Biologia Ciências da Natureza

Fumar vape faz mal? Entenda os riscos e como ele afeta a saúde

Saiba mais sobre os efeitos desse hábito no corpo, as diferenças em relação ao cigarro normal e por que você precisa se atentar ao uso

Acessibilidade

Nos últimos anos, o cigarro eletrônico, o famoso vape, virou febre entre jovens e adultos. Considerado por muitos uma alternativa mais “moderna” e "menos nociva" ao cigarro tradicional, o vape se popularizou rapidamente, especialmente pelas redes sociais e influenciadores. Mas será que fumar vape faz mal?

Neste post, vou explicar os efeitos do vape no corpo, as diferenças em relação ao cigarro comum e por que ele pode ser tão perigoso quanto.

O que é o vape?

O vape é um dispositivo que vaporiza um líquido para ser inalado. Esse líquido, que contém substâncias como nicotina, glicerina e aromatizantes artificiais, é aquecido por uma bateria e se transforma em vapor.

A ideia é proporcionar uma sensação de prazer similar ao fumar, mas sem a "fumaça" do cigarro tradicional. Mas será que esse "vapor" é inofensivo?

Vape vs cigarro tradicional

A principal diferença entre o cigarro eletrônico e o cigarro comum está na forma como a substância é consumida. O cigarro tradicional queima tabaco, liberando fumaça, monóxido de carbono, alcatrão e outras substâncias tóxicas. Já o vape não queima nada; ele apenas aquece o líquido, gerando vapor.

Em um primeiro momento, isso parece uma vantagem, já que o vape não emite as substâncias mais prejudiciais do cigarro, como o alcatrão e o monóxido de carbono. No entanto, isso não significa que o uso do vape seja seguro.

O vapor, apesar de parecer inofensivo, contém substâncias que podem ser extremamente prejudiciais à saúde.

👉 Leia também:

Por que sentimos medo? Entenda o que acontece no organismo

Microplásticos: o que são e quais os impactos no planeta

O que causa as cáries? Veja a explicação científica para o problema

Fumar vape faz mal? Entenda os riscos à saúde

Embora o vape não contenha alcatrão nem libere monóxido de carbono, ele ainda é uma fonte de substâncias químicas perigosas. Os líquidos usados no vape costumam ter ingredientes como propilenoglicol, glicerina e nicotina — substâncias que, quando aquecidas, podem se transformar em compostos tóxicos.

Entenda melhor:

  • Nicotina: é um dos principais componentes dos e-liquids. Ela é altamente viciante e pode causar sérios danos ao sistema cardiovascular, aumentando a frequência cardíaca e podendo levar a problemas como a fibrose cardíaca.
  • Propilenoglicol: embora seja usado em alimentos e cosméticos, quando aquecido, o propilenoglicol pode se decompor e formar formaldeído e acetaldeído, substâncias carcinogênicas, além de irritar as vias respiratórias.
  • Aromatizantes artificiais: os líquidos do vape contêm uma enorme variedade de sabores, desde frutas até menta e até mesmo pepino! No entanto, esses aromas são compostos por substâncias químicas que podem ser tóxicas quando inaladas, especialmente quando aquecidas a altas temperaturas.

Por fim, alguns líquidos de vape contêm diacetil, um composto associado à chamada doença “pulmão de pipoca”, que pode causar bronquiolite obliterante, uma condição irreversível que prejudica a capacidade de respirar corretamente.

Além disso, o vape pode levar a condições mais graves, como hemorragia alveolar e outras doenças pulmonares, com sintomas como tosse persistente, chiado no peito e dificuldade para respirar.

Vaporizadores de ervas são mais seguros?

Além dos vapes de líquidos, existem também os vaporizadores de ervas, que aquecem a planta (geralmente maconha ou outras ervas) para liberar um vapor.

A ciência ainda tem muito a descobrir sobre os efeitos desse tipo de vape. Embora a queima de substâncias seja evitada, não há pesquisas suficientes para garantir que esse tipo de vaporizador seja seguro para a saúde a longo prazo.

O que sabemos sobre o vape até agora?

O uso do vape está crescendo rapidamente, especialmente entre os jovens. Nos Estados Unidos, 37% dos estudantes do Ensino Médio relataram já ter usado vape em 2019 — um aumento significativo em relação ao ano anterior. Se esse crescimento for acompanhado em outros países, como o Brasil, poderemos ver milhões de jovens adotando o vape como substituto do cigarro tradicional.

A grande preocupação é que, embora os vapes sejam populares, muitos países, incluindo o Brasil, ainda não regularizaram o mercado de dispositivos e líquidos. Isso significa que não existe um padrão na composição das essências e, portanto, os riscos para a saúde podem variar muito de um produto para outro.

Essa falta de regulamentação também dificulta as pesquisas científicas sobre os efeitos do vape.

O vape é uma alternativa segura?

A resposta simples é: não.

Embora seja frequentemente considerado uma alternativa menos nociva ao cigarro, fumar vape faz mal à saúde. A longo prazo, não sabemos com certeza quais serão os efeitos do uso constante de vapes, mas o que já se sabe é que ele pode causar sérios problemas respiratórios, cardiovasculares e até câncer. 

Se você está pensando em trocar o cigarro pelo vape na tentativa de parar de fumar, é importante estar ciente de que as consequências do vape para a saúde ainda não são totalmente compreendidas. Fique atento aos riscos e sempre busque alternativas mais seguras para largar o vício do tabaco.

TEMAS:

avatar
Paulo Jubilut

CEO do Aprova Total. É conhecido como "Professor Jubilut” por seu canal no YouTube, que conta com mais de 3 milhões de inscritos, o que faz dele o maior influenciador de Biologia do Brasil.

Ver mais artigos de Paulo Jubilut >

CEO do Aprova Total. É conhecido como "Professor Jubilut” por seu canal no YouTube, que conta com mais de 3 milhões de inscritos, o que faz dele o maior influenciador de Biologia do Brasil.

Ver mais artigos de Paulo Jubilut >

Compartilhe essa publicação:
Aumente sua nota TRI estudando com provas anteriores do Enem!
Baixe já o aplicativo do

Veja Também

Assine a newsletter do Aprova Total

Você receberá apenas nossos conteúdos. Não enviaremos spam nem comercializaremos os seus dados.