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Dia Mundial sem Carne: reflexões sobre veganismo e alimentação sustentável

Conheça a origem e as repercussões globais desta data que promove uma alimentação mais ética e sustentável

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No dia 20 de março, celebramos o Dia Mundial sem Carne. Essa data é uma iniciativa global que visa promover uma alimentação livre do consumo de carne, destacando os benefícios para a saúde, o meio ambiente e o bem-estar dos animais.

Atualmente, diversas pautas ambientais têm debatido sobre como nossa alimentação afeta o ecossistema do planeta. Desse modo, o Dia Mundial sem Carne busca aumentar essa consciência sobre o consumo de carne, estimulado pelo consumismo desenfreado.

Além disso, esse dia também é muito significativo no contexto do veganismo. Já que ambos estão intrinsecamente ligados por seu objetivo comum: promover uma mudança positiva na sociedade, por meio da sustentabilidade.

Ao refletir sobre os impactos de uma alimentação mais sustentável e ética, convidamos você a conhecer mais sobre a data e aproveitá-la como repertório para redações do Enem e de grandes vestibulares.

Quando surgiu o Dia Mundial sem Carne?

O Dia Mundial sem Carne surgiu em 1985, nos Estados Unidos. A Farm Animal Rights Movement (FARM), uma organização sem fins lucrativos, motivada pelo crescente reconhecimento dos impactos negativos da produção de carne, queria mostrar como esse setor alimentício era prejudicial ao planeta.

Desde então, tem-se observado uma evolução no engajamento de indivíduos e comunidades pela causa. Assim, promovendo ações educativas e incentivando o consumo de alimentos à base de plantas, como alternativa mais sustentável.

O que é o veganismo? E como surgiu?

O veganismo surgiu como uma extensão do vegetarianismo, cujas raízes remontam às tradições filosóficas indianas, que pregavam a não utilização de produtos de origem animal como forma de pureza e prevenção de contaminações.

Posteriormente, no final do século 19, a Europa trouxe uma visão de respeito aos animais, que levou as pessoas a deixarem de consumir alimentos de origem animal, não apenas por questões de saúde pessoal, mas devido à exploração desnecessária.

Contudo, o termo veganismo foi definido, em 1944, pela The Vegan Society (instituição de caridade do Reino Unido), não apenas como uma dieta, mas como um estilo de vida que busca excluir, dentro do possível, todas as formas de exploração animal. Assim, o veganismo baseia-se na ética, na sustentabilidade e na saúde, representando uma escolha consciente que reflete o respeito pela vida.

🌲 O veganismo abrange também o vestuário, cosméticos, entretenimento e qualquer outra área que possa implicar em crueldade animal.

Qual a diferença entre vegetarianismo e veganismo?

Embora ambos compartilhem o princípio de não consumir carne, o veganismo distingue-se pelo seu compromisso mais amplo em evitar todos os produtos de origem animal.

Enquanto o vegetarianismo limita-se à dieta, excluindo carne, peixe e aves, o veganismo estende essa exclusão a todos os aspectos da vida. Ou seja, rejeita produtos como leite, ovos, mel, além de roupas de lã, seda ou couro, e produtos testados em animais.

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Qual a relação do Dia Mundial sem Carne com o veganismo?

O veganismo encontra no Dia Mundial sem Carne uma oportunidade para difundir seus ideais.

Ao promover um dia sem consumo de carne, a data coloca em evidência a possibilidade de uma alimentação rica e variada sem a necessidade de recorrer a produtos de origem animal. Dessa maneira, alinha-se com os princípios veganos de respeito à vida animal e minimização do impacto ambiental.

Como o veganismo impacta no agronegócio?

De acordo com estudos das universidades Tulane e Michigan, nos Estados Unidos, quando uma pessoa prefere consumir carnes e laticínios, ela contribui para uma produção cinco vezes maior de gases do efeito estufa do que quem prioriza vegetais. Isso porque, além do consumo, os prejuízos também estão no processo de obtenção dos alimentos.

No Brasil, 71% das emissões de gases como CO2 e metano vêm da agropecuária, que também consome muita água. Em 2018, na tentativa de amenizar os danos, o Greenpeace sugeriu cortar pela metade o consumo de produtos animais até 2050, para termos um planeta mais saudável.

Sem mudanças nítidas, a previsão é de que a agropecuária passará a ser responsável por 52% da emissão de gases nocivos ao meio ambiente nas próximas décadas.

O consumo de produtos veganos é acessível?

Segundo o estudo do Ibope Inteligência de 2018, 14% da população do Brasil se considera vegetariana, somando cerca de 30 milhões de pessoas. Isso é 75% a mais do que um levantamento feito em 2012. Entretanto, mais da metade diz que compraria produtos veganos se eles fossem mais claros nas embalagens ou se tivessem preços similares aos produtos comuns.

Logo, esse apontamento revela um debate sobre veganismo que ultrapassa a questão da alimentação saudável, tocando em pontos como o direito e o acesso aos alimentos para todos.

O veganismo popular, também conhecido como veganismo anticapitalista ou interseccional, é uma mobilização de tom político. Ele parte da causa vegana e procura tornar a dieta acessível, assim como desconstruir a crença de que para ser vegano é preciso fazer parte de uma elite.

