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Ex-aluno do Aprova Total conta como teve a maior média nacional no Enem 2021

André de Araújo, 19 anos, 1o lugar em Medicina na UFRJ e nota mil na redação, detalha como estudou e dá dicas para você também fazer bonito no exame

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"Primeiro lugar no Enem 2021" (maior média nacional, com 862,68 pontos). Primeiro lugar em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Aprovação em medicina na Universidade de São Paulo (USP). Redação nota 1000. 

Essas são as credenciais de André Welisson Marques de Araújo, 19 anos, que foi aluno do Aprova Total em dois momentos – em  2019, quando a plataforma ainda se chamava Biologia Total e ele cursava o 3o ano do Ensino Médio, e em 2021, quando conseguiu as aprovações.

Ele conta o que o levou a estudar online, como se organizou e não perdeu o foco e, mesmo com uma rotina superpuxada, como encontrava forças para seguir em frente. “A dor é momentânea, é intensa, mas, no final, o resultado compensa.

Depois que passou, ao olhar para trás, eu faria tudo novamente, pois a recompensa vale muito a pena”, diz André, que estudou cerca de dez horas por dia e resolveu 5.506 exercícios da plataforma. 

Acompanhe a entrevista a seguir:

Como você conheceu o Aprova Total?

Eu já conhecia o professor Jubilut do YouTube e gostava da didática dele. Em 2019, quando eu estava no 3o ano do Ensino Médio, eu assinei a plataforma para complementar os estudos na área de Ciências da Natureza e gostei bastante.

No ano seguinte, em 2020, eu me matriculei num cursinho presencial, mas veio a pandemia e todo mundo passou a estudar online. Com esse ano de cursinho, minhas notas melhoraram bastante, mas não foram suficientes para eu entrar em Medicina.

Aí, em 2021, resolvi assinar novamente a plataforma. Dessa vez, eu aproveitei muito mais, pois, além de ter todas as matérias, eu já tinha a experiência de estudar no ambiente digital. 

Você teve então a oportunidade de fazer cursinho nas duas modalidades – online e presencial – e preferiu a online?

Sim! Eu tinha a perspectiva de que eu precisava melhorar [meu desempenho], vi as opções que eu tinha – plataforma ou cursinho presencial com bolsa – e acabei decidindo pelo Aprova Total porque achei que era mais eficiente. 

Por quê?

Eu já tinha feito três edições do Enem (2018 como treineiro, 2019 e 2020) e percebi que não era necessário rever todo o conteúdo [o que aconteceria num cursinho tradicional], mas ter foco apenas no que eu precisava.

E a plataforma permitia isso, possibilitando que eu aproveitasse melhor o tempo. Além disso, como eu já tinha usado o Aprova Total  em 2019, eu sabia que o conteúdo era de qualidade e atendia aos requisitos que eu buscava – por exemplo, conteúdo organizado, que eu pudesse achar as coisas facilmente. No presencial, não dá para pedir para o professor dar uma aula que está lá no final do curso, mas, pela plataforma, eu podia acessar o que buscava.

Assim, eu vi muitas vantagens. Claro que senti um pouco a falta do presencial e precisei me adaptar. Mas, naquele contexto, os benefícios foram maiores. 

Como era a sua rotina de estudos com a plataforma?

Fiz vários cursos e alguns módulos do extensivo de medicina, mas, de modo geral, eu seguia meu próprio planejamento, semana a semana. Eu me planejava conforme as necessidades. 

Como você se organizava? Poderia dar um exemplo de como era o seu planejamento?

Não era uma programação tradicional no sentido de assistir a uma determinada aula e estudar. De cada matéria e de cada tópico, eu conseguia dizer o que já tinha estudado, o que eu sabia bem e o que eu tinha esquecido.

Com base nisso, eu estabelecia as prioridades, considerando também a importância do assunto para o Enem – que eu via nos mapas de incidência, mas também na minha experiência de ter feito três edições do Enem até então.

Isso também tinha a ver com o resultado do simulado que eu fazia aos sábados. Pode parecer complicado, mas, para mim, era simples definir o que estudar.

Eu me sentia tranquilo, pois sabia que não estava perdendo tempo. Seguir um cronograma pronto é que me daria angústia, pois eu ia rever o que já sabia e não usaria o tempo da melhor forma. 

Entre os cursos que fez, quais você mais gostou?

