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Livros obrigatórios para o vestibular da UFPR 2025: resumos e análises

Veja a lista de obras obrigatórias do processo seletivo, o resumo dos livros e dicas para se preparar para a avaliação

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Procurando resumos dos livros para a UFPR 2025? Então, chegou ao lugar certo! Neste post, vamos apresentar um guia completo das obras exigidas pelo processo seletivo deste ano, além de destacar os principais aspectos dos livros que você precisa ter em mente para arrasar na prova.

Afinal, com o vestibular chegando, sabemos que encarar todas essas leituras pode parecer desafiador, mas vamos tornar essa preparação mais leve e eficiente! Confira, a seguir, as análises dos livros para o vestibular da UFPR de 2025.

Quais as obras obrigatórias do vestibular da UFPR 2025?

Para responder às questões de Literatura do vestibular da UFPR, é necessário conhecer as obras literárias exigidas pelo vestibular. Isso inclui entender o contexto histórico e cultural em que foram desenvolvidas e compreender as características dos diferentes gêneros textuais.

Assim, para as provas da UFPR 2025, as obras são:

  • A falência, de Julia Lopes de Almeida;
  • Liras de Marília de Dirceu, de Tomás Antônio Gonzaga;
  • Noite na taverna, de Álvares de Azevedo;
  • O drible, de Sérgio Rodrigues;
  • O livro das semelhanças, de Ana Martins Marques;
  • O sol na cabeça, de Geovani Martins;
  • Poema sujo, de Ferreira Gullar;
  • Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus.

👉 Leia também: Confira as leituras obrigatórias para os vestibulares de 2025

Resumo completo: obras literárias da UFPR

A seguir, dê uma olhada em um resumo rápido dos livros da UFPR, com foco nos pontos principais do enredo, no contexto em que foram escritos e nas possíveis interpretações.

A falência (1901) - Julia Lopes de Almeida

A falência, de Julia Lopes de Almeida, é um romance realista-naturalista publicado em 1901 que explora as complexas dinâmicas sociais e de gênero no Brasil do final do século 19.

A trama gira em torno da queda financeira e moral de Francisco Teodoro, um rico empresário do café, e sua esposa Camila, que mantém um caso extraconjugal.

O romance aborda temas como a falência dos valores sociais, a hipocrisia da sociedade patriarcal, e a busca feminina por autonomia, destacando personagens femininas que, diante da adversidade, encontram força para sobreviver por conta própria.

Para o vestibular: atente-se ao retrato da sociedade patriarcal e às desigualdades de gênero e raça. Lembre-se de que a obra dá destaque para as personagens femininas que desafiam as normas impostas e enfrentam as adversidades após a falência familiar.

Liras de Marília de Dirceu (1792) - Tomás Antônio Gonzaga

Liras de Marília de Dirceu é uma obra emblemática do Arcadismo brasileiro. Dividida em três partes, a obra explora o amor idealizado entre o pastor Dirceu e sua amada Marília, refletindo o desejo de uma vida bucólica e tranquila.

Na primeira parte, predomina o tom de exaltação à beleza de Marília e aos planos futuros do casal. Já nas partes seguintes, escritas durante o exílio do autor devido à sua participação na Inconfidência Mineira, o tom torna-se mais melancólico, marcado pela saudade e pelo pessimismo.

A obra mescla elementos clássicos com características pré-românticas, e é considerada uma das grandes expressões da poesia árcade no Brasil.

Para o vestibular: observe como o autor utiliza a linguagem clara e a estrutura formal para expressar o ideal árcade de uma vida simples e bucólica. Atenção também ao tom melancólico nas partes posteriores, que reflete a mudança de contexto de Gonzaga, trazendo um contraste entre o idealismo inicial e o pessimismo da realidade.

Noite na taverna (1855) - Álvares de Azevedo

Noite na Taverna é uma obra marcante do Ultrarromantismo brasileiro, escrita por Álvares de Azevedo e publicada postumamente em 1855.

O livro narra, em sete capítulos, as histórias sombrias e macabras de cinco jovens boêmios, que, em uma noite de bebedeira, compartilham seus relatos de crimes, abusos e tragédias. Cada narrativa explora temas como necrofilia, incesto, canibalismo e homicídio, revelando o lado mais sombrio e transgressor da natureza humana.

A obra destaca-se pela atmosfera gótica e pela crítica à hipocrisia social, apresentando uma visão pessimista e desiludida da vida.

Para o vestibular: note como o autor utiliza o cenário da taverna como espaço de transgressão, onde os personagens revelam seus segredos mais obscuros. A narrativa explora a dualidade entre o prazer e o horror, destacando a desconstrução de valores morais, característicos do Ultrarromantismo.