Contudo, essa pauta fica ainda mais intensa, já que com a popularização do veganismo, algumas marcas aumentam os preços devido à etiqueta “vegano” em produtos que já são livres de ingredientes animais. Enquanto outras usam o selo “vegano” em produtos que, na verdade, não são, numa prática enganosa conhecida como greenwashing.

🌱 Greenwashing é um termo que pode ser traduzido como "mentira verde". Acontece quando marcas criam uma falsa aparência de sustentabilidade, sem aplicá-la na prática. Ou seja, uma propaganda enganosa para os consumidores.

De que maneira o veganismo ajuda no combate à exploração animal?

O veganismo levanta debates sobre como tratamos os animais, criticando sua participação em testes científicos e entretenimento. Isso porque o movimento visa a democratização da libertação animal, baseado no antiespecismo.

Trata-se da luta pela igualdade das espécies que são sencientes (capazes de sentir ou perceber através dos sentidos, ou que experienciam sensações e emoções).

Exemplos do combate à exploração animal são os cuidados com animais resgatados do tráfico. Muitas vezes, eles não podem voltar à natureza, por isso, são levados para lugares onde podem viver melhor, como reservas e zoológicos.

No entanto, é importante ressaltar que existem espaços de entretenimento animais que os exploram. É aqui que o veganismo emerge não só como uma filosofia de vida, mas como uma resistência contra a violência animal.

Como usar o veganismo de repertório na redação?

O veganismo pode ajudar na argumentação em temas como os impactos ambientais da agropecuária, o papel do consumo consciente na redução da pegada ecológica e as implicações éticas da exploração animal.

O tema estimula o desenvolvimento de argumentações críticas e bem fundamentadas, a partir da reflexão sobre como as escolhas individuais podem contribuir para um futuro mais sustentável e ético em relação à vida não-humana.

👣 A pegada ecológica é uma métrica promovida pela Global Footprint Network, que avalia o impacto do nosso consumo sobre os recursos naturais. Essa metodologia ajuda a entender se estamos vivendo dentro da capacidade regenerativa do planeta.

Exemplos de repertório citando o veganismo

No contexto do Dia Mundial sem Carne, a seguir, estão alguns exemplos de repertórios de redação usando o tema:

  • O veganismo pode ser definido como uma filosofia de vida que busca desfazer os hábitos relacionados ao uso de produtos de origem animal no cotidiano;
  • É obrigatória, no estado de São Paulo, a instituição da campanha “segunda sem carne” nas escolas, de acordo com a Lei nº 87/2016;
  • Documentário A carne é fraca, de 2005;
  • Filme Terráqueos, também de 2005;
  • Phoebe Buffay, personagem vegana da série norte-americana Friends.

Agora, é hora conferir como você pode utilizar um desses repertórios na redação. Para isso, vamos observar um exemplo de introdução para o tema “As implicações éticas da exploração animal”:

Na série “Friends”, a personagem vegana Phoebe relata, através da apresentação de uma música a crianças em uma livraria, o processo de produção de carne, que envolve tanto os maus-tratos quanto a morte de animais. A partir dessa música, ela ilustra uma realidade determinante no cenário atual: a importância de se pensar nas implicações éticas da exploração animal cometida pelas atividades dos poderes públicos e privados no Brasil. Essas atividades são geradas pela falta de fiscalização governamental e têm como causa principal a geração de lucro fomentada pelo sistema capitalista.

Para saber como citar o veganismo e outros temas sobre sustentabilidade nas suas redações, confira o artigo sobre 10 repertórios para usar na sua redação sobre consumo sustentável.

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AprovaDocs: webdocumentários do Aprova Total

Toda segunda-feira, os alunos do Aprova Total têm um encontro marcado com uma nova produção que chega na plataforma. Os temas envolvem desde questões sociais, políticas e culturais até discussões sobre a natureza e o universo.

Nosso objetivo é compartilhar conhecimento sobre assuntos relevantes para as provas do vestibular, em especial a de redação. No canal do Aprova no YouTube, é possível assistir gratuitamente aos episódios 1 e 2 do AprovaDocs. Os temas são Consequências do Uso Excessivo de Plástico Arquitetura Hostil.

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AprovaDocs: veganismo é uma filosofia de vida?

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Convidamos você a assistir ao EP#10 do AprovaDocs, que aborda o veganismo como filosofia de vida, conteúdo exclusivo da plataforma do Aprova Total. Nele, retratamos a história, os princípios e o impacto profundo do veganismo na sociedade, no meio ambiente e na vida dos animais.

Você vai conhecer pessoas que adotaram o veganismo não só como dieta, mas como uma postura ética e política contra a exploração animal.

Além disso, é possível entender por que essa escolha está ligada a questões ambientais críticas, como a redução dos gases de efeito estufa e a preservação de recursos hídricos.

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Gabriel Brito de Souza

Colaborador no Aprova Total e jornalista em formação pela Unesp-Bauru, Gabriel traz um olhar mais próximo de quem está vivenciando a primeira graduação. Com sua linguagem típica da geração Z, aproveita suas vivências como estudante para mostrar a importância da preparação para o Enem e vestibulares.

Ver mais artigos de Gabriel Brito de Souza >

Colaborador no Aprova Total e jornalista em formação pela Unesp-Bauru, Gabriel traz um olhar mais próximo de quem está vivenciando a primeira graduação. Com sua linguagem típica da geração Z, aproveita suas vivências como estudante para mostrar a importância da preparação para o Enem e vestibulares.

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