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Como enfrentar a injustiça climática?

O termo se refere aos impactos desiguais das mudanças climáticas sobre pessoas e comunidades de países mais pobres e vulneráveis

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Entre final de fevereiro e início de março, a região sudoeste da África foi atingida duas vezes pelo ciclone Freddy, o mais duradouro já registrado, e que deixou um rastro de destruição com pelo menos 500 mortos e mais de 80 mil desabrigados. Esse episódio deixou escancarado o quanto a injustiça climática está presente na nossa sociedade - e, consequentemente, a necessidade de pensar o contrário, uma justiça climática.

O termo se refere aos impactos desiguais das mudanças climáticas sobre pessoas e comunidades de países mais pobres e vulneráveis. Elas contribuem pouco para as emissões de gases de efeito estufa, mas sofrem as maiores consequências e têm menos capacidade de se adaptar a essas mudanças.

De acordo com o novo relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as nações que menos contribuíram para o aquecimento do planeta são as que mais estão sofrendo com eventos climáticos extremos e demais consequências.

Crianças, mulheres, idosos, povos tradicionais, pessoas de baixa renda, indivíduos com o sistema imunológico comprometido e com doenças crônicas já são as mais atingidas. Isso porque a exposição ao calor excessivo causa sintomas graves, como a exaustão pelo calor, a insolação e a desidratação. 

Entra em cena a justiça climática

Considerando tais questões, surgiu o termo justiça climática, que discute os impactos enfrentados por esses grupos sociais. O objetivo é que os líderes mundiais escutem os povos mais afetados e atendam aos seus apelos, para que, juntos, tomem as decisões que afetam principalmente as nações mais pobres.

Grande parte das soluções oferecidas para problemas relacionados ao clima envolve retirar as pessoas dos locais onde vivem. Para você ter uma ideia, de 2008 até 2018, os eventos climáticos deslocaram 22,5 milhões de pessoas todos os anos. Nesse contexto, os mais vulneráveis, que não têm recursos suficientes para migrar, continuam no local, sujeitos a sofrerem novas consequências no futuro.

Inundações na província de Kwazulu-Natal, que fica no sul da África, deixaram um rastro de destruição
Inundações na província de Kwazulu-Natal, que fica no sul da África, deixaram um rastro de destruição (Imagem: Agência Brasil)

No momento, mais de 3 bilhões de pessoas vivem em alto risco de vulnerabilidade a eventos climáticos extremos, e podem precisar deixar suas casas a qualquer momento. Um estudo do Banco Mundial de 2018 estima que, até 2050, mais de 140 milhões de pessoas na África subsaariana, do Sul da Ásia e da América Latina serão deslocadas por causa das perturbações climáticas. 

Para onde essas pessoas vão?

Imagino que você já tenha se perguntado sobre isso, mas a resposta ainda não é tão simples assim.

Sabemos que muitos países ricos não parecem estar dispostos a acolher os refugiados e muitas regiões estão fechando as suas fronteiras para essas pessoas. Isso não parece muito justo, uma vez que os países mais ricos são justamente aqueles que mais contribuem para as emissões de gases. 

Além disso, esses locais tendem a suportar a maioria dos impactos causados pela crise climática e conseguir se adaptar a eles. Dessa maneira, é importante que as nações mais ricas entendam como é indispensável unir recursos para investir em tecnologias que freiem o aquecimento global. Paralelamente, é preciso acolher as populações vulneráveis e acomodá-las em locais mais seguros.

Obviamente, isso pode refletir em mudanças no modelo socioeconômico do mundo.

Os desafios que vêm pela frente são muitos, mas, prevalecendo a justiça climática, poderemos garantir uma vida digna a todos.

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Paulo Jubilut

CEO do Aprova Total. É conhecido como "Professor Jubilut” por seu canal no YouTube, que conta com mais de 3 milhões de inscritos, o que faz dele o maior influenciador de Biologia do Brasil.

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