O drible (2013) - Sérgio Rodrigues

O Drible, de Sérgio Rodrigues, é um romance que utiliza o futebol como pano de fundo para explorar a complexa relação entre pai e filho, repleta de ressentimentos e reconciliações.

A trama gira em torno de Murilo Filho, um cronista esportivo obcecado pelo futebol, e seu filho Neto, que descobre verdades perturbadoras sobre sua família. Paralelamente, o livro narra a história do jogador Peralvo, uma metáfora do Brasil que nunca cumpre seu potencial.

Com uma narrativa rica em imagens e figuras de linguagem, O Drible se destaca pela sua capacidade de entrelaçar passado e presente.

Para o vestibular: preste atenção ao uso de narrativas paralelas e diferentes vozes narrativas no livro, além do contraste entre a realidade e a fantasia do futebol. Também é interessante notar que há referências intertextuais especialmente com Dom Casmurro, de Machado de Assis.

👉 Leia também: Machado de Assis: vida, obra e características literárias

O livro das semelhanças (2015) - Ana Martins Marques

O Livro das Semelhanças, de Ana Martins Marques, é uma obra poética que explora as conexões entre o cotidiano e a existência humana por meio de uma linguagem lírica e precisa.

Publicado em 2015, o livro é dividido em quatro seções, nas quais a autora utiliza metáforas e analogias para refletir sobre temas como identidade, amor, morte e a passagem do tempo.

Cada poema explora os significados ocultos nas semelhanças entre objetos, sentimentos e experiências, demonstrando a beleza e complexidade que podem ser percebidas nas pequenas correspondências do mundo.

Para o vestibular: observe como a autora usa metáforas para conectar o cotidiano às emoções humanas, explorando a fragilidade da experiência humana. A obra é composta por versos livres e inclui uma seção metaliterária chamada Livro, que reflete sobre a própria escrita poética.

O sol na cabeça (2018) - Geovani Martins

O Sol na Cabeça, de Geovani Martins, é uma coletânea de 13 contos que retrata, com linguagem coloquial, o cotidiano das favelas cariocas.

Com temas como juventude, violência, drogas e preconceito, o autor dá voz à realidade marginalizada e às experiências dos moradores das periferias do Brasil.

Os contos abordam situações comuns, mas impactantes, vividas por personagens que lutam para sobreviver em meio às adversidades. A obra se destaca pela forma inovadora de escrita, aproximando o leitor de uma vivência realista e atual.

Para o vestibular: atente-se à representação realista e autêntica da vida nas favelas cariocas, especialmente como o autor utiliza a linguagem coloquial para dar voz à marginalização e à juventude periférica. O uso inovador das gírias e a abordagem de temas como violência e preconceito são centrais na obra.

Poema sujo (1976) - Ferreira Gullar

Poema Sujo, de Ferreira Gullar, é uma obra escrita durante o exílio do poeta em Buenos Aires, em 1976, em plena ditadura militar brasileira.

Com mais de dois mil versos, o poema é um desabafo visceral que mistura elementos autobiográficos, memórias de infância em São Luís do Maranhão e reflexões sobre a condição humana e social do Brasil.

O autor mescla diferentes estilos e fases de sua poética, desde a métrica rigorosa até o verso livre, incorporando onomatopeias e monólogos interiores.

Para o vestibular: preste atenção à mescla de memórias pessoais e críticas sociais. Lembre-se de que o poema é um desabafo poético que conecta a trajetória pessoal do autor ao contexto político brasileiro.

Quarto de despejo (1960) - Carolina Maria de Jesus

Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada narra o cotidiano de Carolina Maria de Jesus, uma mulher negra e mãe solteira que vive na favela do Canindé, em São Paulo, durante os anos 1950.

Através de seus diários, Carolina descreve sua luta diária para alimentar seus três filhos, trabalhando como catadora de papel e metal. O livro expõe as dificuldades da vida na favela, incluindo a constante falta de comida, os conflitos entre vizinhos, e a violência que permeia o ambiente.

Carolina também expressa suas reflexões sobre a vida, a educação, e a sociedade, sempre com um tom sincero e por vezes poético. Ao longo da narrativa, a autora revela seus sonhos de uma vida melhor, sua determinação em superar as adversidades e sua luta constante pela dignidade.

Para o vestibular: observe a metáfora do "quarto de despejo," que Carolina Maria de Jesus usa para descrever a favela como um lugar onde a sociedade despeja os indesejados. Esse conceito é central para entender a exclusão social e a marginalização retratada na obra.

