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Dicas para redação na reta final do Enem: ainda dá tempo de se preparar

Confira dicas da professora do Aprova Total de acordo com o seu perfil – aqueles que escrevem com regularidade e quem não está acostumado a treinar

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Com o Enem se aproximando, você deve estar buscando as mais diversas estratégias para se preparar para o exame. E, claro, pensando no que é possível fazer até a prova, para conseguir escrever uma boa redação do Enem.

Mas, como a produção de textos não é algo tão objetivo como as questões de múltipla escolha, sempre surge a dúvida: como avançar em redação?

Então, para ajudar você a aproveitar o seu tempo da melhor forma possível, preparamos algumas dicas para a redação do Enem.

Com as orientações da professora de redação do Aprova Total Daniela Cristina da Silva Garcia, mestra e doutoranda  em linguística aplicada, mostraremos no que focar durante seus estudos para redação, a depender do seu perfil.

Independente se você está entre aqueles que praticam a escrita regularmente no decorrer do ano, ou entre os que priorizaram outras disciplinas e acabaram não produzindo muitos textos - não tem problema, aqui pensamos em vários modelos para cada um estudar como achar melhor!

Mas, antes disso, é importante que você saiba que existe uma base importantíssima que todos devem conhecer sobre a redação do Enem. Ela é formada pelo estudo da estrutura do texto e dos critérios de correção. Quer saber mais? Veja, a seguir, um passo a passo de como melhorar a sua redação do Enem!

Ponto de partida: qual a estrutura do texto na redação do Enem?

Segundo Daniela, estudar como estruturar um texto e como o Enem o corrige deve ser o ponto de partida para ir bem na redação. “Isso porque, na ânsia de acalmar nossa ansiedade, acabamos buscando fórmulas mágicas ou nos prendemos em tentativas – normalmente frustradas – de acertar o tema da redação.

Assim, perdemos o foco no que realmente importa e nos distanciamos desses dois elementos que são fundamentais para alcançar uma boa nota no dia da prova”.

Essa dupla que deve sustentar os estudos de redação tem um porquê: é preciso primeiro ter uma base da estrutura do texto dissertativo-argumentativo, que corresponde à competência 3 da redação do Enem, pois esse tipo de texto possui um formato muito característico e definido.

“Você, por exemplo, já pensou em um texto dissertativo sem introdução, desenvolvimento e conclusão? Sabemos que isso não é possível. Em função disso, a análise das redações do Enem possui um foco muito marcado nos elementos estruturais que compõem uma dissertação”, explica a professora.

Então, para começar, é importante que você tenha uma estrutura textual bem definida. Ou seja, que saiba como montar o seu texto, saber em que lugar colocará cada argumento, como apresentará o tema, como trará as reflexões ou como concluirá as discussões.

“Isso tudo pode ter um lugar pré-estabelecido, como uma fórmula, para te dar segurança na hora de escrever. A partir disso, você só precisará colocar as variáveis dessa fórmula – os seus argumentos – em seus devidos lugares”, destaca Daniela. 

Ela ressalta que não se trata de uma fórmula pronta ou de um modelo pré-definido, mas de uma estrutura em que o aluno sinta segurança e contemple as características do texto dissertativo. “Você deve ter conhecimento dessa estrutura e moldá-la a depender do quanto tem estudado redação, como abordaremos adiante”.

Segundo ponto: entenda os critérios de correção!

O outro elemento que deve ser base para qualquer estudo de redação do Enem é o conhecimento das cinco competências que são utilizadas para a correção da prova. “Saber o que são essas competências e como elas devem aparecer no seu texto é essencial. Assim, você saberá as regras do jogo para conseguir jogar melhor”, compara a especialista.

Como a correção do Enem é muito específica, ignorar, por exemplo, que é preciso ter conectivos no início de pelo menos dois parágrafos pode fazer o candidato perder 40 pontos na competência 4. Ele poderia ganhá-los com apenas uma palavrinha, caso soubesse desse critério de avaliação. 

