Brasil, é importante entendermos alguns termos-chave para a climatologia, como tempo, clima, latitude, altitude e alguns outros.
Isso porque eles irão ajudar na compreensão das diferenças entre cada clima brasileiro e podem auxiliar você a responder algumas questões dos vestibulares. Vamos conferir?
Clima
O clima refere-se ao padrão de longo prazo das condições meteorológicas em uma determinada área. Isso inclui variáveis como temperatura, umidade, precipitação (chuva, neve), vento e pressão atmosférica.
O clima é uma média das condições atmosféricas coletadas e analisadas ao longo de muitos anos, geralmente décadas.
Tempo
O tempo, na climatologia, refere-se às condições atmosféricas em um lugar específico e em um momento específico. Ele abrange elementos como temperatura, umidade, precipitação (como chuva ou neve), cobertura de nuvens, e atividade do vento.
Ao contrário do "clima", que é a média de longo prazo desses elementos em uma região, o tempo pode mudar de minuto a minuto e de dia para dia.
Zona Climática
As zonas climáticas da Terra são faixas que representam diferentes padrões de incidência de radiação solar e iluminação, influenciadas principalmente pela latitude. Existem três zonas climáticas no mundo:
- Zona tropical ou intertropical: localizada entre os trópicos, esta zona recebe muita iluminação solar direta, resultando em temperaturas elevadas e pouca variação entre a duração do dia e da noite;
- Zona temperada: situada entre os trópicos e os círculos polares, tem raios solares mais inclinados e, portanto, temperaturas mais amenas. Caracteriza-se por estações do ano bem definidas.
- Zona polar: entre os círculos polares e os polos, recebe raios solares muito inclinados, resultando em temperaturas baixas e grandes variações na duração dos dias ao longo do ano.
Radiação
A radiação é essencialmente o calor que a atmosfera absorve. Normalmente, essa radiação provém do Sol, mas também há fontes naturais e artificiais que podem refletir essa energia solar de volta para a atmosfera.
A maneira como a radiação solar se comporta varia em diferentes partes do mundo, sendo bastante influenciada pela latitude. Essa variação na radiação solar é responsável pela formação de diversas zonas térmicas ou climáticas na Terra.
Pressão atmosférica
A pressão atmosférica é a força que o ar exerce sobre a superfície da Terra, resultante do peso da atmosfera. Em outras palavras, a pressão atmosférica é a pressão exercida pelo peso do ar na atmosfera da Terra.
Esta pressão é o que mantém a atmosfera unida e varia de acordo com a altitude e as condições meteorológicas.
Umidade
Umidade refere-se à presença de vapor de água no ar. Essa medida pode ser quantificada de duas maneiras: de forma absoluta, como a unidade absoluta do ar, ou de maneira relativa, conhecida como umidade relativa do ar.
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Latitude
A latitude desempenha um papel crucial na incidência dos raios solares sobre a Terra. À medida que se avança em direção aos polos, os raios solares atingem a superfície de forma mais oblíqua, resultando em uma menor intensidade e dispersão da energia solar na atmosfera.
Altitude
A altitude tem um impacto significativo na densidade do ar; por exemplo, em altitudes mais elevadas, o ar é mais rarefeito, o que significa que há menos moléculas de ar.
Como resultado, a transferência de calor entre as moléculas de ar é reduzida. Portanto, geralmente observa-se que quanto maior a altitude, mais baixa é a temperatura.
Maritimidade
A maritimidade influencia o clima através da proximidade com os oceanos, que atuam como grandes reservatórios de umidade e permitem a movimentação livre dos ventos sobre suas superfícies. Áreas costeiras, portanto, têm maior probabilidade de receber massas de ar úmidas.
A maritimidade também contribui para um aumento na frequência de tempestades tropicais, embora as variações de temperatura nessas regiões sejam menos extremas em comparação com áreas mais distantes do mar.
Continentalidade
Continentalidade é o efeito que a distância de um local em relação ao mar ou a grandes corpos de água tem sobre o seu clima.
Áreas mais distantes do mar, ou seja, mais continentais, geralmente experimentam uma maior variação de temperatura entre as estações do ano e até mesmo ao longo do dia. Isso ocorre porque a terra aquece e esfria mais rapidamente do que a água.
