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Confira uma análise do tema de redação da UFRGS 2024

A partir do artigo “Deixem a História em paz”, do professor Jaime Pinksy, o candidato deveria argumentar sobre o ensino da disciplina em uma escola fictícia

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No último domingo (26), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aplicou sua prova de redação do vestibular 2024, cujo tema foi "que História pode e deve ser ensinada?".

Segundo a UFRGS, a proposta destacou a "relevância de refletir sobre o passado e o presente para pensar as manifestações de preconceito, de intolerância, de autoritarismo, de racismo e de tantas outras formas de discriminação".

A redação da UFRGS deve ter no mínimo 30 linhas e no máximo 50, e a nota pode chegar até 15 pontos. Temos um artigo para ajudar você a entender melhor como funciona a correção e quais foram os últimos temas que apareceram no vestibular gaúcho. A seguir, vamos analisar o que a banca cobrou e quais caminhos o participante poderia percorrer na escrita nesta edição de 2024.

Tema de redação da UFRGS 2024

O tema de redação da UFRGS 2024 trouxe como texto motivador o artigo “Deixem a história em paz”, do professor titular de História da Universidade de Campinas (Unicampo) Jaime Pinsky. Nele, Pinsky delineia alguns posicionamentos importantes e fala que “a maioria nem sequer tem ideia do que é História”.

Diz ainda que “História implica se apropriar do passado a partir do presente”, ou seja, “não se pode deixar de considerar a historicidade do próprio historiador”, pois sempre estamos olhando o passado a partir das ferramentas que temos no presente. Então, tudo é questão de ponto de vista.

O artigo também aborda a importância de ensinar História em sala de aula e as problemáticas envolvidas nesse cenário, como as interferências dos pais de alunos nos programas do curso. O professor deixa claro, em sua escrita, que História não é para amadores. Era isso que o candidato deveria ter em mente no momento de escrever sobre o tema de redação da UFGRS 2024..

A proposta solicitou que, no contexto do último ano do Ensino Médio, o candidato formasse um grupo de pais, professores e alunos para debater o futuro da disciplina na escola.

O vestibulando deveria, assim, dissertar sobre as ideias do texto de Jaime Pinsky, apresentando seu ponto de vista a respeito dos argumentos expostos pelo historiador. Segundo a proposta, a dissertação seria lida perante o grupo, ajudando a balizar o futuro do ensino de História na instituição.

O tema seguiu a linha de temas anteriores já cobrados pela banca. No vestibular de 2023, por exemplo, a proposta foi “O apagamento das mulheres na história e o direito à memória”. É comum também que a banca proponha questionamentos, como fez em 2020, que indagava: “a música brasileira está pior?”.

Caminhos para o texto

Na prova atual, para discorrer sobre "que História pode e deve ser ensinada?", o candidato deveria assumir uma postura crítica e se posicionar de maneira clara para responder à pergunta. Aqui, diversos caminhos eram possíveis, como:

  • argumentar sobre a importância de ensinar História desconsiderando posicionamentos políticos;
  • considerar que é possível ler a História de diversas formas, que não há uma verdade absoluta e que há diversos pontos de vista;
  • entender que o historiador tem um olhar atual sobre temas do passado. Por conta disso, haverá diferentes leituras, a partir da historicidade de cada historiador;
  • falar sobre História, abordando-a não como uma narrativa, mas fazendo um paralelo com questões da sociedade. Ou seja, olhando para minorias, democracia na prática, papel das mulheres, vida dos indígenas, dos negros, dos imigrantes e mais.

É importante destacar que a UFRGS permite o uso da primeira pessoa do singular nas redações, o que oferece aos estudantes a oportunidade de incorporar elementos pessoais em seus textos, enquanto mantêm a essência argumentativa.

A flexibilidade possibilita uma expressão mais direta e pessoal dos pensamentos e das opiniões do autor. Sendo assim, o texto poderia se construir partir de elementos da vida do candidato. Inclusive, a banca espera justamente que o vestibulando utilize de visões pessoais para legitimar seus argumentos e desenvolver um posicionamento crítico claro.

Por fim, a definição de um ponto de vista claro é essencial, além da habilidade de contextualizar o assunto com referências variadas e pertinentes. Vale ressaltar que, diferentemente do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação da UFRGS não exige uma proposta de intervenção.

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Misraely Wolfart

Coordenadora Pedagógica no Aprova Total. Licenciada em Letras - Língua Portuguesa e Literaturas pela UFSC. Especialista em Educação de Jovens e Adultos e em Gestão Educacional.

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