Esse tipo de cobranças – que são características do Enem – você passa a conhecer quando estuda as competências. Para te ajudar nisso, não deixe de acessar a Cartilha do Participante, disponibilizada pelo Inep.

Dominar bem esses dois elementos já auxilia muito na produção de um bom texto no dia da prova. Mas agora, vamos pensar em como efetivar esses conhecimentos e qual a melhor forma de estudar nessa reta final. Vamos, então, a diferentes dicas para os diferentes perfis. São eles: aqueles que estão escrevendo textos desde o início do ano e aqueles que estão começando agora.

1) Comecei a estudar redação agora e não escrevi muito. O que faço?

Primeiro, calma. Não é porque você não praticou o bastante que você não conseguirá ir bem na redação do Enem. Até porque, como já falamos, o texto cobrado pela prova é bem “quadradinho”. Por isso, você ainda tem como compreender bem sua estrutura. Veja essas dicas:

Leitura de textos nota máxima

Além de ter uma estrutura muito consolidada e saber bem sobre as competências de correção, você deve se familiarizar com elas. Para isso, a leitura de redações do Enem nota mil é muito importante. “Ao ler esses textos, você perceberá que há elementos que se repetem, como a menção de dois argumentos no final da introdução, ou o uso de repertórios legitimados [exemplos sustentados por alguma área do conhecimento] em pelo menos um dos parágrafos do texto”, ressalta Daniela. 

“Você verá ainda que, apesar de terem estilos bem diferentes, a lógica argumentativa desses textos é muito parecida e pode ser tomada como base para estruturar a sua argumentação. Mas aqui temos um ponto importante: essa leitura deve ser uma base, e não um modelo a ser copiado, pois a tentativa de adaptar um texto já existente a um novo tende a dar errado”, alerta.

Formando repertórios culturais para a redação

Reconhecida essa estrutura básica do texto dissertativo, o passo seguinte é se preparar para adaptá-la a qualquer tema. “É importante que você tenha alguns repertórios socioculturais que lhe auxiliem a sustentar argumentos dos mais diversos. Para isso, liste alguns eixos temáticos, como educação, saúde, tecnologia, meio ambiente e comportamento.

Depois, separe um ou dois repertórios de diferentes áreas do conhecimento para cada um desses eixos. Eles servirão de “coringa” caso você não consiga lembrar de nenhum exemplo legitimado no dia da prova”, orienta a professora.

No ano em que o tema do Enem foi “o desafio da formação educacional dos surdos no Brasil”, por exemplo, o candidato possivelmente não teria um repertório que abordasse especificamente o que era proposto. Mas poderia buscar algo que listou no eixo educação e, no decorrer do parágrafo, relacionar com o restante do tema. 

“Com estrutura reconhecida, as competências estudadas e uma listinha de repertórios por eixo temático feita, você já conseguirá buscar um bom desempenho na sua redação. Mas, caso ainda dê tempo, tente escrever algum texto antes para analisar a correção e aprofundar a escrita a partir do que falaremos a seguir”, pontua Daniela. 

2) Já tenho prática, mas ainda quero melhorar. O que faço?

Se você praticou redação de maneira recorrente, saiba que você trilhou o melhor caminho. A maneira mais efetiva de aprender redação e de ter tranquilidade para escrever um bom texto com autonomia é praticando constantemente. Aquela máxima de que “a prática leva à perfeição” vale em muitos casos, inclusive na redação.

De olho nas competências da redação do Enem

O seu foco então precisa ser em consolidar o que já sabe, lapidar alguns detalhes e ganhar segurança para o dia da prova. “Para isso, é preciso que você esteja muito consciente de seus erros e de seus acertos”, diz Daniela.

A professora sugere, então, fazer uma tabela que compare as suas notas em cada uma das competências. “Esse passo é importante, pois, no Enem, a nota inteira pouco nos ajuda a estudar, visto que ela é somente a soma da correção de cinco competências distintas. Então, busque primeiro reconhecer quais as competências que você recorrentemente ainda perde algum ponto. Depois, tente aprofundá-las da forma como mostraremos a seguir”.

