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Abril Azul: por que a conscientização sobre autismo é importante?

Descubra a importância e o impacto do Abril Azul, mês reconhecido pela ONU como momento de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA)

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Abril foi designado como o mês de conscientização sobre autismo, conhecido popularmente como Abril Azul. Essa iniciativa global busca incluir cada vez mais as pessoas do espectro autista, bem como promover uma sociedade pautada no respeito e na valorização das diversidades.

A comemoração traz à tona a discussão sobre a maneira como a sociedade vê as pessoas com autismo. O desenvolvimento de novas pesquisas sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi um dos marcos dessa iniciativa, resultando em avanços notáveis tanto na conscientização, quanto nos cuidados médicos.

Mais que uma campanha, o Abril Azul se estabelece como um movimento de celebração à diversidade e promoção da inclusão. Contudo, a conscientização é apenas o primeiro passo nessa jornada para construir uma sociedade mais inclusiva.

Refletindo sobre a importância do mês de conscientização do autismo, convidamos você a se aprofundar sobre o tema e utilizar o conhecimento adquirido como repertório para redações do Enem e de grandes vestibulares.

Quando surgiu o Abril Azul?

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é celebrado anualmente em 2 de abril. Uma data estabelecida em dezembro de 2007 e oficialmente reconhecida em janeiro de 2008 pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas.

Esse reconhecimento coincidiu com a implementação do Estatuto da Pessoa com Deficiência no Brasil.

O documento sublinha o princípio essencial dos direitos humanos universais, visando assegurar e promover de maneira igualitária todos os direitos e liberdades fundamentais para as pessoas com deficiência, do mesmo modo que garante o respeito à sua dignidade.

Por isso, em abril de 2007, a campanha Abril Azul teve suas origens em uma iniciativa da Autism Speaks, uma das maiores organizações de conscientização sobre autismo do mundo, que lançou o movimento "Light It Up Blue".

Desde então, a cor azul tornou-se um símbolo de apoio à causa. Dessa forma o objetivo era claro: colocar o autismo em destaque, promovendo discussões e disseminando informações sobre o TEA.

Por que o azul é a cor do autismo?

Todos os anos, o Abril Azul é celebrado como um mês dedicado à conscientização do autismo. Ao longo deste mês, monumentos no Brasil e no mundo recebem iluminação na cor azul.

Entretanto, a escolha da cor azul para representar a causa do autismo não é arbitrária.

Um estudo, divulgado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos, indicou que o TEA é mais comum nos meninos — para cada menina diagnosticada, quatro meninos recebem o diagnóstico. Isso explica a escolha do azul, já que é um cor frequentemente atribuída aos meninos.

Quais são os outros símbolos usados para o autismo?

Além do Abril Azul, existem outras representações. Lançada em 1963 pela Autism Society, a fita composta por peças coloridas de quebra-cabeça é o símbolo mais antigo associado à conscientização sobre o TEA.

Este símbolo aparece frequentemente em locais como farmácias e supermercados, sinalizando filas preferenciais, entre outras indicações.

Embora se utilize amplamente a cor azul e o laço, alguns ativistas com autismo criticam o uso desses símbolos. Eles propõem, em alternativa, o símbolo do infinito, adornado com as cores do arco-íris, para refletir a diversidade existente dentro do espectro autista, bem como a diversidade racial, de identidade de gênero e de sexualidade.

O símbolo do infinito simboliza a neurodiversidade e enfatiza a importância de reconhecer a individualidade das pessoas com autismo. Além disso, pretende superar os estereótipos frequentemente associados a uma visão heteronormativa, como sugere o uso da cor azul.

O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição crônica de neurodesenvolvimento que varia amplamente entre os indivíduos. Há alterações que caracterizam o transtorno, oscilando entre dificuldades sociais sutis, em casos leves, ou graves impactos na comunicação, em casos severos.

É possível diagnosticar o transtorno ainda na infância e de formas variadas, o que demonstra a necessidade de intervenção e suporte multidisciplinares para atender às necessidades individuais.

Os sintomas, que requerem uma abordagem integrada, médica e psicológica, incluem dificuldades em manter contato visual, ausência de linguagem, uso limitado de gestos, desafios em compartilhar emoções, intolerância às mudanças de rotina e interesses específicos.

🥼 Realizado clinicamente, o diagnóstico baseia-se em observações e relatos do comportamento da criança em diferentes ambientes, enquanto exames complementares ajudam a excluir diagnósticos diferentes.

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Como é feita a classificação do TEA?

Identificar o transtorno precocemente é importante para um prognóstico mais favorável. Atualmente, a classificação do TEA se dá em graus.

  • Grau 1: o mais leve, presente em pessoas com algumas alterações comportamentais, mas com pouquíssima ou nenhuma alteração neurológica. Em geral, os indivíduos que têm esse grau interagem mais socialmente, se adaptam melhor às atividades do dia a dia sem grandes dificuldades.
  • Grau 2: também conhecido como intermediário. Os indivíduos dessa classificação geralmente apresentam algum comprometimento neurológico e grande alteração comportamental, que geram dificuldades de convívio social.
  • Grau 3: o mais elevado. Os indivíduos desse nível apresentam grande dificuldade de ter uma vida autônoma. Geralmente são pessoas que não desenvolvem a fala e são dependentes de cuidados frequentes, com alto grau de comprometimento da vida em sociedade.

Quais são os direitos das pessoas com autismo?

No Brasil, a Lei Ordinária Federal n. 12.764/2012, conhecida como a Lei Berenice Piana, foi criada para reconhecer o TEA como uma deficiência e garantir os direitos das pessoas que vivem com o transtorno.

