Dia da Amazônia: conheça o maior bioma brasileiro
Assim como a flora, a fauna na Floresta Amazônica tem características muito diversas e está entre as maiores do mundo
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A Floresta Amazônica tem, entre as suas características, clima equatorial, flora densa e fauna extremamente diversa. Ela está localizada na Amazônia, bioma que abrange nove países diferentes e corresponde a aproximadamente 50% do território brasileiro.
Tanto a Floresta Amazônica quanto a bacia do Rio Amazonas estão no centro dos debates sobre o meio ambiente. Preservá-los é essencial para o equilíbrio ecológico do planeta, pois parte da crise climática que estamos vivenciando atualmente está ligada ao desmatamento na região, que atinge números cada vez mais preocupantes.
Neste dia 5/9, no qual comemoramos o Dia da Amazônia, o objetivo é alertar para a preservação desse que é um dos valiosos patrimônios naturais da humanidade.
A seguir, você conhece mais sobre a maior floresta tropical do mundo.
NAVEGUE PELOS CONTEÚDOS
Principais características da Floresta Amazônica brasileira
Mais de 60% da Floresta Amazônica fica no Brasil. Dividida nos 7 estados da região Norte, além do Mato Grosso e Maranhão, essa floresta também dá nome à maior bacia hidrográfica do mundo, a Bacia Amazônica.
O Rio Amazonas nasce na Cordilheira dos Andes e desemboca no Oceano Atlântico, um total de 6.992 km de extensão. Durante todo o percurso, diversos afluentes se juntam ao rio principal, podendo demorar quilômetros para esta união, como é o caso do Rio Negro e Solimões.
Em sua foz são liberados 160 milhões de litros d'água por segundo, por isso, é correto afirmar que grande parte da água doce disponível no mundo se encontra na Amazônia.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a Amazônia cobre território de 4,196.943 milhões de km² (IBGE,2004), onde crescem 2.500 espécies de árvores (ou 1/3 de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul).
A floresta, de vegetação densa, aberta e estacional (com árvores de médio e grande porte) ocupar 64% da Amazônia Legal, conceito criado em 1966 para se referir aos estados onde o bioma se faz presente: Amazonas, Acre, Pará, Amapá, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão, Goiás e Tocantins.
No entanto, o bioma é o menos habitado do país, com 23 milhões de pessoas vivendo por lá, uma média de 4 pessoas/km².
De acordo com o projeto Amazônia 2030, a cobertura vegetal da região divide-se em floresta nativa (63%) e vegetação nativa não florestal (19%). O restante da área (2%) é composto por rios e lagos.
Rios voadores: o clima e as chuvas na Amazônia
A região da Amazônia tem clima tropical, com temperatura média de 25°C durante todo ano. Por isso, a divisão climática é feita pelas chuvas, que podem superar 3.600 mm anuais e acontecem, principalmente, entre maio e dezembro.
Nas regiões litorâneas, as chuvas são mais constantes, por causa do contato com as frentes úmidas do Atlântico. Com a diferença de pressão, as nuvens adentram o continente, levando água para toda a Floresta Amazônica até as Cordilheiras dos Andes.
Ao chegarem no seu limite, a oeste da América do Sul, a frente úmida se devia para o sul e é dispersada. Esse fenômeno, conhecido como rios voadores, é essencial para que as chuvas avancem até as regiões centrais do país.
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Como é o solo da Floresta Amazônica?
Pobre em nutrientes, o solo da Floresta Amazônica é o oposto do que se imagina para uma floresta tão diversa. Contudo, o segredo dessa diversidade está na existência da própria floresta: a camada mais superficial do solo, repleta de matéria orgânica em decomposição, forma outra extremamente fértil, que chamamos de húmus.
A exceção de fatores abióticos positivos para a diversidade da flora na Amazônia é apenas o solo. São 40 mil espécies de plantas que se beneficiam de radiação solar alta, temperaturas constantes e grande índice de chuvas.