Massas de ar
Massas de ar são grandes volumes de ar com características de temperatura, umidade e pressão relativamente uniformes. Elas se formam sobre extensas áreas geográficas e são influenciadas pelas características da superfície sobre a qual se originam, como oceanos ou continentes.
As massas de ar podem ser quentes ou frias, úmidas ou secas, e se movem, influenciando o clima e o tempo das regiões pelas quais passam. Seu deslocamento e interação com outras massas de ar são fatores que interferem na formação de diferentes condições meteorológicas.
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Principais massas de ar que agem sobre o Brasil
Existem diferentes massas de ar que atuam no Brasil ao longo do ano, e elas podem mudar seu fluxo conforme a estação. A seguir, veja a representação dos mapas e saiba como as massas de ar influenciam os climas do Brasil.
Massa Equatorial Continental (mEc)
A Massa Equatorial Continental (mEc), caracterizada por ser quente, úmida e de baixa pressão, se origina na região amazônica.
Esta massa de ar é uma fonte vital de chuvas para grande parte do Brasil, especialmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste, Sul e, de forma mais intensa, na região Norte. A maior parte de sua umidade é proveniente da evapotranspiração da Floresta Amazônica.
No verão, a mEc expande sua influência para o sul, deslocando-se em direção ao leste. Durante o inverno, ocorre uma redução significativa em seu alcance. Neste período, sua menor presença permite a chegada de massas de ar mais frias, como a massa polar atlântica, ao Norte do Brasil.
Este fenômeno leva à queda acentuada nas temperaturas, podendo resultar em prejuízos para as culturas agrícolas da região, um evento conhecido como friagem.
Massa Equatorial Atlântica (mEa)
A Massa Equatorial Atlântica (mEa), quente e úmida, tem sua origem no Oceano Atlântico. Impulsionada pelos ventos alísios de leste, essa massa de ar se move em direção ao oeste, rumo à costa brasileira das regiões Norte e Nordeste.
Durante todo o ano, a mEa se desloca longitudinalmente, seguindo um padrão leste-oeste. No verão, essa massa consegue avançar para regiões mais ao sul da linha do Equador, atingindo estados como Alagoas e Sergipe.
Já no inverno, sua atuação se concentra mais sobre a região Norte e parte do Maranhão. Neste período, a mEa se desloca para o norte da linha do Equador, o que resulta em uma diminuição das chuvas na região.
A interação dessa massa de ar com outros fatores climáticos conduz à formação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). Esse fenômeno climático traz massas de ar quentes e úmidas do oceano para o continente, influenciando significativamente o clima da região.
Massa Tropical Atlântica (mTa)
A Massa Tropical Atlântica (mTa) é uma entidade atmosférica complexa, composta por duas camadas distintas: a superior e a inferior. Enquanto a camada superior é caracterizada por ser quente e seca, a inferior é marcada por ser fria e úmida.
Esta massa de ar se origina no Oceano Atlântico, próximo ao Trópico de Capricórnio, e está intimamente ligada aos seus anticiclones, influenciando uma vasta área do litoral através das suas chuvas orográficas (chuvas que ocorrem quando massas de ar úmido sobem por encostas de montanhas, resfriam-se, condensam-se e causam precipitação no lado voltado para o vento da montanha.).
No inverno, a mTa geralmente não contribui significativamente para a formação de chuvas. Por outro lado, no verão, ela tem a capacidade de transportar umidade até a depressão do Chaco, abrangendo regiões da Argentina e do Paraguai, e alcançando áreas próximas à Cordilheira dos Andes.
Massa Tropical Continental (mTc)
A Massa Tropical Continental (mTc), conhecida por sua natureza quente e seca, está associada à depressão do Chaco, um sistema de baixa pressão que se desenvolve entre a bacia Amazônica, a maior parte do Paraguai e o norte da Argentina.
No verão, as temperaturas aumentam consideravelmente devido à escassa nebulosidade, o que amplifica o aquecimento diurno e o resfriamento noturno.
