Cursos e Profissões

Como funciona a graduação em Terapia Ocupacional?

Você vai ler detalhes sobre o curso, como a grade curricular e as habilidades desenvolvidas, além de conhecer aspectos gerais sobre essa área de atuação

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A escolha da carreira é um grande passo na vida de qualquer estudante, pois define não apenas o seu caminho acadêmico, mas é o começo de um futuro profissional. Para quem sonha em trabalhar com o cuidado e a promoção da saúde mental e física, o curso de Terapia Ocupacional é uma opção.

Nesse contexto, ler sobre aspectos que envolvem a profissão pode ajudar a entender melhor suas nuances e as habilidades necessárias para se destacar no mercado de trabalho.

A seguir, então, você confere informações sobre o curso de Terapia Ocupacional, com respostas para as dúvidas mais comuns dos aspirantes a essa carreira.

Como é o curso de Terapia Ocupacional?

Já passou pela sua cabeça que o filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001) poderia ter alguma relação com o universo da Terapia Ocupacional?

Vamos lá: assim como Amélie busca trazer alegria e sentido às pequenas coisas no dia a dia das pessoas ao seu redor, o curso de Terapia Ocupacional está focado no bem-estar e na qualidade de vida dos indivíduos. Especialmente para aqueles que enfrentam desafios de saúde física, mental ou emocional.

Ao longo do curso, há disciplinas como Anatomia, Fisiologia, Psicologia, Sociologia, Ética e outras específicas da área da saúde e reabilitação.

Os estudantes aprendem a avaliar as capacidades e limitações dos pacientes, a partir de intervenções personalizadas, para melhorar a independência e a funcionalidade em suas rotinas. Com uma abordagem holística, o objetivo é promover autonomia, inclusão social e adaptar atividades cotidianas para diferentes contextos e necessidades.

Quais são os interesses de quem faz este curso?

Os estudantes que escolhem o curso de Terapia Ocupacional costumam se interessar pelo funcionamento do corpo humano e pelas condições que afetam a funcionalidade e a autonomia das pessoas.

Outro aspecto importante é o gosto pela interação humana e pelo trabalho em equipe, já que há a possibilidade de colaborar com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais.

A criatividade e a capacidade de adaptação também são características valorizadas, com habilidades de pensar fora da caixa, encontrar soluções inovadoras e personalizadas para seus futuros pacientes.

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Principais dificuldades encontradas pelos alunos de Terapia Ocupacional

Durante o curso de Terapia Ocupacional, podem surgir algumas dificuldades específicas, comuns a áreas da saúde e reabilitação. Entre as principais estão a carga horária intensa e a complexidade das matérias, que abrangem conhecimentos em Anatomia, Fisiologia, Psicologia, Neurologia, entre outras áreas.

Outro desafio importante são os estágios e a prática clínica, especialmente no início, quando os alunos estão se adaptando e desenvolvendo habilidades de intervenção terapêutica. Por isso, lidar com casos reais e situações complexas requer preparo e acompanhamento dos professores.

5 transformações na área de Terapia Ocupacional

Com a influência das novas tecnologias e a atualização de abordagens terapêuticas, essas transformações têm sido significativas:

  1. Reconhecimento crescente da área: as pesquisas não se restringem apenas à reabilitação física, mas aborda aspectos emocionais, sociais e cognitivos dos indivíduos;
  2. Ampliação do campo de atuação: as oportunidades envolvem contextos de saúde mental, inclusão social, educação especial, atenção primária à saúde e promoção do envelhecimento saudável;
  3. Incorporação de novas tecnologias e métodos de intervenção: o uso de recursos como tecnologias assistivas, realidade virtual, telemedicina e aplicativos móveis aumentou as possibilidades de intervenção terapêutica e a eficácia dos tratamentos;
  4. Integração em equipes multidisciplinares de saúde: o trabalho em colaboração com médicos, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais e outros profissionais é cada vez mais comum;
  5. Ênfase na promoção da autonomia e do empoderamento: os terapeutas ocupacionais buscam capacitar os pacientes para que possam realizar suas atividades diárias de forma independente, desenvolvendo estratégias que favoreçam a sua participação ativa na sociedade.

O que se aprende no curso de Terapia Ocupacional?

