Diário de bordo: como é o dia de um estudante de Medicina

Às 5h30 da manhã, acordo, tomo café e me arrumo para estar no ponto de ônibus, que fica a uns 20 minutos de casa, por volta de 6h20. Às 6h40, já terei pego este primeiro ônibus, no qual sigo até o ponto final, para pegar um segundo ônibus por volta das 7h10. Este último é o que de fato me deixa no “Fundão”, a Ilha onde fica a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde sigo meu dia como estudante de Medicina.

Estudante de Medicina e um pouco mais

Nos dias habituais, que seguem o cronograma proposto, as atividades se iniciam às 8h da manhã, e como o curso é integral, abrange os turnos da manhã (8h às 12h) e da tarde (13h às 17h). Algumas atividades acontecem no horário do almoço: as ligas acadêmicas e monitorias, principalmente.

Ou seja, depois de assistir às aulas da manhã, a depender do dia, tenho compromisso nesse horário. Enquanto monitor de Histologia, fico à disposição, entre 12h e 13h, três vezes na semana, para tirar dúvidas. As monitorias acontecem na sala de microscopia, com calouros e alunos dos 2º e 3º períodos de Medicina, Odontologia, Biomedicina e outros cursos.

Essa é uma atividade muito importante e geralmente disponível para matérias que têm prova prática, como Histologia e Anatomia. Nela, temos a oportunidade de estudar o assunto mais a fundo e ensinar os estudantes dos períodos anteriores, além de conhecê-los melhor, criando amizades muito positivas.

No processo seletivo de ingresso da monitoria também há possibilidade de obtenção de bolsas.

Já nas ligas acadêmicas, como as de Neurologia, Nefrologia e Cardiologia, podemos assistir a aulas
quinzenais, ministradas por especialistas e residentes de cada especialidade, sobre assuntos voltados para a prática médica, seja clínica ou cirúrgica. Nesse ponto, para um estudante de Medicina, a importância de participar delas está no próprio contato com os temas, bem como no valor que agregam ao currículo em provas de residência.

É possível participar das ligas como ouvinte (ligante), ou enquanto diretor e presidente. As diretorias são responsáveis pela organização das pautas de aulas, do convite a médicos da área e da elaboração de projetos de extensão e pesquisa.

Pausa para o almoço

Quando vou almoçar, há opções de lanchonetes em frente ao Hospital Universitário, no próprio Centro de Ciências da Saúde, onde temos todas as aulas dos três primeiros períodos. Mas também podemos trazer refeições prontas e aquecê-las nos microondas próximos à pequena praça de alimentação, ou comer no “bandejão”, o Restaurante Universitário, que custa R$ 2 por prato para alunos da UFRJ.

Por conta do tempo e da praticidade, opto por levar comida de casa e aquecer por lá. Entre as aulas e durante o almoço, consigo fazer uma pausa e conversar com os amigos. Depois de almoçar, começa tudo outra vez!

Assisto às aulas da tarde, que iniciam às 13h e costumam terminar às 15h, ou, conforme o cronograma, às 17h. Nesse último horário, pego os mesmos dois ônibus da manhã, porém no sentido contrário, e chego em casa entre 19h e 20h, dependendo do trânsito.

Agora, se as aulas terminarem às 15h, consigo chegar em casa às 17h, sobrando mais tempo para estudar as matérias pendentes, tanto as recentes quanto as de outros períodos, que acabam acumulando ou precisando de revisão.

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Outras atividades

Entre as outras atividades do meu dia, estão organizar os conteúdos que produzo sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Escrevo e-books para vestibulandos, que ficam disponíveis no meu Instagram, e mostram estratégias para a prova na prática, aplicando a boa base teórica que você construiu.

Para os meus alunos de mentoria, gosto de montar aulas detalhando estratégias de estudos, além disso, planejo publicações para o Instagram e vídeos para o YouTube.

Em média, fora do ambiente da universidade, costumo produzir e estudar durante duas ou três horas,
completando, assim, o restante do meu dia.

Mas, quando tenho tempo livre, gosto bastante de ouvir músicas, assistir a séries e ler livros. Lembre-se: é fundamental ter momentos para cuidar da saúde mental, recarregar as baterias e seguir na jornada que começou lá no vestibular e continua na universidade.