Esta massa de ar desempenha um papel vital na regulação das chuvas sobre o Pantanal, intensificando as precipitações de novembro a maio, período que caracteriza o alagamento da região e a consequente saturação do solo com húmus, matéria orgânica e sais minerais. Nos meses mais secos do ano, observa-se uma diminuição nas áreas inundadas.
No inverno, a área experimenta menos chuvas, marcando um período de "perda de água". Já no verão, as chuvas são mais frequentes, caracterizando um "acúmulo de água".
Por ter características quentes e secas, e por estar situada entre a Amazônia e as cordilheiras dos Andes, a mTc é fortemente influenciada por outras massas de ar mais dinâmicas. Ela tem uma interação especialmente próxima com a Massa Equatorial Continental (mEc), que se move para o sul, trazendo chuvas abundantes, particularmente para a região do Pantanal.
Massa Polar Atlântica (mPa)
A Massa Polar Atlântica (mPa), reconhecida por suas características frias e úmidas, está relacionada com os anticiclones migratórios.
Esta massa de ar se torna mais proeminente durante os meses de inverno do hemisfério sul. Neste período, ela avança sobre o continente com força considerável, trazendo frentes frias.
Essas frentes frias são as principais causadoras de uma série de fenômenos meteorológicos, como a queda nas temperaturas, chuvas prolongadas, ocorrência de geadas e a (bem rara) neve.
Tipos de clima do Brasil e suas características
O Brasil, com sua vasta extensão territorial, abriga seis tipos distintos de clima.
Essa variedade se traduz em uma gama de temperaturas, desde as mais elevadas até as mais baixas, estabelecendo regiões com estações bem demarcadas ou com calor constante durante todo o ano.
Além disso, o país exibe uma variação significativa em termos de precipitação, com algumas áreas recebendo chuvas abundantes, enquanto outras permanecem predominantemente secas.
Os seis principais climas do Brasil são:
Tropical semiárido
Com uma média térmica rondando os 27 ºC e uma precipitação irregular, o semiárido se destaca como um dos climas mais desafiadores para a agricultura e pecuária.
Este clima é predominante no interior do Nordeste brasileiro. Em ocasiões, a massa equatorial atlântica avança para o interior do continente, trazendo chuvas intensas, especialmente entre fevereiro e abril.
A aridez característica dessa região tem relação com o Planalto da Borborema, que atua como uma barreira natural, impedindo a chegada de massas de ar mais úmidas.
Ao longo do ano, o semiárido mantém temperaturas elevadas com variação térmica mínima. As escassas chuvas ocorrem de maneira concentrada, não ultrapassando os 700 milímetros por ano.
🥵 Neste clima, períodos de seca que duram de seis a nove meses são comuns, podendo se estender ainda mais durante os eventos do El Niño.
Equatorial
O clima equatorial se estende da região Amazônica, incluindo o norte do Mato Grosso até o oeste do Maranhão, é profundamente influenciado por massas de ar quentes e úmidas, como a massa equatorial continental e a massa equatorial atlântica.
As temperaturas médias variam de 25 °C a 27 °C, e mesmo nos dias considerados mais frios, a variação é mínima, não ultrapassando 3 graus abaixo da média.
Essa região é um verdadeiro reservatório de umidade, em grande parte devido à evapotranspiração intensa promovida pela própria Floresta Amazônica. Mesmo no período menos chuvoso, o acúmulo pluviométrico supera 150 milímetros, alcançando uma média anual de aproximadamente 2.300 milímetros.
A região é também um ponto de convergência dos ventos alísios, vindos do leste, formando a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), um fator crucial no padrão climático local.
Tropical Típico
O clima tropical típico, também conhecido como tropical semiúmido ou tropical continental, é uma das principais zonas climáticas do Brasil.
Predominante no interior do Nordeste (Maranhão, Piauí e Bahia), na região Sudeste (Minas Gerais e São Paulo), e no Centro-Oeste (Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul), este clima também pode ser observado em Roraima, no extremo Norte do país.
As temperaturas oscilam entre 18 °C e 28 °C, com uma variação térmica geralmente não superior a 5 °C. Caracteriza-se por duas estações distintas: uma úmida e outra seca. Durante o verão, as chuvas são frequentes, enquanto o inverno se apresenta predominantemente seco.
