Dúvidas de Português

Dominando os porquês: quando e como usar cada forma

Aprenda facilmente em quais momentos utilizar "por que", "porque", "porquê" e "por quê" e acabe com as suas dúvidas de Português

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A Língua Portuguesa possui várias nuances que, se não forem bem compreendidas, podem levar a erros comuns, especialmente no uso dos diferentes "porquês".

"Por que", "porque", "porquê" e "por quê" têm funções distintas nas frases, e entender essas diferenças é crucial para uma comunicação eficaz e precisa. Nessa publicação, vamos entender a fundo quando e como utilizar cada grafia!

Por que: usado em perguntas

"Por que", separado e sem acento, é usado em perguntas diretas ou indiretas quando se quer saber a razão ou o motivo de algo. Ele sempre aparece em contextos interrogativos.

O termo aparece no início ou meio de frases interrogativas, e também como pronome relativo com o sentido de "por qual razão", "por qual motivo", "pelo(a) qual" ou "pelos(as) quais".

Vamos ver alguns exemplos de aplicação na literatura brasileira:

  • "Por que é que as coisas um instante antes de acontecerem parecem já ter acontecido?" - Água Viva, Clarice Lispector
  • "Por que morrer exatamente há meia hora? Toda hora é apropriada ao óbito; morre-se muito bem às seis ou sete horas da tarde" - Dom Casmurro, Machado de Assis
  • Gostaria de entender por que você não está falando comigo.

Porquê: o substantivo

"Porquê", junto e com acento circunflexo, é tratado como um substantivo e, geralmente, acompanha um artigo, pronome ou adjetivo, referindo-se ao motivo ou à razão de algo.

Por se tratar de um substantivo, é uma palavra que varia em número, podendo aparecer no singular e no plural. Ou seja, "o porquê" ou "os porquês". É comum encontrar o termo em textos que discutem filosofias ou reflexões profundas.

  • "Não sei o porquê dessa mania de achá criança recém-nascida bonita. É feio que dói! E se puxaram a mãe vão ser mais feio ainda!" - Eles Não Usam Black-Tie, Gianfrancesco Guarnieri.

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Porque: usado em respostas

"Porque", junto e sem acento, é usado para responder a perguntas ou explicar a razão de algo.

Ele é frequentemente encontrado em respostas que justificam uma ação ou pensamento, podendo ser substituído por "pois", "visto que" ou "em razão de". Vamos conhecer exemplos na literatura:

  • "E era que Macunaíma estava desinfeliz porque perdera a muiraquitã na praia do rio quando subia no bacupari" - Macunaíma, Mário de Andrade.
  • "Não, você não me entende. Sei que você não me entende porque não estou conseguindo ser suficientemente claro, e por não ser suficientemente claro, além de você não me entender, não conseguirei dar ordem a nada disso" - Morangos mofados, Caio Fernando Abreu

Por quê: utilizado no final de frases

"Por quê", separado e com acento circunflexo, aparece no final de frases ou quando o termo está isolado e a frase é interrogativa.

Usado para enfatizar a pergunta sobre a razão de algo, aparece antes de um ponto final, ponto de exclamação ou de interrogação. E também podemos substitui-lo por "por qual razão" ou "por qual motivo". Veja alguns exemplos:

  • "Zana encheu de peixe as duas geladeiras. Distribuía peixes para a vizinhança. Eu perguntava: Laysh? Por quê? Pra que tanto peixe? E ela: ‘Faz bem para os ossos, nossa carcaça está fraca'" - Dois Irmãos, Milton Hatoum
  • "Em vida tão curta, tanta decepção... Por quê? Pobre de mim!" - A Ilustre Casa de Ramires, Eça de Queirós

Dicas de memorização dos porquês

Para lembrar quando usar cada forma, pense:

  • "Por que" para perguntas; se tiver dúvidas sobre ser separado ou não no meio da frase, faça o exercício de substituir pela expressão "por qual motivo", então, se fizer sentido, "por que" será escrito assim;
  • "Porquê" quando tiver sentido de substantivo;
  • "Porque" para explicar o motivo
  • "Por quê" no fim da frase, quando for uma pergunta.

Erros comuns do uso dos porquês e como evitá-los

Muitos confundem essas formas ao escrever textos rápidos ou sem revisão. Fique atento aos contextos e releia sempre que possível para garantir o uso adequado.

Outra sugestão é identificar se o termo está no início, meio ou fim de uma oração. Isso pode ajudar a escolher a forma correta para a sentença.

Conclusão: uso dos porquês

Dominar o uso dos "porquês" é fundamental para qualquer falante ou escritor de Língua Portuguesa. Por isso, vale a pena fazer associações e lembrar-se das regras envolvendo cada grafia:

  • Por que: para perguntas diretas e indiretas, substitui "por qual razão" ou "por qual motivo";
  • Porque: utilizado em respostas, no lugar de "pois", "visto que", "já que", "em razão de";
  • Por quê: usado no fim de frases ou quando está isolado em uma frase interrogativa;
  • Porquê: tem função de substantivo e costuma acompanhar artigos, pronomes e adjetivos.

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Érica Travain

Jornalista e colaboradora do Aprova Total, com 10 anos de experiência na redação de textos para revistas, sites e blogs sobre educação, saúde, comportamento e tecnologia.

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