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Alerta vermelho: 2023 deve ser o mais quente dos últimos 125 mil anos

Nesta coluna, Paulo Jubilut comenta as causas do calor extremo em 2023 e os alarmantes recordes de temperatura

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Pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia fizeram um anúncio que deixou todo mundo de cabelo em pé. Com calor extremo, 2023 está a caminho de se tornar o mais quente dos últimos 125 mil anos. Um recorde que deve ser encarado como sinal de alerta para a vida no nosso planeta. Vamos falar sobre isso?

Causas do calor extremo

A combinação de emissões dos gases de efeito estufa por ação humana e o fenômeno El Niño, que é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico Equatorial, são apontados como os principais culpados por esse calor extremo.

Para piorar a situação, mesmo com o conhecimento do problema, as emissões de gases continuam a aumentar. Isso acaba levando a humanidade a um caminho de catástrofe iminente. 

Consequências do aumento nas temperaturas

Os dados que os cientistas do observatório europeu apresentaram são alarmantes. Até então, o ano mais quente já registrado tinha sido em 2016, que também sofreu com a influência do El Niño, mas 2023 tem tudo para bater esse recorde. 

Outubro de 2023 foi escaldante, e ficou 0,4ºC acima da temperatura mais alta registrada no mês de outubro mais quente da Terra, que tinha sido em 2019. 

Por mais que você possa pensar que esse valor não tem tanta relevância na nossa percepção de temperatura, isso não é verdade. Mesmo as pequenas variações podem ter impactos significativos no planeta por conta das interações presentes nos ecossistemas e no clima.

O aumento da temperatura é capaz de acelerar o derretimento das geleiras, perturbar o equilíbrio dos ecossistemas e causar a extinção de espécies. Além disso, pode alterar os padrões do clima, favorecendo eventos climáticos extremos, como tempestades mais intensas, secas prolongadas e ondas de calor.

Especialistas seguem alertando que é necessário reduzir as emissões de gases de efeito estufa neste momento para tentar mitigar o avanço das mudanças climáticas e evitar um colapso global.

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Como sabemos que estas são as temperaturas mais altas em 125 mil anos?

A comparação em anos parece assustadora, mas encontramos a resposta para isso na paleoclimatologia. Essa área estuda as variações climáticas ao longo da história da Terra usando métodos que consideram:

1) observações de estações meteorológicas

2) modelos computacionais

3) registros climáticos mais antigos que temos. 

Evidências naturais como a composição do gelo, as estruturas de árvores petrificadas e outros fósseis e das rochas sedimentares são úteis para determinar como era o clima em épocas passadas.

Nos últimos dois bilhões de anos, o clima na Terra tem se comportado de forma mais ou menos cíclica. São períodos frios, que chamamos de glaciais, e períodos quentes, ou interglaciais.

Mas desde que o homem passou a emitir gases de efeito estufa, a temperatura do planeta vem aquecendo muito rápido, em questão de dezenas de anos. Já existem estudos mostrando que esse ritmo acelerado não é estávamos esperando. Dessa forma, as espécies não têm tempo para se adaptar às mudanças climáticas, incluindo nós humanos.

Por conta dos números alarmantes e dos alertas dos especialistas, sabemos que a Terra está enfrentando uma crise climática sem precedentes

Mesmo que os países sigam estabelecendo metas ambiciosas para reduzir gradualmente as emissões de gases do efeito estufa, até agora, pouco mudou. Inclusive, em 2022, as emissões globais de CO2 atingiram o seu nível recorde.

Nos resta seguir cobrando as autoridades para que cumpram os acordos e promessas, e ofereçam suporte às populações vulneráveis, cada vez mais atingidas pelos eventos ambientais e o calor extremo.

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Paulo Jubilut

CEO do Aprova Total. É conhecido como "Professor Jubilut” por seu canal no YouTube, que conta com mais de 3 milhões de inscritos, o que faz dele o maior influenciador de Biologia do Brasil.

Ver mais artigos de Paulo Jubilut >

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