Placas tectônicas: teoria, o que são e como funcionam
Entenda de que forma essas grandes estruturas da litosfera se movem e podem gerar riftes, fissuras, montanhas, ilhas vulcânicas, entre outras formações e eventos geológicos
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Tectônica das Placas é a teoria que revolucionou a geologia ao mostrar que a crosta terrestre é fragmentada em várias placas que se deslocam, criando fenômenos como terremotos, vulcões e a formação de montanhas.
A teoria explica diversos fenômenos do nosso planeta, mas o interior da Terra ainda esconde muitos mistérios. Por isso, neste artigo, vamos entender o que diz a Teoria das Placas Tectônicas (como popularmente chamamos), sua história e como elas se comportam.
Além disso, estudar as placas tectônicas pode colocar você à frente da concorrência nos principais vestibulares do país! No Enem, por exemplo, elas aparecem no top 5 assuntos mais cobrados! Bora garantir a sua vaga na universidade?
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O que é a Teoria da Tectônica de Placas?
A Teoria da Tectônica de Placas oferece uma explicação para o movimento dinâmico das grandes placas rochosas que formam a superfície da Terra.
Segundo esta teoria, a litosfera, a camada mais externa e rígida da Terra, está dividida em várias placas que se movem sobre a astenosfera, uma camada mais maleável do manto superior.
Este movimento é impulsionado por forças do calor emanado do interior da Terra, que cria correntes de convecção no manto.
As interações entre estas placas podem levar à formação de características geológicas distintas, como montanhas, fossas oceânicas e vulcões.
A Tectônica de Placas é, portanto, fundamental para explicar a distribuição geográfica e temporal de muitos fenômenos geológicos, incluindo atividades sísmicas e vulcânicas.
Mas, afinal, o que são placas tectônicas?
Placas tectônicas são partes da litosfera da Terra, compostas pela crosta e o manto superior rígido.
Elas agem como gigantescos blocos de rocha que se encaixam e cobrem toda a superfície do planeta, flutuando e se movendo sobre a camada semifluida do manto. Cada placa pode conter parte da crosta continental, da crosta oceânica, ou ambas.
As placas variam em tamanho e forma, e suas bordas definem os limites onde ocorrem interações significativas, como terremotos e atividade vulcânica.
Essas bordas são classificadas com base no tipo de movimento relativo entre as placas adjacentes, resultando em diferentes características geológicas e processos na superfície da Terra.
Tipos de placas tectônicas
As placas tectônicas normalmente não são classificadas em categorias, porém é perceptível que algumas são muito menores do que outras. Logo, para conseguirmos visualizar melhor, vamos separar por tamanhos.
As maiores e mais relevantes são:
- Placa Africana
- Placa Antártica
- Placa do Pacífico
- Placa Norte-Americana
- Placa Sul-Americana
- Placa Eurasiática
- Placa Indo-Australiana
As menores são:
- Placa Arábica
- Placa das Caraíbas
- Placa de Cocos
- Placa de Nazca
- Placa de Scotia
- Placa das Filipinas
- Placa Juan de Fuca
O mapa abaixo mostra onde as placas tectônicas se encontram na superfície terrestre:
Movimentos e limites entre placas tectônicas
Existem três tipos de movimentos entre as placas tectônicas, são eles: divergente, convergente e transformante.
No limite divergente, as placas se afastam uma das outra, frequentemente resultando na formação de novas crostas oceânicas, como visto nas dorsais oceânicas.
Este movimento pode levar ao surgimento de riftes e fissuras, por onde o magma ascende, criando um novo terreno.
(Imagem: Aprova Total)
Um exemplo de limite divergente é a Dorsal Mesoatlântica, onde as placas tectônicas da América do Norte e Eurásia se afastam, formando nova crosta oceânica.
Nos limites convergentes, as placas se encontram e a placa mais densa é forçada a submergir abaixo da outra em um processo conhecido como subducção.
Quando as placas têm densidades semelhantes, ocorre o dobramento destas placas, resultando nos dobramentos modernos.
(Imagem: Aprova Total)
Esse encontro pode resultar na formação de montanhas, ilhas vulcânicas e atividades sísmicas intensas. Um exemplo de limite convergente é a região onde a Placa do Pacífico se encontra e é subduzida sob a Placa Norte-Americana, resultando na formação da Cordilheira dos Andes na América do Sul.
Já os limites transformantes ocorrem quando as placas deslizam horizontalmente uma passando pela outra, causando terremotos frequentes. Este tipo de movimento é exemplificado pela Falha de San Andreas na Califórnia, que é marcada por abalos sísmicos recorrentes.
Teoria da Deriva Continental
Alfred Wegener, um meteorologista e geofísico alemão, introduziu a Teoria da Deriva Continental, propondo que os continentes não eram fixos, mas se moviam através da superfície terrestre ao longo do tempo.
Ele observou como as costas da África e da América do Sul pareciam se encaixar e como fósseis semelhantes eram encontrados em locais agora separados por oceanos.
