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Resumos dos livros e outras obras que caem na UFSC 2025

Veja quais são as leituras obrigatórias deste vestibular e confira dicas para responder às questões com mais segurança

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Se o vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está no seu radar, você chegou ao lugar certo! Neste artigo, trazemos um guia detalhado sobre os livros e outras obras cobradas pela UFSC 2025, com resumos e pontos essenciais que você deve dominar para mandar bem na prova. 

Sabemos que enfrentar essa lista de leituras pode parecer um desafio, mas estamos aqui para tornar sua preparação mais tranquila e certeira. Vamos lá?

Quais são os livros obrigatórios do Vestibular UFSC 2025? 

Confira a lista de livros e obras da UFSC para o vestibular de 2025:

  1. Tropicalia ou Panis et Circencis (1996), álbum de Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes, Tom Zé, Capinam, Torquato Neto, Rogério Duprat 
  2. Velhos (2020), de Alê Motta 
  3. Solitária (2022), de Eliana Alves Cruz 
  4. Singradura (1970), de Flávio José Cardoso
  5. Torto arado (2019), de Itamar Vieira Junior
  6. Parque industrial (1933), de Pagu

Resumos das leituras obrigatórias da UFSC 2025 

Confira abaixo um breve resumo das obras da UFSC (compostas de livros e um álbum), destacando os principais elementos do enredo, o contexto de criação e as possíveis interpretações.

1. Tropicalia ou Panis et Circencis

(Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil, Nara Leão, Os Mutantes, Tom Zé, Capinam, Torquato Neto e Rogério Duprat)

Tropicália ou Panis et Circencis (1968) é o álbum-manifesto do movimento tropicalista, que reuniu artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Os Mutantes, Tom Zé, Nara Leão e Rogério Duprat. O disco misturou influências da música tradicional brasileira com elementos internacionais como rock, Jovem Guarda e psicodelia. 

As canções criticam a sociedade brasileira, abordando temas como repressão política, alienação social e o "milagre econômico" da Ditadura Militar. A faixa Panis Et Circencis é uma crítica à apatia da classe média, enquanto Miserere Nobis aborda a fome no Brasil. 

A capa também traz uma forte carga simbólica, com referência à cultura de massa e às tensões políticas da época. O álbum revolucionou a música brasileira, propondo uma nova forma de arte com caráter antropofágico, misturando alta cultura e cultura popular.

👀 Para o vestibular: preste atenção na influência da obra de Oswald de Andrade e sua "antropofagia cultural", além do uso da ironia e da paródia, como na crítica ao conformismo da classe média em Panis Et Circencis

2. Velhos

(Alê Mota)

Velhos é um livro com 30 contos curtos que falam sobre diferentes aspectos da velhice. Nele, conhecemos personagens variados: alguns são frágeis e solitários, enquanto outros ainda têm muita energia. 

A autora mostra como os idosos são muitas vezes ignorados ou maltratados pela sociedade, abordando temas como solidão, memórias, conflitos entre gerações, racismo e o medo da morte

O livro também fala sobre a importância das relações familiares e como os mais velhos ainda têm muito a ensinar, fazendo a gente pensar sobre o valor da experiência e da sabedoria.

👀 Para o vestibular: veja a maneira como a autora retrata a velhice, sem romantização, focando nos desafios materiais e emocionais, como a precariedade financeira, o racismo e a solidão. Observe também como as relações intergeracionais, especialmente entre avós e netos, mostram o contraste entre o passado e o presente.

3. Solitária

(Eliana Alves Cruz)

O livro Solitária narra a vida de Eunice e Mabel, mãe e filha negras que vivem e trabalham como empregadas em um condomínio de luxo. A história mostra como o trabalho doméstico no Brasil ainda carrega marcas da escravidão

Mabel, a filha, quer mudar seu futuro e consegue entrar na faculdade de Medicina, enquanto Eunice testemunha um crime no condomínio, o que acaba mudando a vida das duas. 

O livro é dividido em três partes, e na última, os próprios espaços (como o quarto de empregada) narram a história. A obra aborda temas como racismo, desigualdade e a luta para se libertar das condições impostas pela sociedade elitista.

👀 Para o vestibular: fique de olho na relação entre o trabalho doméstico e as heranças da escravidão, além da simbologia do "quartinho" como representação do corpo negro. Veja também como a narrativa, especialmente na terceira parte, personifica os espaços e como isso reflete a subordinação dos personagens. 

4. Singradura

(Flávio José Cardoso)

Singradura é um livro com 20 contos que falam sobre o dia a dia de pessoas simples que vivem na ilha de Santa Catarina nos anos 1960, antes de o turismo chegar. Os personagens são pescadores, lavadeiras e vendedores, todos enfrentando suas lutas e desafios. 

O mar aparece como um tema importante, simbolizando vida, morte e mudanças. Os contos têm finais inesperados e alguns tocam no surreal e no fantástico. A linguagem é cheia de metáforas, o que faz o leitor pensar sobre os significados. 

O conto Singradura conta a história de Marília, uma jovem que busca o mar para encontrar paz e um novo começo.

👀 Para o vestibular: preste atenção em como os personagens se relacionam com o mar, que simboliza transformação e destino. A linguagem metafórica é super importante, pois muitas revelações e finais estão implícitos. Observe ainda como o autor retrata a vida simples da ilha, o que conecta o leitor ao contexto social e histórico dos anos 1960 em Santa Catarina.

5. Torto arado

(Itamar Vieira Junior)

Torto Arado conta a história de duas irmãs, Bibiana e Belonísia, que vivem e trabalham em uma fazenda na Chapada Diamantina, na Bahia. Elas são descendentes de escravizados e enfrentam condições de trabalho muito duras. 

