Eutrofização: o que é, como acontece, causas e soluções
Ocorrendo em um efeito bola de neve, a eutrofização é um dos maiores problemas ambientais em áreas urbanas. Descubra mais sobre esse tema tão importante para a vida e para os vestibulares!
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Constantemente cobrado em todos os vestibulares do Brasil, a eutrofização é um processo que afeta grandes cidades do mundo inteiro. Porém, muito além do conceito, é necessário você entender como podemos reverter este processo e melhorar a qualidade da água dos nossos rios e lagos.
NAVEGUE PELOS CONTEÚDOS
Afinal, o que é eutrofização?
Formada pela união de dois vocábulos gregos, eutrofização significa "verdadeiro (eu-) alimento (-trophos)". Em termos mais práticos na ecologia, ele é o fenômeno de acúmulo exagerado de nutrientes nos rios, lagos e outros corpos hídricos.
Em uma visão rasa, a eutrofização parece benéfica, afinal significaria mais nutrientes, mais vida. Porém, na prática, esse processo geralmente causa danos severos para a biodiversidade aquática e todo o ecossistema relacionado.
Isso porque, com o aumento de nutrientes de forma acentuada, uma cadeia de acontecimentos leva os níveis de oxigenação da água próximos a zero. Sem O2, quase todos os seres vivos acabam morrendo e deixando a água imprópria para o consumo, levando os rios e lagos a perderam sua função biológica.
Quais são as etapas do processo?
Ocorrendo de forma natural em muitos locais, especialmente em pequenos rios em florestas fechadas, a eutrofização pode ser acentuada ou se iniciar devido à poluição humana, como lançamento de esgoto e fertilizantes nos rios.
Independente da fonte, o aumento de nutrientes no corpo hídrico induz a multiplicação de organismos fotossintetizantes. Isso porque, ao fornecer fósforo e nitrogênio, por exemplo, os recursos deixam de ser um dos limitantes da fotossíntese, possibilitando o aumento da população.
A partir do aumento populacional das algas e plantas, os níveis de oxigênio na água aumentam significativamente. Porém, esse ambiente não permanece assim. As algas superficiais, que lançam a maior parte do oxigênio para o ar, acabam se reproduzindo tanto que passam a bloquear a passagem da luz.
Sem luz, todos os demais organismos fotossintetizantes, que oxigenam a água, acabam morrendo. Com isso, os níveis de oxigênio são reduzidos no corpo hídrico, matando muitos organismos aeróbicos que viviam lá.
Com o aumento de matéria orgânica morta, bactérias decompositoras aeróbicas aumentam suas populações devido ao aumento de alimento. Consequentemente, elas consomem o restante do oxigênio, matando definitivamente organismos aeróbicos do ambiente.
Por fim, já sem oxigênio, organismos aeróbicos facultativos e anaeróbicos iniciam fazendo a colonização do corpo hídrico. Ao mesmo tempo, decompositores anaeróbicos continuam a degradação da matéria orgânica, liberando sulfeto de hidrogênio (H2S) - conhecido como gás sulfídrico - que dá o cheiro de ovo podre aos rios eutrofizados.
Eutrofização é um caminho sem volta?
Mesmo sendo um processo geralmente longo e caro, reverter a eutrofização é realmente possível nos dias atuais. Primeiramente, é necessário barrar todas as formas de lançamentos não naturais de nutrientes nos corpos hídricos. Contudo, apenas esse fator não é suficiente.
Sem novas fontes de poluição, é necessário, em seguida, retirar o excesso de nutrientes, por exemplo, por adsorção. Logo depois, é necessário oxigenar a água, seja através de arejamento artificial ou reintrodução de algas. Ambos os processos, além de recuperarem os níveis de oxigênio, eliminam o cheiro desagradável devido à morte dos seres anaeróbicos.
Por fim, com a volta das condições abióticas, é finalmente possível a reintrodução das espécies que viviam no ambiente anteriormente. Porém, como dito antes, esse processo demanda muito tempo e dinheiro, por isso, é muito mais simples a preservação dos nossos rios, lagos e lagoas!