Para saber o que se aprende no curso de Terapia Ocupacional, é necessário analisar o currículo das universidades do seu interesse. Cada uma delas pode ter sua própria grade curricular, mas, geralmente, as principais disciplinas são:

  • Fundamentos da Terapia Ocupacional
    • História e evolução da profissão
  • Ciências Biológicas e da Saúde
    • Anatomia e fisiologia humana.
    • Fisiopatologia
    • Farmacologia
  • Ciências Sociais e Comportamentais
    • Psicologia aplicada
    • Sociologia da saúde e do trabalho
    • Antropologia
  • Terapia Ocupacional em Diversos Contextos
    • Saúde mental.
    • Reabilitação física
    • Pediátrica e geriátrica
  • Métodos e Técnicas de Intervenção
    • Avaliação ocupacional
    • Terapia ocupacional baseada em evidências
    • Atividades terapêuticas e intervenções específicas
  • Ética e Legislação em Saúde
    • Códigos de ética profissional
    • Legislação do sistema de saúde

Essas disciplinas abrangem fundamentos teóricos da profissão e práticas clínicas e de intervenção.

Perfil profissional do graduado em Terapia Ocupacional

Quem se forma em Terapia Ocupacional precisa ter o perfil de um profissional multifacetado, capaz de atuar em diferentes contextos de saúde, reabilitação e inclusão social. Deve ainda oferecer suporte e intervenções terapêuticas para indivíduos com necessidades específicas.

Outra característica do terapeuta ocupacional é sua visão holística sobre o ser humano. Assim, ele compreende a pessoa de forma integral, considerando não apenas suas condições físicas, mas as capacidades cognitivas, emocionais e sociais. Por isso, ter empatia é fundamental, assim como realizar uma comunicação eficaz.

Momento da terapia ocupacional com uma criança
Desenvolver empatia sem perder a objetividade profissional pode ser um desafio (Imagem: Adobe Stock)

Esse profissional também domina técnicas para identificar as potencialidades dos pacientes e o que ele precisa, por meio de entrevistas, observações e testes específicos.

E ainda tem facilidade no trabalho em equipe, ao lado de outros profissionais de saúde, como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e assistentes sociais.

Por fim, conseguir planejar e executar intervenções personalizadas é importante. Com base nas avaliações, torna-se possível desenvolver planos terapêuticos que podem incluir atividades específicas, adaptações ambientais, treinamento de habilidades e outras estratégias.

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Mercado de trabalho na área de Terapia Ocupacional

O mercado de trabalho na área de Terapia Ocupacional oferece diversas possibilidades de atuação. De acordo com pesquisas realizadas pela Associação Brasileira de Terapia Ocupacional (ABTO), os profissional encontram demanda tanto na saúde pública quanto na privada.

Muitos terapeutas ocupacionais trabalham em unidades públicas de saúde, como hospitais, centros de saúde e clínicas especializadas. Nesses locais, atuam na reabilitação de pacientes com diferentes condições, como lesões neurológicas, traumas, distúrbios motores, entre outros.

Outra possibilidade é a atuação em escolas e instituições de ensino, com foco na inclusão de alunos com necessidades especiais, desenvolvendo estratégias para melhorar a participação e o desempenho no ambiente escolar.

Uma tendência crescente é o atendimento domiciliar, em que a prestação de serviços acontece diretamente na residência do paciente, em uma abordagem mais personalizada.

Momento de terapia ocupacional com um idoso
Para os idosos, o atendimento domiciliar possibilita uma terapia mais adaptada ao ambiente (Imagem: Adobe Stock)

Alguns profissionais ainda optam por abrir suas próprias clínicas, oferecendo serviços particulares, ou por prestar consultoria em empresas, instituições e órgãos governamentais, principalmente para projetos de acessibilidade e adaptação de ambientes.

Quanto ganha um terapeuta ocupacional?

A média salarial de um terapeuta ocupacional varia conforme a região, a experiência e o local de atuação. Segundo dados do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO), a remuneração média inicial pode variar de R$ 2.500 a R$ 4.000, podendo aumentar com especialização ou experiência profissional.

As oportunidades também se diferenciam entre os estados brasileiros, com algumas regiões apresentando maior demanda e oferta de vagas.

Tire as principais dúvidas sobre o curso de Terapia Ocupacional

Quer saber mais sobre o curso de Terapia Ocupacional? Confira as dúvidas mais frequentes:

Quanto tempo dura a graduação?