Apesar da inicial resistência da comunidade científica, a teoria de Wegener ganhou credibilidade ao longo dos anos, especialmente quando as evidências de atividades geológicas e paleontológicas começaram a alinhar-se com sua hipótese.
🗺️ A Deriva Continental forneceu a base para o desenvolvimento posterior da Teoria da Tectônica de Placas, explicando o movimento dos continentes como parte de um processo mais amplo de interação entre as placas tectônicas.
Quem criou a Teoria da Tectônica de Placas? Como ela surgiu?
A Teoria da Tectônica de Placas emergiu no século 20 como uma evolução da Teoria da Deriva Continental de Wegener.
A descoberta e o mapeamento das dorsais meso-oceânicas e a compreensão dos padrões de sismicidade e vulcanismo em escala global forneceram as peças que faltavam para o quebra-cabeça.
Cientistas como Harry Hess e J. Tuzo Wilson foram fundamentais no desenvolvimento da teoria, propondo mecanismos como a expansão do fundo oceânico e a Tectônica de Placas para explicar o movimento observado nos continentes e oceanos.
A formulação da teoria foi uma revolução científica, marcando uma transição no entendimento geológico de um modelo estático para um dinâmico, onde a superfície da Terra é constantemente remodelada pelas forças internas do planeta.
👉 Leia também: Eras geológicas: quais são e os principais acontecimentos
Quais são as evidências da Teoria das Placas Tectônicas?
As principais evidências para a Tectônica de Placas são:
- o encaixe geográfico dos continentes;
- a distribuição de fósseis;
- as formações rochosas;
- os padrões de atividade sísmica e vulcânica;
- os fósseis chave, como os do réptil Mesossaurídeo e da planta Glossopteris, encontrados em continentes agora separados, na África e na América do Sul, sugerindo que estavam anteriormente conectados.
Outras evidências incluem o alinhamento de formações rochosas antigas em diferentes continentes e a presença de minerais e tipos de rocha específicos em regiões que agora estão distantes.
Essas descobertas corroboram a teoria de que as placas tectônicas se movimentam, levando à reconfiguração contínua da superfície terrestre.
Quais são fenômenos explicados pela Teoria das Placas Tectônicas?
A Tectônica de Placas explica uma variedade de fenômenos geológicos, como:
- Terremotos: que ocorrem principalmente nas bordas das placas devido ao seu movimento e interação;
- Vulcanismo: diretamente relacionado com as placas tectônicas, frequentemente ocorrendo em zonas de subducção ou em riftes onde as placas se separam;
- Tsunamis: ondas gigantes geralmente causadas por deslocamentos repentinos no fundo oceânico devido a terremotos, vulcanismos ou deslizamentos de terra submarinos, processos todos ligados à dinâmica das placas tectônicas.
Esses eventos destacam a natureza ativa e interconectada do sistema terrestre governado pela Tectônica de Placas.
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Curiosidades sobre as placas tectônicas
O ser humano já tentou perfurar uma placa tectônica, com o objetivo de chegar o mais fundo possível na Terra. Este projeto deu origem ao "Kola Superdeep Borehole", localizado na Península de Kola, na Rússia. Trata-se do resultado de um projeto científico soviético que visava penetrar o mais profundamente possível na crosta terrestre.
Atingindo uma profundidade final de mais de 12 km, esse projeto não apenas mostrou os desafios técnicos de tais empreendimentos, mas também forneceu dados valiosos sobre as condições geológicas profundas e as variações das camadas rochosas.
Essa exploração profunda revelou sequências de rochas inesperadas e transições nos materiais que compõem a crosta terrestre, oferecendo uma visão única das condições e processos geológicos em profundidades extremas, mesmo que não esteja diretamente ligada às placas tectônicas.
Porém, o buraco não chegou a um terço da distância necessária para alcançar o manto terrestre, pois a broca utilizada não aguentou as condições de pressão do buraco e dureza das rochas.
Qual é a maior placa tectônica do mundo?
A Placa do Pacífico é a maior e mais extensa placa tectônica do mundo, abrangendo uma área de mais de 103 milhões de km². Ela se estende do litoral oeste das Américas até as bordas orientais da Austrália e da Ásia, cobrindo grande parte do Oceano Pacífico.
Esta placa é notável não apenas por seu tamanho, mas também por sua atividade sísmica e vulcânica, particularmente ao longo do "Círculo de Fogo do Pacífico", onde interage com várias outras placas tectônicas.
A vastidão da Placa do Pacífico e seu envolvimento em processos geológicos significativos, como terremotos e vulcões, fazem dela uma área chave no estudo da Tectônica de Placas. Ela ilustra como grandes placas tectônicas podem influenciar a geologia, o clima e até a biodiversidade em escala global.
Qual é a placa tectônica em que o Brasil está localizado?
O Brasil está localizado na Placa Sul-Americana, que é uma grande placa tectônica abrangendo a maior parte do continente sul-americano e uma porção do Oceano Atlântico.
Devido à posição no interior da placa e longe dos limites tectônicos mais ativos, o Brasil não é frequentemente afetado por grandes terremotos ou atividade vulcânica significativa, o que contribui para uma relativa estabilidade geológica.