Gostei bastante de “Inteligência emocional para aprovação” e “Interpretação para Matemática do Enem”. Em relação ao primeiro, foi bom para eu entender o que eu poderia fazer a esse respeito, como eu poderia me ajudar nesse aspecto emocional. Valeu muito para o dia da prova.

O que achei interessante no segundo foi ver como o professor pensa para resolver uma questão, um raciocínio que eu talvez não tivesse. Isso dá uma visão nova sobre aquele ponto, pois, em Matemática, também é preciso criatividade e insights para resolver as questões. 

Mas eu queria entender como era o seu dia a dia de estudo. Que horas acordava, quanto tempo estudava por dia…

Eu acordava em um horário que achava confortável e que renderia. Como não sou muito matutino, eu levantava mais tarde – por volta das 10h, 11h, – pois sabia que o meu rendimento seria muito maior e melhor. Em um cursinho presencial, por exemplo, isso já não seria possível.

Por começar por volta das 11h, muita gente pensava que eu estudava menos, mas era o contrário, pois eu aproveitava mais e estendia o horário até mais tarde. No começo do ano, eu ia até umas 19h e, a partir do segundo semestre, até uma 20 horas.

Mais perto das provas, estudava até as 21 ou 22 horas, mais ou menos. Ia dormir por volta das 23 ou 24 horas. Assim, tinha umas 10 a 12 horas de sono.

E parava um pouquinho para descansar e almoçar ao longo dessa jornada de estudo, certo?

De manhã, eu tomava um café rápido e já começava a estudar. Parava umas 15 horas para almoçar, e aí fazia um intervalo de uma hora ou uma hora e meia.

No restante do tempo, fazia pausas de, no máximo, dez minutos cada, apenas para respirar, beber uma água ou ir ao banheiro. Eu jantava por volta das 21 horas e reservava uma hora ou uma hora e meia, no fim do dia, para espairecer – jogar um game ou assistir a uma série. 

E aos finais de semana? Como era a rotina?

Aos sábados, eu acordava no mesmo horário, almoçava cedo e fazia simulados durante a tarde. Foi assim ao longo de todo o ano. Eu pegava provas antigas do Enem e simulados na internet. Se eu não estivesse muito cansado, eu ainda corrigia o simulado.

Parava de estudar umas 19 ou 20 horas. No domingo, eu dava uma certa desacelerada, mas não deixava de estudar. Era o dia de fazer redação, tirar a carga de estudo das outras áreas e ter uma hora e meia de “estudo livre”.

Eu acordava umas 10 horas e seguia assim até umas 16 horas. Depois, eu ia para a igreja. Durante o ano, saía pouco com os meus amigos, pois eles também estavam estudando. 

Foi um ano bem puxado mesmo! 

Pode parecer bastante pesado, mas, na perspectiva de quem está buscando um determinado objetivo, acaba realmente valendo a pena.

A dor é momentânea, é intensa, mas, no final, a conquista compensa. O peso de ter que estudar mais um ano é pior do que esse esforço. E, depois que passou, ao olhar para trás, dá a sensação de que eu faria tudo novamente, pois a recompensa é muito grande.

Em algum momento, você pensou em desistir? Quais foram suas maiores dificuldades?

Desde o meu terceiro ano do ensino médio, quando decidi que estudaria para medicina, não tive nenhuma pretensão de pensar em desistir do curso. Acredito que os maiores obstáculos da trajetória foram a questão da organização e a confiança no estudo que eu estava desenvolvendo.

Como você cuidou da sua saúde mental durante esse período de preparação intensa?

Foi importante ter horários bem definidos, pois eles ajudam a não extrapolar os limites – não estudar demais e nem de menos. E buscar um objetivo lá na frente que vai ter dar uma grande satisfação também é fundamental. Se você não tiver a perspectiva de que vai valer a pena, o processo fica muito sofrido. 

Quanto às estratégias de estudo, você priorizava algumas disciplinas ou métodos?

Eu dava mais ênfase para Ciências da Natureza, Matemática e redação, e um pouco menos para Linguagens e Ciências Humanas. Isso devido ao curso que escolhi, medicina, porque essas disciplinas têm um peso maior, e também de acordo com o que eu achava que tinha mais dificuldade.

Além das videoaulas do Aprova Total, eu usei os materiais e apostilas, principalmente de Física e Química, e o banco de questões da plataforma. No total, eu resolvi 5.506 questões!

