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Tecido conjuntivo: quais são os principais tipos e funções?

Confira uma revisão completa sobre o assunto e tire todas as suas dúvidas sobre como ele pode aparecer no Enem e nos vestibulares em geral

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O tecido conjuntivo está presente na mesoderme, localizada entre a ectoderme e a endoderme, por isso é chamado de tecido de conexão. Ele apresenta uma quantidade significativa de células e ainda diversas formas de fibras proteicas. A depender do tipo de célula e da matriz extracelular, os tecidos conjuntivos desempenham funções diversas no organismo, como transporte de substâncias, armazenamento de energia e sustentação.

Você conhece todos os tipos de tecidos conjuntivos? Sabe quais são todas as suas funções? Se a resposta for não, preparamos uma revisão completa sobre o assunto.

O que é tecido conjuntivo?

O tecido conjuntivo caracteriza-se pela presença de abundante matriz extracelular, além de uma variedade de células que desempenham funções essenciais para o funcionamento do organismo.

tecidos corpo humano
Onde o tecido conjuntivo está presente? (Imagem: Adobe Stock)

Entre as principais atribuições desse tecido em nosso organismo, podemos mencionar:

  • suporte de tecidos e órgãos;
  • preenchimento de lacunas entre os tecidos;
  • provisionamento nutricional dos tecidos epiteliais;
  • salvaguarda de órgãos internos;
  • armazenamento de energia (adipócitos);
  • proteção contra agentes patogênicos;
  • geração de células sanguíneas.

O tecido conjuntivo também pode se especializar em armazenamento de gordura, usada como fonte de energia ou calor, ou armazenamento de íons, como potássio e cálcio.

Além disso, ele é responsável pela defesa do organismo, coagulação sanguínea, cicatrização e pelo transporte de gases, nutrientes e subprodutos metabólicos.

O que é matriz extracelular?

A matriz extracelular é composta por proteínas, carboidratos e outras moléculas produzidas pelas células e secretadas para o ambiente fora delas. Ela se divide em uma parte fibrosa, com fibras proteicas, e uma parte amorfa, chamada de substância fundamental.

Tipos de células do tecido conjuntivo

As células do tecido conjuntivo podem ter origens diferentes. Algumas são formadas dentro do próprio tecido, enquanto outras são temporários. Veja uma representação:

tipos de células do tecido conjuntivo

A seguir, confira detalhes sobre cada uma delas.

Fibroblastos e os fibrócitos

Derivados de células mesenquimais indiferenciadas. Ambos ajudam na produção da matriz do tecido, que possui uma parte amorfa e uma parte fibrosa. 

Macrófagos

São células originárias das linhagens sanguíneas no tecido hematopoiético. Os macrófagos têm papel importante na defesa do organismo, fagocitando impurezas e degradando substâncias na matriz extracelular.

Mastócitos

Também são células com origem nas linhagens sanguíneas que passam por modificações quando chegam ao tecido conjuntivo. Seus grânulos contêm heparina e histamina, com funções importantes em reações alérgicas, vasodilatação e inflamação.

Plasmócitos

Os plasmócitos são células com origem nos linfócitos B, que atravessam os vasos sanguíneos e se transformam em células globosas no tecido conjuntivo. Essas células produzem imunoglobulinas (anticorpos) em grande quantidade, atuando contra patógenos e na aquisição da imunidade.

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Substância fundamental amorfa e fibras

A rede extracelular é farta e possui uma parte fibrosa e outra não fibrosa, conhecida como substância fundamental amorfa. Veja no que elas consistem:

  • substância fundamental amorfa
    É uma substância gelatinosa, transparente e normalmente composta por glicosaminoglicanos (polissacarídeos), proteoglicanos (proteínas) e glicoproteínas (proteínas ligadas a carboidratos).

    Sua composição pode variar de acordo com o tipo de tecido conjuntivo. Ela preenche os espaços entre as células e desempenha funções de suporte tecidual, lubrificação e barreira contra microrganismos invasores.
  •  fibras
    O tecido conjuntivo contém fibrilas, formadas por proteínas que se unem e criam estruturas longas. As fibras de colágeno e reticulares contêm a proteína colágeno em sua composição.

