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CRISPR: o que é, como funciona e quais as consequências

Se você acompanhou os avanços da ciência nos últimos anos, certamente já ouviu falar em CRISPR, a ferramenta revolucionária de edição genética. Mas uma investigação, mostrou que a tecnologia também pode ter efeitos colaterais potencialmente graves, que podem levar a mudanças perigosas nas células!

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Desde que os primeiros trabalhos que utilizam edição genética foram publicados, em 2012, a CRISPR/Cas9 tornou-se a principal ferramenta de edição genética. Com ela, veio também a esperança para a erradicação de doenças crônicas hereditárias. Aliás, você sabe o porquê disso?

O que é a CRISPR?

A CRISPR já é amplamente utilizada em estudos científicos de todo o mundo há algum tempo. Ela conquistou a comunidade científica por conta da sua capacidade de alterar sequências de DNA específicas das células. Também chamada de tesoura genética, a CRISPR corta e introduz mudanças em determinados locais do genoma.

Dessa forma, ela é vista como um tratamento promissor de doenças como HIV, cânceres e anemia falciforme em um futuro próximo. Com sua capacidade de edição do genoma, ela poderia inativar um gene capaz de causar uma doença, por exemplo. Ou até mesmo corrigir uma mutação genética grave!

Quais seus benefícios?

A técnica ainda não teve sua segurança comprovada e por isso não foi liberada para uso em humanos (apenas para testes em laboratório). De qualquer forma, seus benefícios já foram comprovados em inúmeros estudos, em modelos animais e humanos (embrionários). Isso faz com que ela seja uma grande promessa para o futuro! Diante de todas as vantagens do seu uso, e do seu baixo custo, ela se tornou uma das principais ferramentas da ciência. Contudo, muitos especialistas preferem ser cautelosos com relação à liberação dessa técnica de forma ampla.

A CRISPR realiza cortes, a nível molecular, de genes de interesse, retirando-os da célula ou adicionando-os nela.

Por que a técnica pode não ser tão segura assim?

Cientistas do Instituto Wellcome Sanger, no Reino Unido, realizaram uma pesquisa sistemática completa dos efeitos desse tipo de edição genética em células de camundongos e de humanos.

Os resultados do estudo demonstraram que a utilização da técnica causa, frequentemente, mutações inesperadas e danos no DNA. O resultado foi demonstrado na análise de células-tronco de camundongos e células epiteliais da retina humana. Após a aplicação da técnica, muitas delas continham rearranjos genéticos, que incluíam deleções e inserções de DNA, que não estavam previstos.

Algumas dessas mudanças estavam longe do local onde a edição foi realizada. Em resumo, alguns rearranjos e mutações foram tão severos que fizeram com que as células perdessem suas funções em cerca de 15% dos casos.

Deleções ou inserções aleatórias em nosso DNA, pode ter consequências graves e acarretar no surgimento de diversas doenças.

As consequências dos danos no DNA

Os 3 bilhões de pares de bases nitrogenadas que compõem o nosso DNA não estão lá por acaso! Uma sequência genética com mutações pode causar consequências graves para o nosso organismo, como fazer com que certos genes percam a sua função ou até mesmo levar a desordens genéticas.

Essas desordens podem resultar em doenças como a hemofilia ou diversos tipos de cânceres. Diante desses efeitos colaterais, a técnica acaba revertendo sua principal função: a de eliminar efeitos genéticos.

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Pesquisas com CRISPR são arriscadas?

Pesquisadores deixam claro que não é necessário entrar em pânico, mas que é importante estudar a técnica com cautela, porque seus efeitos podem ser bastante prejudiciais e terapeuticamente relevantes.

Fonte: Nature Biotechnology

Se interessou por esse assunto? O Prof. Jubilut realizou um AULÃO GRATUITO sobre Edição Genética e o Futuro da Biologia em seu canal do Youtube. No vídeo, você entenderá as implicações científicas e éticas de experimentos como esses para o futuro da biologia e como isso pode aparecer na sua prova!

Aperte o play e bons estudos!

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