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Dia Mundial da Energia: transição energética e outros debates

A data é uma oportunidade para incentivar a busca por fontes renováveis e argumentar pelo consumo consciente

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Nesta segunda-feira (29 de maio), celebra-se o Dia Mundial da Energia. Ele visa destacar a importância de cuidar do consumo energético no cotidiano e de incentivar a geração limpa de energia.

A humanidade utiliza energia da natureza para movimentar técnicas desde a Antiguidade. Contudo, a partir das revoluções industriais, a demanda por energia aumentou, assim como a diversificação das fontes disponíveis. O desafio atual, então, é a chamada transição energética, ou seja, a busca por fontes renováveis que não emitam gases do efeito estufa e poluentes responsáveis pelas mudanças climáticas.

Dia Mundial da Energia: acordos e prioridades

No âmbito das Nações Unidas, diversos compromissos sobre a questão ambiental foram estabelecidos no último meio século. Em conferências como Cúpula da Terra (1992) e o Acordo de Paris (2015), legislações internacionais vincularam os países à redução da emissão de gases do efeito estufa.

As COPs (Conferências das Partes) ocorrem anualmente desde 1995, em um fórum essencial,
mesmo que insuficiente, para discorrer sobre a mitigação dos impactos das mudanças climáticas. Nessa perspectiva, é preciso olhar para os recursos energéticos disponíveis no planeta.

Fontes de energia não renováveis

O carvão mineral foi a fonte de energia da 1ª Revolução Industrial (1780-1850), mas continua sendo um dos combustíveis fósseis mais utilizados até hoje. Ele é formado pela fossilização de vegetais submetidos ao soterramento por milhões de anos.

Já o petróleo se tornou central para a produção de energia na 2ª Revolução Industrial (1850-1950), inclusive pelo seu refino e uso dos derivados, como gasolina, óleo diesel e querosene. Ele é resultado da decomposição de micro-organismos sob camadas extensas de sedimentos por um enorme período.

Ambos são recursos não renováveis, assim como o gás natural, comumente encontrado próximo a reservas de petróleo.

Fontes de energia renováveis

A energia hidroelétrica, por outro lado, provém de uma fonte renovável, ou seja, os fluxos de água continentais. São construídas grandes barragens e vertedouros, onde a energia potencial gravitacional acumulada é transformada em energia cinética e, posteriormente, elétrica.

O fato de não emitir diretamente gases do efeito estufa a torna importante no contexto da transição energética, sendo assim uma das principais fontes presentes na matriz elétrica brasileira. No entanto, todo o processo de construção dessas estruturas causa profundo impacto social e ambiental.

Outros exemplos de fontes de energia renováveis são a força do vento (eólica) e os raios solares (solar). Nos dois casos, é necessário um relativo investimento, mas ambas já são responsáveis por 10% da produção de energia elétrica no planeta.

Casa com painel solar
O painel solar capta os raios solares e é um componente importante do sistema que gera esse tipo de energia (Imagem: Adobe Stock)

Na eólica, ventos constantes ao longo do ano garantem uma produção mais eficiente. Em relação à solar, é preciso estar atento à intensidade dos raios e ao período de insolação, que depende muito da latitude da região. Alta nebulosidade diminui o potencial de captação desse tipo de energia.

A principal dificuldade das fontes eólica e solar é o das flutuações na sua captação, o que demanda refinamento no monitoramento das redes e de sua gestão. Porém, antes mais caras, elas estão ficando baratas, o que incentiva o uso. Enquanto a média mundial de participação desses setores na matriz energética das nações é de 10%, Estados Unidos, China e Brasil ultrapassam esse marco. Na Alemanha, já aproxima-se dos 30% e a Dinamarca supera os 50%.

Os dilemas da energia nucelar

A energia nuclear é limpa no sentido da emissão de gases do efeito estufa: o que sai de seus grandes refrigeradores é vapor d’água. Nas usinas atômicas, ocorre a fissão dos átomos de urânio – mas também de plutônio – em cadeia, liberando uma grande quantidade de energia. Deste modo, ela não é renovável dada a dependência em relação ao urânio, um mineral relativamente comum no planeta.

Usina nuclear de Sizewell
A usina nuclear de Sizewell fica na pequena vila de pescadores que está localizada em Suffolk, Inglaterra (Imagem: Adobe Stock)

Atualmente, há cerca de 450 reatores nucleares no mundo, sendo Estados Unidos, França, China e Coreia do Sul os maiores produtores globais. O maior crescimento do número de usinas nucleares se deu durante as décadas de 1960 e 1990, mas os acidentes nucleares de Chernobyl (1986) e Fukushima (2011) trouxeram temor em relação a essa fonte de energia.

Ainda assim, segundo o portal Our World in Data, vinculado a grandes jornais, universidades e institutos de pesquisa anglo-saxônicos, a energia nuclear é uma das menos causadoras de mortes nas últimas quatro décadas. Isso principalmente quando comparado às doenças respiratórias causadas pela poluição vinculada à queima de combustíveis fósseis.

Transição energética

A eletrificação, ou seja, o aumento da participação da eletricidade na matriz energética geral, é um dos ingredientes da transição energética. Contudo, para produzir energia elétrica, seria necessário apostar em fontes mais limpas, como eólica e solar. A geotérmica, produzida a partir do calor vindo das profundezas do planeta em regiões de choque de placas tectônicas, também tem potencial.

Outro lado da transição energética é sua enorme demanda por recursos minerais metálicos, adaptados à tecnologia mais refinada. Cobre, cobalto, zinco, lítio, alumínio, níquel adquirem uma nova importância, assim como contornos geopolíticos envolvendo os países onde há reservas e produção.

Mesmo assim, duas questões se destacam: os custos ambientais da extração mineral e o tipo de regime político responsável pela gestão desses recursos.

Como o tema da energia aparece nos vestibulares?

As questões no contexto do Dia Mundial da Energia costumam tratar das diferenças entre fontes limpas ou que emitem gases do efeito estufa, renováveis ou não.

Já o tema da transição energética pode se impor por considerações geopolíticas. Pensando na atualidade, por exemplo, a Guerra da Ucrânia resultou em cortes sucessivos no gás natural fornecido pela Rússia à União Europeia, o que levou o bloco a questionar sua dependência excessiva do país governado por Vladimir Putin.

O gás natural vinha sendo adotado na Europa como substituto do carvão mineral e do petróleo, pois é menos poluente, apesar de não renovável e de emitir gases do efeito estufa.

Curtiu o texto sobre o Dia Mundial da Energia? Aqui no blog do Aprova você pode acompanhar debates sobre outras efemérides importantes. Veja algumas:

Dia Nacional da Mata Atlântica: o bioma mais ameaçado do Brasil

Dia do trabalho: como o tema é cobrado em Sociologia

22 de março: reflexões sobre o Dia Mundial da Água

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Víctor Daltoé dos Anjos

Professor de Atualidades do Aprova Total. Bacharel e licenciado em Geografia pela UFSC e mestre em Ciência Política pela mesma instituição.

Ver mais artigos de Víctor Daltoé dos Anjos >

Professor de Atualidades do Aprova Total. Bacharel e licenciado em Geografia pela UFSC e mestre em Ciência Política pela mesma instituição.

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