Tipos de fibras do tecido conjuntivo

Colágenas, elásticas e reticulares são os três tipos de fibras presentes no tecido conjuntivo. Elas estão distribuídas de maneira desigual pelas fibras, o que gera a característica principal de cada tipo de tecido:

  • fibras colágenas
    As fibras colágenas são resistentes e inelásticas, proporcionando ao tecido uma grande capacidade de resistir à tração. Elas estão presentes em diferentes partes do corpo, como tendões, derme, cápsula dos órgãos, cartilagem fibrosa e ossos.
  • fibras elásticas
    As fibras elásticas conferem elasticidade ao tecido. Constituem o mesentério, a derme, os ligamentos elásticos, as artérias, a cartilagem elástica, os pulmões e a bexiga.
  • fibras reticulares
    As fibras reticulares são formadas por colágeno tipo III e estão presentes em diversas regiões do corpo. Sua organização é similar às fibras de colágeno, além disso, elas fazem parte da lâmina reticular da membrana basal e formam uma rede delicada ao redor de células adiposas, vasos sanguíneos, fibras nervosas e células musculares.

Tipos de tecido conjuntivo

Existem alguns tipos de tecidos conjuntivos, veja a imagem:

tipos de tecido conjuntivo
(Imagem: Adobe Stock)

A seguir, confira as descrições de cada um deles.

Tecido conjuntivo propriamente dito (TCPD)

O tecido conjuntivo propriamente dito divide-se em frouxo e denso.

O primeiro caracteriza-se pela grande quantidade de células e por uma matriz extracelular abundante. Está abaixo dos epitélios e tem a função de nutrir e sustentar esses tecidos. Além disso, é flexível e altamente vascularizado, permitindo trocas gasosas e distribuição de nutrientes através dos vasos sanguíneos.

Apesar de o tecido conjuntivo denso ter células e matriz extracelular semelhantes ao frouxo, essa última contém fibras de colágeno densas, com células mais espaçadas. O tecido conjuntivo denso adapta-se para fornecer resistência a pouca tração, sendo mais resistente do que o tecido conjuntivo frouxo.

Tecido cartilaginoso

O tecido cartilaginoso ou cartilagem possui células jovens chamadas condroblastos, que produzem fibras colágenas e matriz. Quando amadurecem, essas células tornam-se os condrócitos.

À medida que as células envelhecem, elas diminuem de tamanho e se alojam em lacunas presentes na matriz extracelular. A cartilagem é resistente, mas não tão rígida quanto o tecido ósseo. Além disso, assim como o tecido epitelial, o tecido cartilaginoso não possui vasos sanguíneos ou nervos, sendo nutridos por tecidos adjacentes.

O tecido conjuntivo cartilaginoso está nas articulações móveis para amortecer movimentos, além de formar estruturas como o nariz, as orelhas, partes da laringe e a epiglote.

Tecido ósseo

O tecido conjuntivo ósseo é de suporte definitivo, mais forte e rígido do que a cartilagem. Isso ocorre porque a matriz é enriquecida com sais de cálcio, fósforo e magnésio. Além disso, possui fibras colágenas, que conferem certa elasticidade ao tecido.

Contrariando a aparência, o tecido ósseo é um tecido vivo e possui vasos sanguíneos que o atravessam, fornecendo nutrientes e oxigênio. Esses vasos sanguíneos estão presentes em canais que percorrem a matriz, conhecidos como canais de Havers.

A matriz óssea é produzida por células jovens chamadas osteoblastos. Quando essas células amadurecem, as chamamos de osteócitos, que se alojam em cavidades ou lacunas conectadas através de pequenos canais. Há ainda os osteoclastos, responsáveis pela reabsorção e remodelação do tecido conjuntivo ósseo.

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Tecido conjuntivo adiposo

No tecido conjuntivo adiposo a função principal é armazenar energia na forma de lipídios. Ele também auxilia no isolamento térmico e na proteção contra choques mecânicos. Esse tecido contém adipócitos, células com grande quantidade de lipídio em seu interior.

Tecido conjuntivo sanguíneo

Conhecido ainda como hematopoiético, ele é responsável pela produção dos componentes celulares do sangue.

Podemos dividi-lo em dois tipos: medula óssea vermelha (que fica no interior de alguns ossos e contém células-tronco capazes de se transformarem em células sanguíneas); e tecido linfático ou linfóide (no qual os linfócitos, produzidos na medula óssea, se reproduzem e atacam antígenos; está presente nos linfonodos, no timo e no baço).

