Dia Nacional da Mata Atlântica: o bioma mais ameaçado do Brasil
Com uma das maiores biodiversidades do mundo, a Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais próximo de desaparecer

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A Mata Atlântica está presente em quase toda extensão do litoral brasileiro. Ela tem áreas em 17 estados do Brasil e outros países da América do Sul, como Paraguai e Argentina. A floresta já chegou a ocupar cerca de 15% do território nacional, porém, com o avanço do desmatamento, esse cenário mudou e é muito preocupante.
NAVEGUE PELOS CONTEÚDOS
Dia Nacional da Mata Atlântica
Em decorrência de um Decreto Federal, 27 de maio foi instituído como o Dia Nacional da Mata Atlântica. Essa data é uma homenagem à Carta de São Vicente, escrita em 1560 pelo Padre Anchieta, na qual a existência da floresta foi descrita pela primeira vez. Além da celebração que envolve o dia, a importância da preservação desse bioma também é lembrada.
A Mata Atlântica possui uma enorme biodiversidade e é responsável pela existência de inúmeras espécies endêmicas, como o mico-leão-dourado, que só é encontrado nessa floresta.

No entanto, o bioma é desmatado e explorado economicamente há séculos, o que influenciou diretamente no seu desaparecimento em diversas regiões do país. Atualmente, de acordo com o SOS Mata Atlântica, restam apenas 12,4% de seu florestamento original.
Como era a Mata Atlântica no descobrimento?
Em decorrência da localização próxima ao litoral, a Mata Atlântica foi o primeiro contato dos portugueses com o “Novo Mundo”. Ao mesmo tempo que a enorme biodiversidade do local e a riqueza de águas foram logo admiradas pelos europeus, o processo de destruição do bioma se iniciou rapidamente, já nos primeiros anos do século 16.

Durante os séculos seguintes, grande parte dos ciclos econômicos se relacionaram diretamente com a Mata Atlântica. Como a extração de pau-brasil, as plantações de cana-de-açúcar, o café e a mineração do ouro.

Em razão da economia e da proximidade com o litoral, os centros urbanos foram desenvolvidos de modo acelerado e desorganizado nessas regiões, o que propiciou um povoamento concentrado. De acordo com o IBGE, cerca de 72% da população brasileira vive dentro dos limites desse bioma.
Um floresta tropical
Por cobrir grandes extensões de latitude e compreender o Brasil de norte a sul, não é simples definir a temperatura e pluviometria médias da Mata Atlântica. Contudo, o clima, em geral, é classificado como tropical úmido, com temperatura de 25°C. Além disso, o clima possui uma pluviosidade regular e é considerado úmido, sem períodos de estiagens, mantendo níveis superiores a 1.600 mm.
Em decorrência das chuvas constantes e do relevo ondulado, conhecido como Mares de Morros, todos os rios são perenes e volumosos. Soma-se ao volume de água a presença de grandes corpos hídricos subterrâneos, como o Aquífero Guarani, um dos maiores do mundo!

Já o solo possui composições muito distintas, porém, em sua maioria, é raso e pouco fértil. Contudo, o acúmulo e decomposição de matéria orgânica (húmus) sobre o solo, serve como adubo e fornece nutrientes para o desenvolvimento da vegetação densa.
Biodiversidade da Mata Atlântica
Toda a diversidade de solos, relevos e climas criaram paisagens distintas dentro do bioma. Elas se diferenciam não só pelas espécies vegetais, mas também por todo ecossistema e biodiversidade. Por isso, a Unesco define a Mata Atlântica como Reserva Mundial da Biosfera.
Considerando só a flora, são mais de 20 mil espécies vegetais presentes na Mata Atlântica, aproximadamente 1/3 da totalidade brasileira. Para exemplificar, essa riqueza é maior do que a encontrada na América do Norte e na Europa.
Semelhantemente a flora, a fauna da Mata Atlântica apresenta grande diversidade e um alto endemismo, ou seja, isso significa que existem espécies que só são encontradas na Mata Atlântica.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, nesse bioma são reconhecidos milhares de insetos e mais de 2.000 vertebrados, sendo o grupo das aves o mais diverso, com 850 espécies registradas.

O segundo grupo mais diverso é o dos anfíbios, com 370 espécies reconhecidas. Mesmo possuindo números expressivos, novas descobertas de anfíbios ocorrem todos os anos. Do mesmo modo, os répteis constituem um grupo com 200 espécies distintas.
Por fim, a mesma abundância de espécies ocorre com os mamíferos e peixes. Com uma surpreendente diversidade, cerca de 270 espécies de mamíferos e 350 peixes estão catalogados. Destacam-se os primatas, como os muriquis e as diversas espécies de micos-leões.
O hotspot de biodiversidade
Hotspot é um conceito utilizado para definir determinada região geográfica com enorme biodiversidade local, principalmente de espécies endêmicas, que já teve boa parte da sua cobertura vegetal original desmatada e está ameaçada. No Brasil, existem dois hotspots: o Cerrado e a Mata Atlântica.
Mantendo um pouco mais de 12% da cobertura vegetal original, a Mata Atlântica é o bioma mais devastado do Brasil. Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná são os estados que mais sofreram com essa devastação. Juntos, são responsáveis por mais de 50% de toda destruição do bioma.
Normalmente, associado à expansão urbana e agrícola, os impactos ambientais dessa devastação são muito diversos. Porém, nas regiões metropolitanas, o problema se agrava. Com o adensamento populacional nas regiões de morros, a retirada da vegetação deixa o solo exposto e suscetível a deslizamentos.
Destaca-se também o impacto das barragens. Construídas tanto para produção de energia elétrica como para os rejeitos da mineração, estas construções inundam grandes áreas, e, eventualmente, podem causar grandes danos ambientais. Entre os exemplos mais emblemáticos estão as catástrofes de Mariana e Brumadinho em 2015 e 2019, respectivamente.
Nem tudo está perdido
Entretanto, assim como os impactos ambientais da devastação, as tentativas de preservação do bioma também são antigas. Devido à sua grande biodiversidade e ao sério risco de desaparecimento, a Unesco classificou a Mata Atlântica como um hotspot mundial, assegurando uma proteção extra.
Para que você veja de perto toda a biodiversidade encontrada na Mata Atlântica, o Professor Jubilut adentrou a floresta e gravou uma videoaula especial. Veja 👇
Todo esforço vem demonstrando resultados importantes. Em 2018, nove estados atingiram a meta de desmatamento zero da Mata Atlântica. Entre eles, está São Paulo, com mais de 2 milhões de hectares de vegetação nativa conservada.
A continuidade de projetos de educação ambiental e a recuperação de áreas degradadas, são fatores definitivos para a sobrevivência da Mata Atlântica nos próximos anos. Precisamos juntos proteger esse enorme bioma.
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