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Dia Internacional das Meninas e Mulheres nas Ciências (11/2): para refletir e celebrar

A data é uma oportunidade para fazer reflexões sobre o tema, além de lembrar conquistas e avanços protagonizados por personalidades femininas em suas áreas

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O Dia Internacional das Meninas e Mulheres nas Ciências, comemorado neste sábado, 11 de fevereiro, foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015. A ideia é que a data seja uma oportunidade para fazer reflexões sobre o tema, além de lembrar conquistas e avanços protagonizados por personalidades femininas em suas áreas de estudo.

Promover a inclusão de mulheres no ambiente científico é um dos meios de tornar a sociedade (no presente e no futuro) um lugar mais diverso, equilibrado e justo. Esse pensamento, inclusive, está presente nas metas estabelecidas pela Agenda 2030. O plano de ação, desenvolvido pela ONU, para as pessoas, o planeta e a prosperidade, vê a igualdade de gênero como peça essencial para o progresso da humanidade.

"Mulheres e meninas devem gozar de igualdade de acesso à educação de qualidade, recursos econômicos e participação política, bem como a igualdade de oportunidades com os homens e meninos em termos de emprego, liderança e tomada de decisões em todos os níveis", diz o documento.

Portanto, você, que está lendo este texto, deve ter em mente uma certeza: mulheres podem ser cientistas. Na verdade, elas podem ser o que quiserem!

Sobre meninas e mulheres nas Ciências

A participação feminina nas Ciências ainda é menor se comparada a dos homens. Um dos fenômenos que explica essa discrepância chama-se efeito tesoura. O termo indica como mulheres são expulsas do campo científico e tem essa relação continuamente limitada ao longo da vida.

Uma prova disso é o número de meninas participantes na Olimpíada Brasileira de Física, que decresce com o decorrer dos anos escolares. Na edição de 2021, por exemplo, entre os 10 primeiros, que receberam medalha de ouro, havia apenas uma garota.

Mas isso se deve a diversos fatores, entre eles a falta de apoio e encorajamento às alunas para se dedicarem aos estudos de Ciências exatas. O resultado dessa discriminação de gênero é o aumento das barreiras de acesso a oportunidades de formação e de carreira na área da pesquisa.

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua divulgada em 2019 pelo IBGE, a proporção de pessoas com nível de escolaridade superior completo foi de 15,1% entre os homens e 19,4% entre as mulheres na faixa dos 25 anos. E elas seguem na frente até os 64 anos, revelando que, no passado, as restrições enfrentadas no acesso à educação eram maiores.

Atualmente, elas representam cerca de 54% dos estudantes de doutorado no Brasil. Por outro lado, dados da UNESCO mostram que apenas 30% dos investigadores científicos em todo o mundo são mulheres. Além disso, há uma sub-representação em áreas específicas da Ciência, como Física, Química e T.I (Tecnologia da Informação).

Reflexões necessárias

Propomos aqui um exercício: ao pensar em cientistas renomados(as) e famosos(as), quais nomes vêm à sua cabeça? A probabilidade de a maioria deles ser homem é enorme.

No entanto, para que a mentalidade seja outra e cada vez mais mulheres cientistas sejam reconhecidas, é importante haver não só conscientização social sobre o impacto dessas diferenças, mas a implementação de políticas públicas que visem esse avanço. Elas devem olhar para a evasão feminina no ensino básico e superior, fomentar um ambiente de apoio e inclusão, oferecer apoio financeiro e viabilizar o desenvolvimento profissional de meninas e mulheres nas Ciências.

O que tem sido feito para garantir que isso se torne uma realidade, pelo menos aqui no Brasil? Segundo a Agência Bori, cuja missão é promover uma mudança na cultura científica do país, aproximando a ciência da população por meio do jornalismo, nos últimos anos, uma série de alterações na legislação tem tentado ampliar a promoção desse acesso. Isso obriga o Estado a oferecer as tais políticas que permitam a todos os brasileiros usufruir do direito de integrar os espaços de desenvolvimento científico tecnológico e de inovação.

Por outro lado, é necessário questionar como as mulheres têm usufruído, de fato, dessas mudanças, a considerar a situação desigual das pesquisadoras que produzem ciência no Brasil; a maneira como a pandemia de Covid-19 afetou a produtividade acadêmica das mães no últimos anos; a cobrança permanente pela execução do trabalho doméstico atribuído às mulheres ao longo da história, entre outras questões.

Celebrar mulheres nas Ciências

Até aqui, ajudamos você a refletir sobre o contexto da participação feminina na Ciência. Agora, é o momento de celebrar o trabalho de três cientistas brasileiras que contribuíram significativamente para o avanço científico em suas respectivas áreas.

Jaqueline Goes de Jesus

Jaqueline Goes, doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA)

A pesquisadora foi uma das primeiras pessoas a sequenciar o DNA da Covid-19. Ela é doutora em Patologia Humana e Experimental pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Seus trabalhos estão ajudando a identificar mutações que podem afetar a transmissão da doença. Jaqueline tem sido uma voz importante na luta a favor da Ciência, ajudando a guiar respostas científicas e o desenvolvimento de políticas públicas para conter o avanço do coronavírus. Recentemente, a biomédica foi escolhida pela fabricante de brinquedos Mattel para ser homenageada com uma versão sua da boneca Barbie.

Imagem: Reprodução Instagram

Sônia Guimarães

Primeira mulher negra doutora em Física do Brasil, Sônia também levou representatividade ao Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), como a primeira cientista negra a dar aulas por lá. Graduou-se na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1979, e obteve seu título de doutorado 10 anos depois, no Reino Unido. Desde então, tem sido uma defensora da diversidade e da igualdade na Ciência. Sônia atua na área de Física aplicada, campo que possibilitou o desenvolvimento de tecnologia para celulares.

Imagem: Reprodução Unicentro

Sônia Guimarães, primeira mulher negra doutora em Física do Brasil

Vivian Miranda

Vivian Miranda, doutora em Física pela Universidade de Chicago (Estados Unidos)

Vivian é doutora em Física pela Universidade de Chicago (Estados Unidos), e a única brasileira a integrar o projeto da NASA que visa desenvolver um satélite avaliado em 13 bilhões de reais. Além disso, é a primeira transexual a fazer pós-doutorado em astrofísica na Universidade do Arizona, onde trabalha com pesquisa atualmente. Ela se dedica, principalmente, à compreensão da formação do universo. Como defensora dos direitos da comunidade LGBTQIA+, Vivian tem trabalhado para ajudar a tornar o ambiente científico mais inclusivo.

Imagem: Reprodução Instagram

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Gabriela Gauche

Analista de conteúdo de Física no Aprova Total. Licenciada em Física pela UFSC e professora da educação básica.

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