A escassez de chuvas na estação mais fria do ano pode levar a incêndios espontâneos nas vegetações do Cerrado. Além disso, a aridez do ar nesta época pode ser problemática para pessoas com dificuldades respiratórias, causando desconforto e mal-estar.
Tropical atlântico
Este clima, também referido como tropical úmido, abrange uma vasta área que vai do Rio Grande do Norte até o Paraná. As temperaturas médias variam entre 18 °C e 26 °C, apresentando maior amplitude térmica na porção mais ao sul de sua extensão.
Este clima é fortemente influenciado pela massa tropical atlântica, que é a grande responsável por chuvas intensas e frequentes.
Com um volume pluviométrico considerável, a região registra quase 2.000 milímetros de chuva por ano. No inverno, as precipitações são mais concentradas no litoral do Nordeste, enquanto nos meses de verão, as chuvas se tornam mais comuns no litoral da região Sudeste.
Tropical de altitude
Este clima, mais específico e característico, é encontrado nas regiões que ultrapassam os 800 metros de altitude no Planalto Atlântico da região Sudeste do Brasil, abrangendo todos os estados da região.
É fortemente influenciado pela massa tropical atlântica (mTa), que é responsável por intensas chuvas durante o verão. As temperaturas médias ficam entre 18°C e 22 °C, com uma variação térmica de 7°C a 9 °C. No inverno, as geadas são um fenômeno comum devido à atuação das frentes frias da massa polar atlântica.
⛰️ De modo geral, esse clima é quase um "espelho" do clima tropical típico, com invernos mais secos e verões chuvosos. A amplitude térmica característica está mais associada à localização em áreas de maior altitude.
Subtropical úmido
Conhecido simplesmente como clima subtropical, este tipo climático predomina nas latitudes ao sul do trópico de capricórnio. Abrange quase toda a região Sul do Brasil e uma parte menor de São Paulo.
Este clima é fortemente influenciado pela massa polar atlântica, apresentando uma temperatura média de 18 °C e uma variação térmica em torno de 10 °C.
As precipitações são bem distribuídas durante o ano. No inverno, são comuns as chuvas frontais causadas pelas frentes frias, além do fenômeno dos "rios voadores", que transportam nuvens de chuva desde a Amazônia até o oeste dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nas áreas mais elevadas da Serra e do Planalto Meridional, geadas e nevadas são frequentes no inverno. Apesar das temperaturas geralmente amenas, no verão, os termômetros podem registrar até 30 °C.
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Extra: o que está por trás do calor excessivo no Brasil?
O calor excessivo no Brasil e as ondas de calor em 2023 não podem ser atribuídos a uma única causa, mas à uma combinação de fatores.
Um dos principais elementos é o fenômeno El Niño, que provoca um aquecimento acima da média das águas do Oceano Pacífico na região da Linha do Equador. Esse aquecimento das águas impacta diretamente as temperaturas em várias regiões do mundo, incluindo o Brasil.
Outro fator relevante é o que os especialistas chamam de "domo de calor", uma área de alta pressão atmosférica que se mantém estável em uma região e aprisiona o ar quente. Esse fenômeno também contribui para a instabilidade das chuvas nas áreas periféricas dessa massa de ar.
Além disso, as mudanças climáticas têm um papel crucial nesse cenário. O aumento na frequência e na intensidade de eventos climáticos extremos tem sido observado e está diretamente relacionado ao aquecimento global.
A tendência de aumento de temperatura é impulsionada pela poluição de carbono, resultante da queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás natural.
Resumo: climas do Brasil
Os principais fatores que influenciam o clima são a umidade, latitude, altitude, maritimidade e continentalidade.
Os seis principais climas do Brasil que você precisa conhecer são:
- Equatorial: temperaturas médias de 25 °C a 27 °C, úmido, presente na região Amazônica.
- Tropical típico: caracterizado por estações úmidas e secas, comum no interior do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.
- Tropical semiárido: médias de 27 °C, precipitação irregular, predominante no interior do Nordeste.
- Tropical atlântico: varia do Rio Grande do Norte ao Paraná, influenciado pela mTa.
- Tropical de altitude: encontrado acima de 800 metros de altitude, no Planalto Atlântico do Sudeste.