Eu selecionava os exercícios que mais precisava. Enfim, combinei videoaula – muitas vezes em velocidade acelerada – leitura e muito exercício. Também usei livros físicos que eu já tinha, da época que fiz cursinho presencial.

E em relação à redação? Você já tinha uma boa base? Como estudou e treinou essa parte?

No colégio, eu tive aulas muito boas de redação. Depois, eu fui só refinando, acertando o estilo de escrita que me agradasse e tivesse de acordo com a prova. Em 2018, quando prestei o Enem como treineiro, eu já estava no patamar de 880 pontos. E

m 2021, eu comecei o ano fazendo uma redação por semana. Por volta de setembro, passei a fazer duas semanalmente e, no início de novembro, uma por dia.

Quando faltavam quatro dias para o exame, eu parei de escrevê-las para ter tempo de revisar outros assuntos. Eu pegava os temas na plataforma e também procurava fora, na internet. 

E como foi ter tirado nota mil na redação? Foi uma surpresa ou você já esperava?

A nota mil foi uma grande surpresa! Quando eu saí da prova, eu percebi que o meu resultado seria muito bom e eu estava com uma expectativa alta, mas realmente não esperava mil. Eu tinha tirado 960 em 2019 e 920 em 2020, então imaginava algo nessa faixa. 

Gostaria que você falasse um pouquinho como foi sua vida de estudante – o seu desempenho no Ensino Fundamental e no Médio.

Sempre fui bom aluno. Minha média era em torno de 9. Gostava de estudar e me dedicava bastante. Do 6o ano até o 1o ano do Médio, fiz um colégio bem tradicional e forte. Depois, mudei para uma outra escola, onde fiz o 2o e o 3o ano do Médio. Ambos eram particulares. Minhas matérias preferidas eram Biologia e Química (a parte orgânica).

E como foi a escolha do curso de medicina? E a opção pela UFRJ? 

Sempre gostei de hospital, do ambiente hospitalar – em geral, tudo organizado e limpo e um lugar onde as pessoas são cuidadas. Mas, durante o Ensino Médio, eu não tinha definido isso ainda, pois achava que a nota era muito alta [para passar no vestibular] e que eu não ia conseguir.

No entanto, conversando com o meu pai, entendi que eu poderia buscar medicina se eu quisesse, que era uma opção que estava aberta para mim.

A partir daí, comecei a estudar pensando na medicina mesmo e foi uma paixão pela área que só aumenta. Em relação à universidade, por estar no Rio de Janeiro e a UFRJ ser a melhor do estado na minha opinião, eu não tive dúvida nessa escolha. Eu também consegui nota para entrar na USP, mas achei que aproveitaria melhor o curso aqui onde moro.

Está gostando do curso?

Como aluno do primeiro ano, estou ainda numa parte bem básica do curso, com muita Biologia. Mas estou gostando muito e está correspondendo às minhas expectativas para um curso de medicina. É uma turma de alto padrão. Os alunos e professores são muito qualificados.

Se você tivesse que apontar três coisas que foram essenciais para o seu sucesso, o que seriam?

A primeira é foco no objetivo que você quer alcançar e na sua preparação para chegar lá. A segunda é disciplina. O próprio foco traz disciplina, mas é você saber que isso vai exigir muito – muito tempo, muita dedicação, muito esforço mental e físico e abdicação do lazer. A terceira seria ter cuidado consigo mesmo, ter um tempo para você, regrado, mas existente. Isso vai de cada um, mas é preciso lembrar que as pausas são necessárias, pois elas também contribuem para o estudo. 

Que recado, dica ou orientação você daria para os estudantes que vão prestar o Enem neste ano?

Estudar para o vestibular não é uma tarefa fácil, considerando a incerteza em relação à aprovação. Essa incerteza é algo tão ruim, se não pior, do que o esforço exigido para conquistar a vaga. Ainda assim, quero te dizer que, mesmo com dúvidas e defeitos, a recompensa que virá com a aprovação será infinitamente maior que o sofrimento da jornada. O vestibular é uma das estreitas portas para oportunidades incríveis. Estude com empenho e com a certeza de que valerá muito a pena!

Confira também a entrevista de André Araújo ao professor Paulo Jubilut:

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Lisandra Matias

Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

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Jornalista pela PUC-SP e bacharel em Ciências Sociais pela USP, atua na área de educação há mais de 20 anos. Foi editora no Guia do Estudante, da Ed. Abril (2001-2018) e colaborou com Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo (Blue Studio), entre outros veículos.

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