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Como as olimpíadas científicas garantem vagas nas universidades?

É possível focar nos estudos da área que você gosta e, de quebra, garantir uma vaga no Ensino Superior. Veja como as olimpíadas científicas podem ajudar a realizar seu sonho

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As vagas olímpicas são uma modalidade de ingresso em universidades públicas brasileiras diferente de vestibulares tradicionais e do Enem. Nesse caso, não é necessário participar da avaliação do processo seletivo, mas sim ser medalhista e/ou participante de olímpiadas científicas nacionais ou internacionais.

Todos os anos, instituições como a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) direcionam vagas para alunos que, durante o Ensino Médio, participaram de olimpíadas e garantiram uma boa classificação.

E pensando na sua aprovação em universidades renomadas no país, nós do Aprova Total resolvemos escrever essa publicação para explicar quais são os benefícios de participar dessas provas e como você, estudante, pode garantir uma vaga no Ensino Superior público por um método não tradicional.

Aqui, você encontrará as universidades com vagas olímpicas, entenderá como funcionam os critérios de seleção e como se preparar para essas competições. Quem sabe essa não é a sua chance de ingressar na graduação dos sonhos? 🎓

Olimpíadas científicas que acontecem no Brasil

Você já deve ter ouvido falar sobre olímpiadas científicas ou olimpíadas do conhecimento. Algumas bem famosas são a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), a Olimpíada Nacional em História do Brasil (ONHB) e a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA).

Em poucas palavras, tratam-se de competições que visam estimular os alunos do Ensino Fundamental e Médio a resolverem problemas práticos e teóricos, realizar experimentos e a debater temas sociais relevantes, a fim de melhorar a Educação brasileira.

Elas podem abranger diversas temáticas, como Matemática, Robótica, Informática, Física, História, Biologia, Astronomia, entre outras. Além disso, servem como oportunidade para descobrir talentos, premiando os melhores participantes ou equipes com medalhas, certificados, bolsas de estudo ou prêmios físicos ou em dinheiro.

Desde 2022, cerca de 10 a 15 olimpíadas científicas são apoiadas financeiramente pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) todos os anos. No entanto, existem dezenas de olimpíadas no país. Aqui, iremos falar sobre as principais!

Lista das olimpíadas científicas nacionais

Conheça, a seguir, as principais olimpíadas do conhecimento nacionais de diferentes áreas do conhecimento que são aceitas pelas universidades.

Ciências da Natureza

Ciências Humanas

Linguagens

Matemática

Interdisciplinares/Outras

Lista das olimpíadas científicas internacionais

Entre as principais olimpíadas científicas internacionais aprovadas pelas universidades brasileiras estão:

📖 Existem outras dezenas de olimpíadas do conhecimento aplicadas no Brasil, inclusive internacionais ou voltadas exclusivamente para meninas.

Vagas olímpicas: o que são e como funcionam?

Ok, já falamos sobre as olimpíadas científicas, mas e as vagas olímpicas? 🤔 Bem, podemos resumi-las como um método alternativo de ingresso nas universidades públicas, sendo aberto para alunos das redes pública e privada.

As vagas olímpicas ocorrem em processos seletivos separados, com edital e calendário próprios. Geralmente, as instituições reservam uma quantidade de vagas especial para essa modalidade. Por exemplo, em 2024, a Unesp, a USP e a Unicamp disponibilizaram, respectivamente, 457, 200 e 129 vagas distribuídas em diferentes cursos.

Origem das vagas olímpicas

A participação em olimpíadas científicas é algo bastante valorizado nos processos seletivos de universidades no exterior há muitos anos.

Em geral, as comissões que avaliam os estudantes academicamente costumam reconhecer as conquistas olímpicas, principalmente as internacionais. Afinal, os resultados dos alunos demonstram o desejo por aprender e sua capacidade de autodesenvolvimento.

Assim, as universidades brasileiras, em seus processos de admissão, também encontraram uma maneira de valorizar essas características dos estudantes por meio das vagas olímpicas - que analisam, inclusive, o histórico escolar dos estudantes.

A Unicamp, por exemplo, foi a pioneira em seu vestibular de 2019, ofertando 90 vagas. Posteriormente, outras instituições aderiram à modalidade.

Critérios de elegibilidade

Cada universidade define critérios próprios para participação dos candidatos. Mas, em geral, solicitam que os candidatos:

  • tenham participado e/ou sido premiados em olimpíadas científicas voltadas para o Ensino Médio, que aconteceram nos 3 ou 2 anos anteriores ao ingresso (a depender da instituição);
  • enviem o histórico ou resumo escolar do Ensino Médio para análise.

Processo de seleção

O processo seletivo das vagas olímpicas, assim como vestibulares tradicionais, ocorre por classificação decrescente, de mais a menos pontos. Mas que pontos são esses?

Nos editais dos processos seletivos, as instituições de ensino divulgam uma tabela com a pontuação prevista, a depender do resultado obtido pelo participante nas olimpíadas científicas.

Para as vagas olímpicas da Unicamp em 2024, o quadro de pontuação era o seguinte:

Reprodução do quadro de pontuação das vagas olímpicas da unicamp em 2024. As linhas são de participação, medalha de bronze, medalha de prata e medalha de ouro. As colunas de tipo de olimpíadas são afins, escola pública, brasileiras, ibero-americanas e internacionais. Apenas as células de participação em afins, escolas públicas e brasileiras têm pontuação igual a zero
(Imagem: Reprodução/Unicamp)

Como é possível perceber analisando a tabela, apenas a participação em olimpíadas classificadas como afins, de escola pública e brasileiras não garantem pontos ao candidato. Ou seja, é preciso ser medalhista nessas categorias para participar do processo seletivo. As internacionais, por outro lado, garantem pontos com participação ou medalhas.