Proposta por Berenice Piana, ativista e mãe de uma pessoa com autismo, a lei assegura a esses indivíduos os mesmos direitos legais concedidos a pessoas com deficiência. Assim, busca combater o desconhecimento sobre suas capacidades e necessidades, visando promover a inclusão e a proteção de seus direitos.

Já a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) n. 13.146/2015, ou Estatuto da Pessoa com Deficiência (EPD), reforça mais diretamente a inclusão de pessoas com TEA, pois promove, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais de pessoas com deficiência.

Contudo, no Brasil, o acesso aos suportes necessários para pessoas com autismo está longe de ser eficaz. O Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não disponibiliza tratamentos baseados em evidências para autismo, levando a serviços insuficientes.

Psicólogo fazendo sessão de terapia com blocos educativos com paciente com autismo em consultório
Entre as estratégias de tratamento para o autismo estão psicoterapia, fonoaudiologia, musicoterapia, equoterapia, terapia ocupacional e outras (Imagem: Adobe Stock)

Ao mesmo passo, na Educação Especial, faltam estratégias comprovadas, avaliações personalizadas e adaptações necessárias no Plano Educacional Individualizado.

Para mudar essa realidade, é essencial que a sociedade ouça as demandas das pessoas com autismo e suas famílias, além de fomentar debates sobre novas políticas públicas para inclusão.

Qual é a importância da inclusão para pessoas com autismo?

Para estimular a inclusão social, é essencial oferecer suporte e compreensão, começando pelo ambiente familiar. Os pais, familiares e profissionais responsáveis pelo tratamento devem trabalhar os desafios desse indivíduo de forma a promover sua inclusão.

Deve-se sempre explicar sobre evitar invadir o espaço da pessoa com autismo e promover conscientização social por meio de canais de comunicação.

Muitos acreditam que a inclusão igualitária na sociedade é impossível devido aos comportamentos peculiares de pessoas com TEA, como estereotipias, violência e autoflagelação. No entanto, contrariando essas crenças, a experiência pode ser enriquecedora, inclusive para quem pratica a inclusão.

É fundamental compreender o TEA como uma condição humana, visando promover a autonomia de indivíduos nesse grupo. Ou seja, é preciso disseminar informações e combater o preconceito e a exclusão que ainda persistem.

🫂A pessoa com autismo não deve viver isolada, mas integrada à sociedade que, por sua vez, tem que aprender a sempre respeitar as condições individuais das pessoas com TEA.

Como usar as pautas sobre autismo de repertório na redação?

Utilizar as pautas sobre autismo como repertório em redações permite abordar a importância da inclusão social, os desafios enfrentados por pessoas no espectro e as políticas públicas voltadas para o bem-estar desses indivíduos.

Esses temas estimulam argumentações críticas sobre como a sociedade pode evoluir para ser mais acolhedora e justa para todos.

Exemplos de repertórios relacionados ao autismo

A seguir, estão alguns exemplos de repertórios relacionados ao tema:

  • Lei de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista: assegura uma vida digna, integridade física e moral, o livre desenvolvimento da personalidade, segurança e o lazer, proteção contra qualquer forma de abuso e exploração, acesso a ações e serviços de saúde e direito a educação.
  • Notícia da Agência Brasília: "Palácio do Buriti e Torre de TV recebem iluminação especial do Abril Azul"
  • Dado da ONU: existem cerca de 70 milhões de pessoas com autismo no mundo.
  • Série Atypical: a série relata o dia a dia da busca pela independência de um adolescente com TEA. Ela traz às telas temas como preconceito, problemas familiares, relacionamentos e inclusão.
  • Documentário Em um Mundo Interior: acompanha a história de seis famílias que convivem com o autismo. Ele mostra os caminhos possíveis para a inclusão.

AprovaDocs: webdocumentários do Aprova Total

Toda segunda-feira, os alunos do Aprova Total têm um encontro marcado com uma nova produção que chega na plataforma. Os temas envolvem desde questões sociais, políticas e culturais até discussões sobre a natureza e o universo.

Nosso objetivo é compartilhar conhecimento sobre assuntos relevantes para as provas do vestibular, em especial a de redação. No canal do Aprova no YouTube, é possível assistir gratuitamente aos episódios 1 e 2 do AprovaDocs. Os temas são Consequências do Uso Excessivo de Plástico Arquitetura Hostil.

Para conferir os próximos webdocumentários, assine a plataforma e garanta ainda todo o apoio para conquistar sua tão sonhada vaga no vestibular. Esperamos você!

AprovaDocs: autismo na sociedade

Quer explorar o tema da inclusão de pessoas com TEA e os efeitos práticos da conscientização?

Convidamos você a assistir ao EP#25 do AprovaDocs, que fala sobre pessoas com autismo na sociedade, conteúdo exclusivo da plataforma do Aprova Total. Neste episódio, abordamos os métodos de diagnóstico e enfatizamos a necessidade da sensibilização sobre o autismo.

Além disso, refletimos sobre como a possibilidade de realizar mais diagnósticos do TEA aumenta a conscientização e o apoio para alcançarmos uma sociedade inclusiva à neurodiversidade.

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Gabriel Brito de Souza

Colaborador no Aprova Total e jornalista em formação pela Unesp-Bauru, Gabriel traz um olhar mais próximo de quem está vivenciando a primeira graduação. Com sua linguagem típica da geração Z, aproveita suas vivências como estudante para mostrar a importância da preparação para o Enem e vestibulares.

Ver mais artigos de Gabriel Brito de Souza >

Colaborador no Aprova Total e jornalista em formação pela Unesp-Bauru, Gabriel traz um olhar mais próximo de quem está vivenciando a primeira graduação. Com sua linguagem típica da geração Z, aproveita suas vivências como estudante para mostrar a importância da preparação para o Enem e vestibulares.

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