Vida de Estudante

Como fugir da procrastinação no final do ano?

Você é do tipo que procrastina? Sabemos que esse comportamento é um dos maiores inimigos dos estudantes. Neste post, veja dicas de como ficar longe desse hábito

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De acordo com o dicionário, procrastinar é um verbo direto e intransitivo que significa "transferir para outro dia ou deixar para depois; adiar, delongar, postergar, protrair". Como fica claro nessa definição, a procrastinação é algo em comum e está presente na vida de todos nós. Mas, quando se trata dos vestibulandos, é preciso abrir os olhos.

Diante disso, talvez você pense: "Mas com eu posso romper com um padrão praticado no mundo inteiro?". Reunimos neste artigo algumas dicas para se livrar desse comportamento que pode prejudicar sua preparação para o vestibular e adiar a sua aprovação. Vamos lá?

O que é procrastinação?

Procrastinação é o ato de adiar tarefas ou compromissos importantes, optando por atividades menos relevantes ou que considera mais agradáveis. Essa é uma prática comum que afeta muitos de nós, e que pode trazer sérios problemas nas rotinas de estudo e trabalho.

Ao procrastinar, você escolhe o conforto de evitar o esforço no presente, mesmo sabendo que isso tende a resultar em consequências negativas no futuro.

Além disso, quando deixamos esse comportamento virar um hábito, acabamos enganando nosso cérebro, que começa a ficar desmotivado e prefere apenas realizar tarefas que tragam gratificações imediatas.

O que leva uma pessoa a procrastinar?

Entender o que leva alguém a procrastinar é um processo necessário, já que diversos fatores influenciam esse hábito. Raízes genéticas e as características da tarefa em si - se é desagradável ou complexa demais, por exemplo - podem ser causas para a desmotivação.

Segundo uma pesquisa realizada na Universidade do Colorado, em Boulder, Estados Unidos, publicada na revista Psychological Science, tanto a procrastinação quanto a impulsividade podem ter origem nos seus genes. Além disso, essas características parecem estar interligadas: a impulsividade pode ter sido benéfica para a sobrevivência, enquanto a procrastinação é vista como um fenômeno mais contemporâneo.

No mundo moderno, a incapacidade de focar em um objetivo leva à distração e, consequentemente, à procrastinação. Assim, é possível que procrastinadores também sejam pessoas muito impulsivas​​.

Apesar de ser comparada ao atraso, é preciso ter em mente que os atrasos podem ser propositais, como quando se adia uma tarefa para coletar mais informações. Ou até mesmo inevitáveis, devido às circunstâncias fora do nosso controle, em imprevistos.

Portanto, descobrir a natureza da sua procrastinação é crucial para saber lidar com ela. Comece fazendo uma autocrítica: pergunte-se o que há por trás desse hábito e em quais momentos ele fica mais evidente.

Qual a relação entre procrastinação e saúde mental?

As pessoas procrastinam por muitas razões e algumas delas refletem aspectos psicológicos. Ou seja, falta de motivação, medo do fracasso, desorganização ou dificuldade no gerenciamento do tempo podem impulsionar esse comportamento.

A incerteza e a falta de clareza também contribuem para a procrastinação. Se o indivíduo não tem uma visão clara do que deseja alcançar ou não define os passos para  completar uma tarefa, a tendência é adiar o início dela.

Outro fator significativo é a exaustão, seja ela mental ou física. Quando somos confrontados com um grande volume de afazeres ou prazos apertados, podemos nos sentir sobrecarregados e tender à procrastinação. 

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Quais são os sintomas da procrastinação?

A procrastinação apresenta uma variedade de sintomas que podem afetar negativamente a rotina e a saúde mental das pessoas. Isso porque o adiamento constante de tarefas importantes gera um ciclo de estresse e uma sensação frustrante de incapacidade. 

Veja alguns deles:

  • Priorização de tarefas menos importantes: a procrastinação muitas vezes leva a priorizar tarefas menos importantes, em vez das tarefas que realmente importam para seus objetivos.
  • Dificuldade em alcançar objetivos: esse hábito frequentemente resulta em rendimento insuficiente nos estudos e notas baixas.
  • Distrações e “tarefas chatas”: ter dificuldade em realizar tarefas desagradáveis ou trabalhar em ambientes cheios de distrações são pretextos para procrastinar.
  • Trabalho de baixa qualidade: se você deixa tudo para a última hora e acaba entregando um trabalho de qualidade inferior, isso também é um sintoma de procrastinação.
  • Justificativas e desculpas: quando você começa a criar desculpas para evitar fazer algo, como "não estou no clima" ou "vou fazer isso mais tarde", você está procrastinando.
  • Ansiedade e estresse: associado ao aumento dos níveis de estresse, procrastinar não se resume à falta de força de vontade. Além disso, a ansiedade e medo do fracasso, por exemplo, podem intensificar essa desmotivação.

Portanto, os sintomas da procrastinação vão além da simples postergação de tarefas. Eles impactam na saúde mental e reduzem nossa eficiência no cumprimento de objetivos. Além disso, podem causar sofrimento físico e emocional no caso de pessoas neurodivergentes - que são aqueles cujo desenvolvimento neurológico e funcionamento cerebral diferem do que é considerado “típico”, abrangendo condições como autismo, TDAH, dislexia, entre outras.

Procrastinação nos estudos

Como você leu até aqui, todos nós estamos sujeitos à procrastinação em diferentes áreas da vida, mas ela parece se intensificar quando se trata de trabalho e estudo. O comportamento costuma ser resultado de uma fragilidade na autorregulação das emoções e do tempo, o que torna tarefas como planejar, organizar e tomar decisões mais desafiadoras.