Já no caso da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), o processo é diferente.

Quadro de pontuação de vagas olímpicas da ufms
(Imagem: Reprodução/UFMS)

Nesse caso, a participação em olimpíadas estaduais, regionais, nacionais e internacionais garantem pontos aos candidatos. Contudo, quanto melhor o desempenho olímpico, mais chances o estudante tem de ser aprovado.

Além disso, a maioria das instituições também pede que os inscritos se candidatem a duas opções de curso. Aí então, as inscrições são avaliadas por uma banca examinadora ou comitê, que define a pontuação e classificação final dos candidatos.

As vagas são preenchidas em ordem decrescente e, caso não sejam preenchidas na primeira chamada, podem ocorrer outras. Por isso, fique atento(a) ao calendário!

⚠️ É muito importante ler os editais para verificar quais são as olimpíadas aceitas pelas universidades por curso. Isso porque, assim como as pontuações, podem mudar de instituição para instituição.

👉 Leia também: Confira o calendário dos principais vestibulares

Por que investir em vagas olímpicas?

Diferente dos vestibulares tradicionais, as vagas olímpicas ainda são pouco conhecidas pelos estudantes ou, muitas vezes, ignoradas devido à baixa oferta de oportunidades.

É fato que as universidades costumam oferecer de uma a três vagas para cada curso, o que faz com que os estudantes pensem ser muito difícil ingressar na faculdade por meio dessa modalidade. Mas isso não é verdade!

1. Facilidade de ingresso

Os processos não costumam ser "exclusivos". Ou seja, você pode concorrer pelo vestibular tradicional E pelo sistema de vagas olímpicas. Isso mesmo: e, de adição (➕), igual você aprendeu na Matemática! Em outras palavras, é mais uma oportunidade de ser aprovado.

Algumas instituições até oferecem a opção de escolher entre sua nota no vestibular tradicional, no Enem ou nas vagas olímpicas. Já pensou na possibilidade de poder selecionar a sua melhor pontuação entre três opções?

2. Redução do estresse de vestibulares tradicionais

O processo de admissão por meio de vagas olímpicas pode ser menos estressante que os vestibulares tradicionais, permitindo que os estudantes se concentrem em suas áreas de interesse sem a pressão de uma única prova decisiva ou repleta de vários assuntos (que, normalmente, são vistos em pouco tempo).

Além disso, os processos seletivos podem considerar seu desempenho no primeiro ou segundo ano do Ensino Médio, quando a pressão em relação ao vestibular ainda não é tão grande.

3. Vantagem em programas de pesquisa ou iniciação científica

Universidades públicas frequentemente oferecem bolsas de iniciação científica e outras oportunidades de pesquisa para estudantes. Assim, ser medalhista ou ter participado de olimpíadas do conhecimento pode ajudar você a se destacar em processos seletivos internos e abrir portas.

Quais faculdades aceitam olimpíadas científicas?

Veja abaixo algumas universidades brasileiras que oferecem vagas olímpicas:

InstituiçãoUFQuantidade de vagas em 2024Observações
Unesp - Universidade Estadual PaulistaSP457Candidato pode escolher até 2 opções de curso
USP - Universidade de São Paulo SP200Candidato pode escolher até 3 opções de curso
Unicamp - Universidade Estadual de CampinasSP129Candidato pode escolher até 2 opções de curso
UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do SulMS103Candidato pode escolher até 2 opções de curso
UNIFEI - Universidade Federal de ItajubáMG43Candidato pode escolher apenas 1 opção de curso
UFABC - Universidade Federal do ABCSP20Candidato pode escolher até 4 opções de curso

👉 Leia também: Quais são as 10 melhores universidades públicas de Medicina no Brasil?

Como se preparar para competições olímpicas

E aí, você gosta de estudar? E é capaz de estudar sozinho, definindo o próprio cronograma de leituras e atividades? Bem, essa é uma pergunta importante para começar a se preparar para olimpíadas científicas!

As duas principais características dos estudantes que participam desses desafios são a autonomia e autodisciplina. Isso porque, assim como quem se prepara para o vestibular ou Enem, eles precisam organizar o tempo de estudo e descobrir como absorver melhor o conteúdo. Ou seja, quais técnicas de aprendizagem funcionam melhor.

No entanto, algumas dicas gerais são válidas para quem quer participar de olimpíadas científicas e ter um bom resultado:

  • analisar o conteúdo programático das provas e definir um cronograma de estudos;
  • estudar diferentes formas de resolver o mesmo problema para estimular o raciocínio lógico;
  • buscar compreender como as fórmulas funcionam, em vez de apenas decorar, e estudar a teoria;
  • aprender a gerenciar o tempo gasto para resolver cada questão;
  • estimular o pensamento "fora da caixa" para resolver desafios mais complexos;
  • estar aberto ao trabalho em equipe, visto que algumas olimpíadas avaliam o desempenho do grupo e a cooperação entre colegas;
  • realizar provas de edições anteriores para conhecer o formato das questões e treinar.

É importante lembrar que, ao estudar para olimpíadas científicas, você também está se aprofundando em tópicos que aparecem nos grandes vestibulares e até mesmo em conteúdos que são vistos apenas no Ensino Superior.

Desse modo, participar dessas avaliações do conhecimento é uma boa forma de se preparar para a aprovação na universidade pública, seja pelo vestibular tradicional ou pelas vagas olímpicas. E aí, que tal investir nessa ideia?

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Érica Travain

Jornalista e colaboradora do Aprova Total, com 10 anos de experiência na redação de textos para revistas, sites e blogs sobre educação, saúde, comportamento e tecnologia.

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