A localização do Brasil na Placa Sul-Americana é fundamental para entender por que o país tem um histórico de atividade sísmica e vulcânica relativamente baixo em comparação com regiões próximas aos limites de placas ativas, como a Cordilheira dos Andes ao oeste, onde as interações das placas são mais intensas e frequentes.
Resumo: Teoria da Tectônica de Placas
- As interações entre placas causam formação de montanhas, fossas oceânicas e vulcões, influenciando fenômenos geológicos e atividades sísmicas/vulcânicas;
- Constituídas por crosta e manto superior rígido, as placas tectônicas cobrem a superfície terrestre, variam em tamanho e forma, e têm limites que definem interações significativas;
- Os movimentos e limites das placas tectônicas podem ser classificado como:
- Divergente: formação de crosta oceânica;
- Convergente: subducção e formação de montanhas;
- Transformante: terremotos por deslizamento horizontal.
- A Teoria da Deriva Continental, proposta por Alfred Wegener, sugeriu o movimento dos continentes e contribuiu para o desenvolvimento da tectônica de placas;
- A Teoria da Tectônica de Placas foi desenvolvida no século 20, baseada em na Teoria de Deriva Continental, estudos das dorsais meso-oceânicas e padrões globais de sismicidade/vulcanismo;
- Entre as evidências da teoria estão o encaixe geográfico de continentes, a distribuição de fósseis, as formações rochosas e os padrões sísmicos/vulcânicos;
- A Tectônica de Placas esclarece a ocorrência de terremotos, vulcanismo e tsunamis, refletindo a dinâmica terrestre.
Como as placas tectônicas caem no Enem e vestibulares
As placas tectônicas marcam presença nos principais vestibulares do país e no Enem.
Este é o tema mais cobrado dentro da geologia, com questões que variam desde identificar qual movimento tectônico resultou em determinado fenômeno até qual placa está sendo descrita em um texto ou imagem.
No Enem, por exemplo, a geologia é o quinto assunto mais cobrado em Geografia, com as placas sendo o tema principal desta área. A seguir, confira alguns exemplos de perguntas!
Exemplo de questão sobre placas tectônicas no Enem
(Enem 2023) A Cordilheira do Himalaia tem mais de 50 milhões de anos, sendo classificada como a maior cordilheira do planeta. Originário da língua sânscrito, comum na região, seu nome quer dizer “morada da neve”. É possível encontrar nessa cordilheira as quinze maiores montanhas do mundo. Ao todo, existem mais de cem picos, que contam com altitudes bem maiores que 7.000 m. O Everest, considerado o ponto mais alto da Terra, tem nada menos que 8.848 m de altitude, e continua crescendo, aproximadamente, 0,8 mm a cada ano.
Disponível em: https://meioambiente.culturamix.com. Acesso em: 12 nov. 2021 (adaptado).
Qual dinâmica natural é responsável pelo fenômeno apresentado?
a) Derrame de lava vulcânica.
b) Encontro de placas tectônicas.
c) Ação do intemperismo químico.
d) Sedimentação de erosão eólica.
e) Derretimento de geleiras glaciais.
Resposta: [B]
A opção correta é B, pois o Himalaia foi formado devido ao movimento orogenético resultante da convergência das placas tectônicas. As opções incorretas são: A, pois o derrame de lava é caracterizado como vulcanismo; C, pois o intemperismo é um agente modelador do relevo; D, pois a sedimentação é responsável pela formação de bacias; E, pois o derretimento de geleiras não está associado ao processo de epirogênese.
Exemplo de questão sobre placas tectônicas nos vestibulares
(Fuvest 2023) A superfície terrestre muda conforme a frequência e a magnitude de processos naturais, sendo alguns mais contínuos e outros mais irregulares. Alguns eventos podem mudar rapidamente a superfície, enquanto outros a modificam lentamente.
Com base nos dados apresentados, é possível afirmar que os números 1, 2 e 3 correspondem, respectivamente, a:
a) Ação eólica, erupções vulcânicas e soerguimento de cadeias montanhosas.
b) Depósitos minerais, abalos sísmicos e erupções vulcânicas.
c) Formação de cavernas, ação eólica e soerguimento de cadeias montanhosas.
d) Erupções vulcânicas, abalos sísmicos e depósitos minerais.
e) Ação eólica, formação de cavernas e soerguimento de cadeias montanhosas.
Resposta: [A]
A alternativa correta é A, do número 1 ao 3, os processos naturais ampliam sua escala temporal e espacial. Ou seja, podemos afirmar que o processo 1 corresponde à ação eólica, o 2 às erupções vulcânicas e o 3 à orogenia. As alternativas incorretas são:
b) os depósitos minerais demandam maior escala temporal e espacial;
c) a formação de cavernas demanda maior escala temporal que a ação eólica;
d) as erupções vulcânicas demandam maior escala temporal e espacial;
e) a formação de cavernas demanda maior escala temporal que o apresentado no evento 2.