Muitos vestibulandos lutam contra esse hábito, especialmente quando se trata de organizar uma rotina de estudos e aprender o que priorizar.

Às vezes você está cansado de ler sobre uma matéria e pensa: “Não tem problema se eu der uma espiada rápida nas redes sociais, ver só um episódio da minha série preferida ou o vídeo que um amigo compartilhou”. Mas são essas pequenas distrações que tendem a consumir horas, e o conteúdo que deveria ter sido revisado fica para depois.

O grande problema é que esses constantes adiamentos criam um acúmulo de tarefas que, posteriormente, vão sobrecarregar e gerar não apenas cansaço, mas também ansiedade (que poderia ser evitada).

Muitas vezes, estudantes que procrastinam são rotulados como preguiçosos e irresponsáveis, mas são outros motivos que os desviam de suas tarefas principais. A falta de gerenciamento de tempo e de técnicas de estudo adequadas estão entre os fatores que contribuem para a procrastinação.

Por isso é tão importante refletir sobre os seus objetivos e visualizar onde você quer estar no futuro. Esses pequenos passos vão ajudar a organizar melhor os horários e encontrar estratégias de aprendizagem que fazem sentido na sua rotina.

Como parar de procrastinar? 5 dicas para o final do ano

Vencer a procrastinação exige disciplina e autoconhecimento, especialmente em períodos desafiadores como o final do ano. A ansiedade e o estresse comuns em época de Enem e vestibulares podem impulsionar esse hábito. 

Assim, aprender a lidar com os sentimentos que levam à desmotivação e definir pequenas metas podem ajudar você a romper esse ciclo de adiamento. Confira mais dicas!

1. Saiba qual é o seu padrão

Todo mundo tem um padrão de hábitos. Para combater a procrastinação, você precisa, antes de tudo, identificar o que faz você procrastinar. Existe algum tipo de atividade que o faça adiar uma ação? O que tem tirado sua atenção?

Essas perguntas e algumas outras podem ajudar você a observar o seu comportamento e, assim, identificar um padrão quando o assunto é procrastinar.

2. Para deter a procrastinação, faça uma coisa de cada vez

Se estamos tentando evitar a procrastinação, por que a dica é fazer "menos" coisas? Bem, o motivo é simples: uma das causas de procrastinar é ter muita coisa para fazer e acabar não fazendo nenhuma delas.

Por isso,  em vez de ter 10 metas no dia e realizar mais ou menos cinco delas, você pode ter três metas muito bem feitas. É melhor para a sua rotina de estudos e para a sua saúde mental dar conta dessas tarefas pequenas. Aos poucos, claro, você pode estabelecer mais metas, entendendo que afazeres pequenos concluídos com sucesso podem te levar mais longe.

3. Visualize seu "eu" do futuro

É isso mesmo. Muitas vezes pensamos que o nosso "eu" do futuro terá mais disposição para estudar, mais energia, mais tempo, mais vontade do que tem hoje. Mas a verdade é que todos esses pontos não acontecerão lá na frente se não começarem a ser feitos hoje.

Na realidade, você precisa romper com o pensamento de que existem dois "você" - um no passado, um no futuro. Você é uma pessoa só que pode começar agora essa mudança.

4. Estabeleça pequenas metas

Você tem uma rotina de estudos? Se não, deveria ter. Se tem e, por conta da procrastinação, não consegue seguir, é hora de rever as prioridades. Pensando nisso, estabelecer pequenas metas é um bom ponto de partida.

Ou seja, ao definir um cronograma de estudos, faça com base no que é possível: decida resolver cinco exercícios sobre química orgânica, assistir a duas videoaulas sobre respiração celular, e vá acrescentando outras demandas até não restar qualquer rastro de procrastinação, afinal, agora você já criou um bom hábito.

Além disso, procure fazer as coisas por etapas. Se você tem dificuldade com uma disciplina, procure primeiro estudar essa matéria para depois estudar outro tema. Comece pelas videoaulas e depois vá para os exercícios. Uma coisa de cada vez.

5. Detenha a procrastinação olhando para suas emoções

Pode parecer que essa dica aqui não tem nada a ver com nada, mas você está enganado! Estar com as emoções fora do lugar bagunça toda a sua vida. Talvez sua vontade não seja estar estudando para passar no vestibular, talvez você esteja tentando há muito tempo. São apenas suposições. Só um olhar sincero para dentro de si vai conseguir mostrar qual o motivo do desequilíbrio.

Muitos usam a procrastinação como desculpa para não fazer algo que, no seu íntimo, não querem mesmo fazer. Lembre-se de que a chave para superar esse comportamento está em pequenas mudanças de hábito e na compreensão das emoções que o desencadeiam. Se necessário, busque ajuda de um psicólogo.

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Gabriel Brito de Souza

Colaborador no Aprova Total e jornalista em formação pela Unesp-Bauru, Gabriel traz um olhar mais próximo de quem está vivenciando a primeira graduação. Com sua linguagem típica da geração Z, aproveita suas vivências como estudante para mostrar a importância da preparação para o Enem e vestibulares.

Ver mais artigos de Gabriel Brito de Souza >

Colaborador no Aprova Total e jornalista em formação pela Unesp-Bauru, Gabriel traz um olhar mais próximo de quem está vivenciando a primeira graduação. Com sua linguagem típica da geração Z, aproveita suas vivências como estudante para mostrar a importância da preparação para o Enem e vestibulares.

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