Consequências do desperdício de alimentos e estratégias para evitar
Impactos ambientais, fome e prejuízos econômicos são apenas algumas consequências negativas do desperdício de alimentos no mundo. Veja dados globais e saiba como é possível lidar com esse problema

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O desperdício de alimentos é um problema mundial. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calcula que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos é desperdiçado por ano – cerca de um terço do que é produzido globalmente.
Ao mesmo tempo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), atualmente, há mais de 800 milhões de pessoas enfrentando fome e sofrendo de desnutrição em todo o mundo. Contraditório, não? As pessoas estão passando fome e, ao mesmo tempo, os alimentos são desperdiçados.
Não há como negar que o desperdício de alimentos é um dos maiores problemas ambientais da atualidade. É uma questão não apenas prevalente nas nações ricas e desenvolvidas, mas que ocorre em todas as partes do mundo.
A seguir, vamos entender como esse problema acontece, suas consequências e estratégias para mudar essa realidade.
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O que é o desperdício de alimentos?
O desperdício de alimentos pode ser caracterizado como a comida destinada ao consumo humano que é perdida ou descartada sem o aproveitamento correto.
Ele se refere não só a alimentos que os consumidores não terminam em restaurantes e são jogados fora em casa, mas também a matérias-primas e produtos agrícolas perdidos na fase de cultivo, colheita, transporte e armazenamento.
Qual é a quantidade de alimentos desperdiçada no Brasil?
Por ano, no Brasil, descartamos 26,3 milhões de toneladas de alimentos, enquanto 14 milhões de brasileiros sofrem com a fome. Este volume desperdiçado poderia suprir as necessidades nutricionais de 11 milhões de pessoas.
Estima-se que uma família brasileira média desperdice quase 130 kg de comida por ano, com uma média de 41,6 kg por pessoa. E os alimentos que mais são descartados, em termos percentuais, são arroz (22%), carne bovina (20%), feijão (16%) e frango (15%). Note que são os ingredientes característicos do nosso prato feito tradicional.

Qual o impacto do desperdício de alimentos?
Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa, atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Ele também consumiria 250 km³ de água, o correspondente a 2,7 vezes a vazão anual do Rio São Francisco.
Entre os impactos ambientais provocados pelo desperdício de alimentos, temos:
- desmatamento para expansão agrícola a fim de dar conta do volume de produção;
- emissão de gases de efeito estufa resultantes da decomposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários;
- e uso de recursos preciosos, como terra, água e energia, na produção de alimentos que são descartados.
Assim, o desperdício agrava a crise climática e contribui para a degradação ambiental.
Além disso, também é possível notar que gera prejuízos econômicos em escala global. Os custos associados ao descarte e transporte aumentam o preço dos produtos alimentícios, afetando consumidores e produtores.
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Como evitar o desperdício de alimentos?
Existem várias medidas que podem ajudar a reduzir o desperdício de alimentos. Isso inclui iniciativas em todas as etapas da cadeia alimentar, desde a produção até o consumo final.
As soluções são diferentes dependendo da localidade. Embora países desenvolvidos e em desenvolvimento desperdicem quantidades semelhantes de alimentos, nos países em desenvolvimento, 40% das perdas ocorrem nas etapas pós-colheita e de processamento. Já nos países desenvolvidos, 40% das perdas ocorrem nos níveis de varejo e consumo.
Assim, a forma de resolver o problema depende da etapa em que essas perdas ocorrem.
Por exemplo, países desenvolvidos precisam focar em melhores práticas de varejo e mudança de comportamento do consumidor. Enquanto países em desenvolvimento precisam aperfeiçoar a infraestrutura de armazenamento e distribuição, e ainda fornecer apoio financeiro e técnico para técnicas de colheita melhores.
Além disso, também é possível investir em políticas governamentais como:
- incentivar práticas agrícolas sustentáveis e o uso eficiente de recursos naturais;
- regulamentar o descarte, facilitando a doação de excedentes ou penalizando o desperdício excessivo;
- estabelecer parcerias entre empresas e organizações não governamentais para programas de redistribuição de alimentos;
- promover campanhas de conscientização sobre o desperdício e suas consequências.
Já no contexto doméstico, no dia a dia das famílias, é possível adotar as seguintes estratégias:
- fazer listas de compras para adquirir apenas a quantidade necessária de alimentos;
- armazenar os produtos corretamente para prolongar a vida útil;
- na hora do preparo, tentar usar todas as partes dos alimentos, incluindo talos, cascas e folhas;
- fazer a compostagem doméstica a partir de resíduos orgânicos, gerando adubo para plantas.
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