Por que o Enem digital foi cancelado?

Nesta quarta-feira, dia 08 de março, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, anunciou o cancelamento do Enem digital. A aplicação começou em 2020, e havia a perspectiva de que, até 2026, todo o exame migrasse para essa modalidade. Mas, como funcionava o Enem Digital? E por que foi cancelado?

Em 2022, a edição digital do Enem foi realizada em 672 escolas, mas não foi tão efetiva: “Resolvemos cancelar a edição digital e não há planos para que volte a ocorrer”, disse ao Estadão o presidente do Inep. Então, em 2023, a prova será feita apenas presencialmente!

Como funcionava o Enem digital?

Basicamente, os inscritos no Enem digital tinham que ir aos locais de prova designados pelo Inep, assim como todos os outros canditados. Inclusive, os locais de aplicação do Enem digital também eram em escolas e instituições de ensino, como na versão impressa.

A diferença é que, nesses locais de prova, onde havia uma infraestrutura adequada para esse exame, os estudantes realizavam a prova em computadores (sem acesso à internet e sem recursos como calculadora). Ou seja, as condições de prova eram praticamente iguais às da prova impressa.

Afinal, qual era a diferença entre o Enem digital e o impresso?

Como vimos, a única diferença entre o Enem digital e o Enem impresso é que o primeiro era feito pelo computador, nas escolas selecionadas.

Mas, em termos de formato e conteúdo, as provas continuavam exatamente iguais. Ou seja, não havia benefícios específicos para quem optava por fazer o exame pelo computador.

As vantagens do Enem digital estavam mais relacionadas à tentativa de economizar os gastos para a realização do exame, já que a ideia era reduzir aos poucos os custos com a impressão das provas.

Por que a versão digital foi cancelada?

Segundo o Inep, poucos estudantes optaram nos últimos anos pela avaliação feita pelo computador, que também tem alto custo para o Instituto. O custo do Enem digital em 2022 foi de R$ 25,3 milhões. Portanto, o valor por estudante foi de cerca de R$ 860, enquanto na prova impressa ficou em cerca de R$ 160.

Além disso, alguns problemas técnicos foram registrados nas últimas aplicações. Por exemplo, muitas vezes os computadores não funcionaram corretamente, e os estudantes tiveram de terminar o exame no formato impresso.

“O exame era exatamente o mesmo, não havia nenhuma vantagem para o estudante e cada vez menos gente se interessava por ele”, conclui Palácios. Por isso, a decisão do Inep até o momento é de encerrar as atividades do Enem digital.

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