O sangue e a linfa são tipos especiais de tecido conjuntivo, nos quais a matriz extracelular é líquida.

Resumo: tecidos conjuntivos

Reunimos aqui pontos importantes e destaques sobre o que abordamos anteriormente, ok?

O tecido conjuntivo está presente no corpo com diversas funções, incluindo união entre os tecidos, suporte, armazenamento de energia e defesa do organismo. Ele se caracteriza pela presença de uma matriz extracelular abundante, composta por proteínas, carboidratos e outras moléculas.

Existem diferentes tipos de células no tecido conjuntivo, como fibroblastos, fibrócitos, macrófagos, mastócitos e plasmócitos, importantes na produção dessa matriz extracelular e na defesa do organismo.

A matriz extracelular divide-se em uma parte fibrosa, com fibras proteicas, e uma parte amorfa chamada de substância fundamental. Ela contém glicosaminoglicanos, proteoglicanos e glicoproteínas, que preenche os espaços entre as células e proporciona suporte, lubrificação e proteção contra microrganismos.

Entre os tipos de tecido conjuntivo estão: tecido conjuntivo propriamente dito (frouxo e denso), tecido cartilaginoso, tecido conjuntivo ósseo, tecido conjuntivo adiposo e tecido conjuntivo sanguíneo.

Como os tecidos conjuntivos podem cair no Enem e nos vestibulares?

Os tecidos conjuntivos aparecem nas aulas de Biologia e podem ser cobrados no Enem e nos vestibulares em geral como parte do conteúdo relacionado aos sistemas do corpo humano. Veja exemplos:

Exemplo 1

(PUC-PR 2009) O tecido conjuntivo possui três tipos de fibras: colágenas, reticulares e elásticas. Com relação a elas, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta

a) As fibras colágenas, assim como as elásticas, são constituídas de microfibrilas de colágeno, que se unem formando as fibrilas de colágeno, que, por sua vez, se unem, formando as fibras de colágeno.

b) As células de certos órgãos, como o baço e os rins, são envolvidas por uma trama de sustentação constituída de fibras reticulares, cujo principal componente é a elastina, uma escleroproteína.

c) Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos à expansão de volume, pois são ricos em fibras elásticas, constituídas de elastina, proteína cuja principal função é dar elasticidade aos locais onde se encontram.

d) Quanto maior a quantidade de colágeno nos tecidos, maior a elasticidade, como, por exemplo, nos tendões, onde o colágeno se distribui em uma só direção, enquanto que o cordão umbilical forma uma malha difusa entre as células dos tecidos.

e) As fibras colágenas são constituídas da proteína colágeno, polimerizadas fora das células, a partir do tropocolágeno sintetizado pelos macrófagos.

Resposta: [C]
Os pulmões são órgãos facilmente sujeitos à expansão de volume, pois são ricos em fibras elásticas, constituídas de elastina, proteína cuja principal função é dar elasticidade aos locais onde se encontram.

Exemplo 2

(Enem 2012) Os tecidos animais descritos no quadro são formados por um conjunto de células especializadas, e a organização estrutural de cada um reflete suas respectivas funções.

imagem de atividade do enem sobre tecido conjuntivo

De acordo com a organização estrutural dos tecidos descrita, aquele que possui a capacidade de formar barreiras contra agentes invasores e evitar a perda de líquidos corporais é o tecido

a) ósseo.

b) conjuntivo denso.

c) conjuntivo frouxo.

d) epitelial de revestimento.

e) muscular estriado esquelético.

Resposta: [D]
O tecido animal que forma barreira contra agentes invasores e evita a perda de líquidos corporais é o epitelial de revestimento. Devido às células intimamente ligadas, evita a desidratação e a entrada de agentes possíveis patógenos.

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Thais Wolmann

Colaboradora no blog do Aprova Total e bióloga em formação pela UFSC, Thais é apaixonada pela docência. Inspirada pela jornada acadêmica, usa seus conhecimentos para abordar a importância de se preparar para o Enem e os vestibulares, compartilhando experiências como estudante, além da visão de futura professora.

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Colaboradora no blog do Aprova Total e bióloga em formação pela UFSC, Thais é apaixonada pela docência. Inspirada pela jornada acadêmica, usa seus conhecimentos para abordar a importância de se preparar para o Enem e os vestibulares, compartilhando experiências como estudante, além da visão de futura professora.

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