Quando crianças, Belonísia sofre um grave acidente ao mexer numa faca escondida da avó, que faz com que ela perca a fala. Esse acidente aproxima ainda mais as irmãs.

Ao longo do livro, temas importantes são explorados, como a luta pela posse de terras, a religiosidade do povo da região e as injustiças que ainda existem no campo

O livro é dividido em três partes, narradas por diferentes personagens: a primeira parte é narrada por Bibiana, a segunda por Belonísia, e a terceira por uma voz inesperada, que representa as vozes da terra.

👀 Para o vestibular: perceba a importância da terra para as famílias, descendentes de escravizados, e a representação do latifúndio e do trabalho servil na Fazenda Água Negra. Veja também como a religiosidade (Jarê) e a ancestralidade africana influenciam os personagens.

6. Parque Industrial, de Pagu

Parque Industrial mostra a difícil vida das operárias em São Paulo, na década de 1930. A história acompanha personagens como Maria, Lia e Otávia, que trabalham em fábricas e enfrentam longas jornadas de trabalho, salários baixos e muito desrespeito. 

Pagu usa uma linguagem rápida e direta, misturando o estilo modernista com críticas sociais fortes, especialmente sobre a exploração dos trabalhadores e a desigualdade entre ricos e pobres. O livro evidencia um olhar feminista, destacando a luta das mulheres naquela época. 

Além disso, a obra reflete o envolvimento político da autora com o movimento comunista, fazendo uma crítica clara ao capitalismo e às injustiças sociais.

👀 Para o vestibular: veja como é feita a crítica ao capitalismo e à exploração das operárias, além da forma como Pagu representa a luta de classes e a desigualdade de gênero. Note a presença de personagens femininas fortes, como Otávia, e o uso de uma linguagem que mistura modernismo e militância política. A obra também reflete o contexto histórico da industrialização de São Paulo e as ideias comunistas defendidas pela autora.

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Exercícios resolvidos: obras obrigatórias UFSC 

Para resolver as questões sobre os livros da UFSC, a leitura integral das obras é importante, pois você precisará saber detalhes do enredo.

Além disso, é comum que, em uma mesma questão, apareçam trechos de mais de uma das obras da lista, para fazer algum tipo de associação entre elas.

Confira um exemplo de como a prova cobra as obras obrigatórias:

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Exemplo

(UFSC 2024)  Desculpas

Sou preto e sou velho. Diferente da maioria dos pretos no Brasil, sou rico. Moro num condomínio sofisticado, num bairro de brancos que acham muito esquisito a minha família preta morar ali.

Tenho setenta anos e pratico muitos esportes. Gosto especialmente de corrida.

Dia desses fui correr até a beira da praia. Na segunda quadra após o condomínio, passei em frente ao posto de gasolina. No momento em que passei, acontecia um assalto.

Dois dentes quebrados, três costelas fraturadas, as maçãs do rosto raladas, nariz sangrando, braço esquerdo luxado. Cusparadas na cara, tapas na orelha, vários socos no estômago.

Uns brutamontes me agarraram, me esfregaram no chão de asfalto e me levaram para a delegacia como suspeito.

Meu advogado-branco veio me socorrer. Sou médico, sou dono de uma clínica, tenho três especializações, dou aulas, tenho vários livros publicados, falo quatro idiomas.

Até agora ninguém me pediu desculpas. Ficam repetindo que eu sou preto, nem pareço um velho e estava correndo, como iam saber que eu não era um marginal?

MOTTA, Alê. Velhos. Rio de Janeiro: Reformatório, 2020. p. 17-20.

Com base no texto e na leitura integral da obra Velhos, publicada originalmente em 2020, no contexto sócio-histórico e literário e, ainda, de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que: 

01) embora o título explore diferentes sentidos de “desculpas”, a leitura integral do texto enfatiza o emprego do termo mais como uma justificativa para a violência do que como uma retratação.   

02) a ênfase das narrativas que compõem Velhos recai sobre as mazelas do envelhecimento e a situação degradante em que vivem os idosos no Brasil.

04) a precisão e a concisão dos contos que integram Velhos estão presentes inclusive nos títulos, formados por uma única palavra.   

08) o fragmento “Dois dentes quebrados, três costelas fraturadas, as maçãs do rosto raladas, nariz sangrando, braço esquerdo luxado” (ref. 1) retoma o protagonista por metonímia.   

16) no texto, ocorre a interação de diversos fatores sociais, como faixa etária, gênero, classe, formação acadêmica e atuação profissional, que definem a personagem, mas todos se revelam subordinados a questões étnico-raciais.   

32) a autora subverte as regras de paragrafação ao eliminar o recuo para sinalizar os diálogos entre as personagens.   

Resposta: 01 + 04 + 08 + 16 = 29.

02) Incorreta: Os contos presentes em Velhos abordam a velhice sob diferentes perspectivas, explorando diversos aspectos do envelhecimento. Porém, a obra não se concentra exclusivamente em retratar os idosos de maneira degradante, nem reforça estereótipos relacionados à velhice.

32) Incorreta: O texto é narrado em primeira pessoa e não contém diálogos entre personagens. Portanto, não há eliminação de recuo de parágrafos para marcar falas, como seria necessário em textos com diálogos.

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Kimberli Sabino Ariotti

Analista Pedagógica de Linguagens do Aprova Total. Licenciada em Letras pela UFSC e Mestre em Linguística pela mesma instituição.

Ver mais artigos de Kimberli Sabino Ariotti >

Analista Pedagógica de Linguagens do Aprova Total. Licenciada em Letras pela UFSC e Mestre em Linguística pela mesma instituição.

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