Rios da Amazônia
Com a a maior bacia hidrográfica do planeta, que ocupa mais de 7 milhões de km², a Amazônia tem rios caracterizados pelas cores diversas de suas águas. Os principais são:
- Rio Amazonas
De água barrenta e com mais de 1.100 afluentes, ele nasce na Cordilheira dos Andes, no Peru, e chega no Brasil conhecido como Solimões. Sua largura pode atingir até 100 metros; - Rio Negro
Como o próprio nome diz, é um rio de águas negras, caracterizado pela presença de areia e húmus. Além disso, é o maior afluente à margem esquerda do Rio Amazonas; - Rio Xingu
Sem tantos nutrientes, tem águas claras e sem concentração de nutrientes. Nasce no estado do Mato Grosso, na região da Parque Indígena do Xingu, sendo fonte de subsistência de diversos povos; - Rio Tapajós
Desagua na margem direita do Rio Amazonas e nasce na divisa entre os estados do Mato Grosso, Pará e Amazonas;
Características da biodiversidade animal na Floresta Amazônica
Assim como a flora, a fauna na Floresta Amazônica tem características muito diversas e está entre as maiores do mundo. Já foram descritas aproximadamente 60 mil espécies de insetos, mas a estimativa é que exista três vez mais que isso. Imagine: sob a perspectiva de tempo, caso descobríssemos uma espécie por dia, seriam mais de 300 anos de descobertas constantes.
Entre os vertebrados, também ainda há muitas espécies a se descobrir. Das mais de 4 mil conhecidas, dezenas foram descritas nos últimos anos, como uma anta, uma arraia-de-água-doce e um sapo-dourado.
Entre as espécies que já conhecemos, destacam-se onças-pintadas, harpias, sucuris, pirarucus, macacos e até anfíbios venenosos. Esses animais têm relações muito próximas com os povos indígenas e tradicionais, sendo, inclusive, protagonistas de mitos, lendas e tradições.
Os impactos do desmatamento na Amazônia
Apesar de a fauna e a flora da Floresta Amazônica se destacarem entre as características do bioma por sua beleza e diversidade, o desmatamento, infelizmente, também é protagonista.
Segundo o MapBiomas Alerta, iniciativa do Observatório do Clima da Organização das Nações Unidas que monitora os biomas brasileiros desde 2019, houve aumento de 90,1% de área desmatada na Amazônia e no Cerrado em 2022.
No primeiro semestre de 2023, entretanto, ocorreu redução de 42,5% comparado ao mesmo período do ano passado. Só em julho, mês de seca considerado mais favorável a incêndios florestais, essa redução foi 66%, conforme dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o desmatamento na região representa hoje a liberação de 200 milhões de toneladas de carbono por ano (2,2% do fluxo total global).
Ainda que os números demonstrem um tendência de queda, com uma redução parcial de 7,4% para este ano, há muito a ser feito para impedir a devastação florestal.
O desmatamento na Amazônia Legal contribui para intensificar as mudanças climáticas e coloca em risco o equilíbrio ecológico do planeta, além de impactar diretamente na vida das pessoas que dependem das florestas para sobreviver.
Segundo dados do IBGE de 2022, 868 mil indígenas vivem na região, e é imprescindível reconhecer a relação dessas comunidades com o meio ambiente.
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Preservação da Amazônia
A preservação da Amazônia é um tema global e existe grande interesse em sua proteção.
Atualmente, existe no país um Sistema Nacional de Gerenciamento de Unidades de Conservação – SNUC, que divide essas áreas em dois grupos: unidades de proteção integral e unidades de uso sustentável.
No total, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema) realiza a gestão de 42 unidades de conservação (Ucs), sendo oito de proteção integral e 34 de uso sustentável. Elas representam 18.907.378,34 hectares de floresta legalmente protegidos, 12,13% da área do Estado.
Além disso, informações da World Wide Fund for Nature (WWF) apontam que o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa), criado em 2002 e representado por governo federal, órgãos estaduais, instituições privadas e sociedade civil, é responsável por promover a conservação e a proteção permanente de 60 milhões de hectares ou 15% da Amazônia brasileira.
Atualmente, a Arpa protege 114 unidades de conservação (UCs) na Amazônia brasileira, o que significa mais de 59,2 milhões de hectares.
Amazônia: biomas do Brasil
Nossa, a Amazônia é realmente incrível, né? E o professor Jubilut esteve lá para ver tudo bem de perto!
Ele viajou pela maior floresta tropical do mundo e abordou sua importância natural, cultural e histórica no episódio 11 da série Biomas do Brasil. Assista 👇