Exemplos de questões sobre os livros da UFPR 2025

As questões específicas de obras cobradas pela prova vão exigir de você um bom conhecimento dos acontecimentos da narrativa, então a leitura da obra na íntegra é muito importante. Atente-se ao trecho do livro utilizado na questão, ele será essencial para responder ao comando.

Confira os exemplos a seguir para entender melhor como a banca de correção cobra as obras obrigatórias nas questões:

Exemplo 1

(UFPR 2024) Noite na taverna, de Álvares de Azevedo, abre-se com falas dos personagens Johann e Bertran:

— Silêncio, moços! acabai com essas cantilenas horríveis! Não vedes que as mulheres dormem ébrias, macilentas como defuntos? Não sentis que o sono da embriaguez pesa negro naquelas pálpebras onde a beleza cinzelou os olhares da volúpia?

— Cala-te, Johann! Enquanto as mulheres dormem e Arnold-o-loiro cambaleia e adormece murmurando as canções de orgia de Tieck, que música mais bela que o alarido da saturnal? Quando as nuvens correm negras no céu, como um bando de corvos errantes, e a lua desmaia, como a luz de uma lâmpada sobre a alvura de uma beleza que dorme, que melhor noite que a passada ao reflexo das taças?

AZEVEDO, Álvares de. Noite na Taverna. Lisboa: Tipografia de J.H. Verde, 1878, p. 1.

Em relação às histórias envolvendo os três personagens mencionados na abertura de Noite na Taverna, assinale a alternativa correta.

a) O clima sombrio da abertura de Noite na taverna, com suas mulheres bêbadas e desprovidas de idealidade, demonstra que seu autor, Álvares de Azevedo, não pode ser considerado romântico.

b) Por ironia, embora sejam as palavras de Johann que abram Noite na Taverna, ele não contará nenhuma das histórias do livro.

c) Bertran conta uma história de traições e assassinatos que inclui o caso de uma pequena embarcação perdida no mar cujos ocupantes praticam o canibalismo.

d) O leitor descobrirá nas páginas finais de Noite na taverna que Arnold-o-loiro na verdade é Artur, já que ele acordará de sua embriaguez e contará uma história de incesto que viveu.

e) O capítulo final de Noite na Taverna é narrado em terceira pessoa, entrelaça todas as histórias contadas em primeira pessoa e constrói um fecho para o livro.

Resposta: [C]
Bertran narra uma história que inclui traições, assassinatos e canibalismo em uma embarcação perdida no mar, um dos aspectos mais sombrios da obra. As demais alternativas estão incorretas: Johann conta uma história, Arnold-o-loiro é revelado como Artur, mas não narra uma história de incesto, e o último capítulo não une todas as narrativas em primeira pessoa.

Exemplo 2

(UFPR 2024) Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus, apresenta o relato de sua vida na favela, na forma de um diário.

3 de fevereiro (1959) Tenho de dizer que não escrevi nos dias que decorreram porque eu fiquei doente. Vou recapitular o que ocorreu comigo nestes dias (…) A Fernanda veio e perguntou-me se eu sei onde está o cigano. É a mesma coisa que ela perguntar-me onde é a casa do vento.

Disse que ele é muito bonito e que ela ia lá comprar pimenta só para vê-lo.

Durante os dias que eu estive doente o senhor Manoel não me deixou sem dinheiro.

JESUS, Carolina Maria de. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014. p. 159.

Considerando o trecho acima e a integridade do livro, assinale a alternativa correta.

a) Cigano pede Carolina em casamento, depois de ele ter lido a reportagem sobre ela publicada na revista O cruzeiro.

b) Senhor Manoel é descrito como um homem igual aos demais moradores da favela e por isso Carolina se recusa a aceitar a afeição dele por ela.

c) O pai de Vera Eunice pede muitas vezes à Carolina para ter seu nome citado nos diários dela.

d) Orlando Lopes promove uma festa para receber Carolina na favela, após a publicação da reportagem.

e) As poesias de Carolina que estão no livro tratam do cotidiano e de sentimentos experimentados por ela.

Resposta: [E]
As poesias presentes na obra de Carolina refletem diretamente suas vivências diárias, abordando tanto as suas relações com outras pessoas quanto as emoções que ela sente. Um exemplo claro disso pode ser visto neste trecho: "Não pensas que vais conseguir/ o meu afeto novamente/ o meu ódio vai evoluir/ criar raízes e dar semente".

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Kimberli Sabino Ariotti

Analista Pedagógica de Linguagens do Aprova Total. Licenciada em Letras pela UFSC e Mestre em Linguística pela mesma instituição.

Ver mais artigos de Kimberli Sabino Ariotti >

Analista Pedagógica de Linguagens do Aprova Total. Licenciada em Letras pela UFSC e Mestre em Linguística pela mesma instituição.

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