- Subtropical úmido: predominante ao sul do Trópico de Capricórnio, na região Sul e parte de São Paulo.
Como os climas do Brasil caem no Enem e nos vestibulares
De acordo com a análise de incidência do Enem do Aprova Total - que analisa o conteúdo das provas -, climas do Brasil foi top 8 entre os temas nos últimos sete anos. Já na Fuvest, aparecem ainda mais, estando no top 7 temas mais abordados nas questões.
Analisando os principais vestibulares do Brasil é inegável que os climas do Brasil devem estar no seu cronograma de estudos. Assim, a seguir, selecionamos três questões (do Enem e de alguns dos principais vestibulares) para você descobrir como o assunto é abordado. Confira!
Exemplo 1
(ENEM 2015)
De acordo com as figuras, a intensidade de intemperismo de grau muito fraco é característica de qual tipo climático?
a) Tropical.
b) Litorâneo.
c) Equatorial.
d) Semiárido.
e) Subtropical.
Resposta: [D]
O intemperismo, que é a decomposição da rocha por meio de processos físicos e químicos, é considerado "bastante fraco" no sertão do Nordeste, uma região de clima predominantemente semiárido. Isso ocorre porque a escassa chuva, geralmente abaixo de 600 mm por ano, resulta em uma infiltração de água reduzida e, consequentemente, em um menor intemperismo químico, o que contribui para a formação de solos menos evoluídos.
Exemplo 2
(Fuvest 2023) O estado de São Paulo, por suas características climáticas, apresenta, no outono e no inverno, probabilidade de ocorrência de geada.
Com base em seu conhecimento sobre o estado de São Paulo e os fatores que contribuem para a formação de geadas, é correto inferir que a maior ocorrência de geadas no estado de São Paulo está associada
a) às maiores altitudes da Serra da Mantiqueira, que contribuem para reduzir a temperatura do ar.
b) às baixas altitudes do Vale do rio Ribeira de Iguape, que contribuem para a entrada de ar frio.
c) ao efeito da maritimidade, que injeta ar frio para o continente, diminuindo a temperatura do ar.
d) às grandes extensões do Planalto Ocidental Paulista, que favorecem o acúmulo de ar frio.
e) à ausência de cobertura vegetal em grande parte do território paulista, que potencializa o resfriamento noturno.
Resposta: [A]
A escolha acertada é a letra A, visto que áreas mais elevadas e com temperaturas mais baixas têm uma maior incidência de geadas.
As opções que não se alinham com a realidade incluem:
B: pois as altitudes mais baixas do Vale do Ribeira estão associadas às temperaturas médias mais altas;
C: já que a influência marítima resulta em menores variações de temperatura, evitando extremos térmicos;
D: porque o Planalto Ocidental Paulista apresenta uma menor frequência de geadas;
E: pois o esfriamento durante a noite não é um fator determinante para a formação de geadas.
Exemplo 3
(Uerj 2023) Zelão (1960)
Todo morro entendeu quando o Zelão chorou
Ninguém riu, ninguém brincou, e era carnaval
No fogo de um barracão
Só se cozinha ilusão
Restos que a feira deixou
E ainda é pouco só
Mas assim mesmo o Zelão
Dizia sempre a sorrir
Que um pobre ajuda outro pobre até melhorar
Choveu, choveu
A chuva jogou seu barraco no chão
Nem foi possível salvar violão
Que acompanhou morro abaixo a canção
Das coisas todas que a chuva levou
Pedaços tristes do seu coração
SÉRGIO RICARDO
Adaptado de m.letras.mus.br.
O climograma que melhor representa elementos climáticos da cidade onde poderia ocorrer o evento descrito na letra da canção é:
a)
b)
c)
d)
Resposta: [A]
A alternativa descreve a canção focando nos deslizamentos ou movimentos de terra no Rio de Janeiro, fenômenos decorrentes do seu clima tropical, marcado por altas temperaturas e chuvas intensas durante o verão.
Quanto às outras opções, elas não estão corretas:
B: o climograma indicado mostra uma precipitação insuficiente;
C: o climograma em questão corresponde ao clima tropical semiárido, característico do cerrado;
D: as temperaturas no inverno do Rio de Janeiro não chegam a ser negativas.