Analise seus erros gramaticais

Se você perde pontos na competência 1, vale lembrar que uma coisa é saber as regras de gramática e outra coisa é saber aplicá-las em seu texto. Por isso, se você está estudando regras de vírgula, crase e acentuação para melhorar nessa competência, talvez esteja perdendo um tempo que poderia direcionar para outras matérias nessa reta final. 

A questão aqui é que você não precisa estudar todas essas regras, mas deve focar naquelas que você costumeiramente erra. “Normalmente, nós erramos sempre as mesmas coisas, pois temos um estilo próprio de escrita, além de alguns vícios na hora de escrever. Então, se você ainda não está gabaritando a competência 1, pegue seus últimos textos e analise os errinhos de norma-padrão que apareceram nele. Foque em entender quais foram recorrentes e quais as regrinhas que não foram cumpridas”, sugere Daniela.

Pesquise mais sobre a estrutura, adequação ao tema e repertório

Se o seu problema é a competência 2, que se relaciona à leitura crítica da proposta de redação, importante entender em qual dos três aspectos você está errando. Caso a sua nota nesse critério esteja abaixo de 120, é preciso que você reveja a estrutura do texto ou tenha mais atenção na adequação ao tema, mencionando todos os elementos da frase temática em seu texto.

Se sua nota está estagnada no 160, é porque o repertório que você está utilizando não é produtivo. “Para melhorar esse aspecto, diferentemente do que muitos pensam, não é preciso incluir mais repertórios legitimados no texto – somente um já é o suficiente para alcançar nota máxima –, mas é preciso relacioná-lo melhor à discussão proposta. Busque sempre conectar o exemplo citado com o objetivo traçado para o parágrafo da maneira mais explícita possível”, aponta a professora Daniela.

Desenvolvimento da argumentação

Se a deficiência estiver na competência 3, que tende a ser uma das mais difíceis de se obter nota máxima, você precisa identificar se está perdendo no projeto de texto ou no desenvolvimento das ideias. “Se o problema for uma falha na argumentação, uma boa forma de estudar é reler os textos nota máxima e grifar as partes autorais e opinativas que mostram a relação que o autor fez entre o repertório e o objetivo traçado para cada um dos parágrafos”, ensina a professora. “Dessa forma, observando como as ideias foram explicitadas e defendidas, você pode verificar estratégias para também desenvolver essa autoria em seu texto”.

Saiba como usar os conectivos na sua redação

Se você não gabarita a competência 4, que se relaciona à coesão e coerência, primeiramente, veja se está cumprindo a regra de apresentar conectivos no início de pelo menos dois parágrafos. Depois, confira em uma tabelinha de conectivos se os elementos que você usou de fato fazem a relação que você quer estabelecer no texto. “Por exemplo, quando você coloca ‘entretanto’ a relação entre os períodos ligados por ele precisa necessariamente ser de contraste ou oposição”, detalha Daniela. Grife os conectivos e veja se você não está repetindo algum deles muitas vezes, pois isso também pode tirar pontos nessa competência.

Por fim, se é na competência 5 que você ainda encontra alguma dificuldade, é preciso que você se lembre de que a nota da proposta de intervenção acaba vindo muito mais da forma como ela se estrutura do que propriamente do que ela propõe. Então, primeiro, tenha claro o que são os cinco elementos que devem ser apresentados na proposta [ação, agente, modo/meio, efeito e detalhamento] e veja palavras que os marquem bem. “Usar ‘por meio de’ para marcar o modo/meio, por exemplo, ou ‘a fim de’ para marcar efeito/finalidade”, esclarece a professora. 

Veja ainda quais são os diferentes tipos de detalhamento [da ação, do agente, do modo ou do efeito] e escolha aquele que você sente mais segurança em fazer. E como nessa competência o foco está muito na forma, também vale a pena revisar a estrutura em textos nota máxima para ver como os elementos da proposta são marcados.

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Lisandra Matias

Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

Ver mais artigos de Lisandra Matias >

Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

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