A graduação dura em média quatro anos, que são divididos em oito semestres de período integral, podendo variar segundo a instituição.

Tem TCC no curso de Terapia Ocupacional?

Sim, a maioria das instituições exige a elaboração e apresentação de um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) como parte integrante da formação acadêmica.

Como funciona o estágio neste curso?

O estágio é uma etapa fundamental na formação do terapeuta ocupacional, já que proporciona vivência prática e contato direto com o ambiente profissional.

Geralmente, ocorre em diferentes momentos ao longo da graduação, e podem ser realizados em instituições como hospitais, escolas, centros de reabilitação e mais. As atividades práticas podem incluir avaliação e intervenção terapêutica junto a pacientes, elaboração de planos de tratamento, participação em projetos de extensão e pesquisa, entre outras atividades.

Qual o valor do curso nas universidades privadas?

Os valores variam de acordo com a instituição, a modalidade (presencial ou ensino a distância) e a região, mas as mensalidades ficam entre R$ 300,00 e R$ 2.000,00. Veja exemplos!

  • Centro Universitário FMABC: R$ 966,00
  • Uninassau (presencial): de R$ 1.200,00 a R$ 1.300,00
  • Uniso (Universidade de Sorocaba): R$ 1.620,00 (preço sem desconto)

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Como passar no Enem e nos vestibulares no curso de Terapia Ocupacional?

Em se tratando do Enem, é importante conhecer a incidência de temas em cada disciplina, além de ter um cronograma eficiente, que vai direto ao ponto e não faça você perder tempo na hora de preparar.

Já nos vestibulares em geral, o caminho é pesquisar sobre as provas das instituições que você pretende ingressar para conhecer o conteúdo programático e basear sua rotina de estudos nessas informações.

É importar frisar que também há oportunidades de estudo EAD (Ensino a Distância) para quem deseja cursar Terapia Ocupacional em faculdades particulares.

Qual a nota de corte do Enem para o curso de Terapia Ocupacional?

No Sistema de Seleção Unificada (SiSU), a nota de corte média pode variar conforme a instituição escolhida. Em 2024, apenas 16 universidades ofertaram o curso na modalidade ampla concorrência.

Confira as maiores notas de corte na categoria de ampla concorrência do SiSU 2024:

InstituiçãoUFNota de corte
UFPB - Universidade Federal da ParaíbaPA716,03
UFPR - Universidade Federal do ParanáPR715,42
UFRJ - Universidade Federal do Rio de JaneiroRJ712,42
Ufscar - Universidade Federal de São CarlosSP704,27
UFSM - Universidade Federal de Santa MariaRS694,18

Confira as menores notas de corte na categoria de ampla concorrência do SiSU 2024:

InstituiçãoUFNota de corte
UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de AlagoasAL674,56
IFRJ - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de JaneiroRJ672,49
UFES - Universidade Federal do Espírito SantoRJ668,27
UFBA - Universidade Federal da BahiaBA659,81
UFPE - Universidade Federal de PelotasRS653,8

Como é a concorrência para o curso de Terapia Ocupacional em outros vestibulares?

Veja os números na categoria ampla concorrência:

InstituiçãoUFCandidato/Vaga
USP - Universidade de São PauloSP9,9
Unesp - Universidade Estadual PaulistaMarília (SP)4,5

Conclusão

Como você leu ao longo deste artigo, o curso de Terapia Ocupacional oferece uma formação relevante para quem deseja atuar na promoção da qualidade de vida das pessoas.

O profissional desta área tem papel fundamental na reabilitação, inclusão e assistência a indivíduos com diferentes necessidades. Além disso, as possibilidades de atuação são diversas, com demandas tanto na saúde pública quanto na rede particular.

E aí, essa carreira combina com você?

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Carol Firmino

Jornalista e doutora em Comunicação pela Unesp. É editora no blog do Aprova Total e está sempre antenada ao universo da educação, com foco no Enem e na preparação para os grandes vestibulares do país. Tem passagens por Nova Escola, B9, UOL e Época Negócios.

Ver mais artigos de Carol Firmino >

Jornalista e doutora em Comunicação pela Unesp. É editora no blog do Aprova Total e está sempre antenada ao universo da educação, com foco no Enem e na preparação para os grandes vestibulares do país. Tem passagens por Nova Escola, B9, UOL e Época Negócios.

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