Biologia

Biologia dos dragões: Entre o mito e a ciência.

O final de Game of Thrones está chegando, porém a dúvida permanece: Dragões realmente poderiam ter existido? Nós respondemos!

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Os dragões viveram durante séculos na imaginação de milhões de pessoas, porém nunca conseguiram pisar na Terra (infelizmente). Mas, e se por um momento, conseguíssemos encontrar uma dessas grandes criaturas. Como elas seriam? De onde elas viriam? Como seria a biologia dos dragões?

Todas essas perguntas vão além de um breve exercício de criatividade, pois o universo de fantasia já apareceu nos vestibulares - e podem aparecer novamente- incluindo Game of Thrones como em 2014 na UFPR e na UFRGS em 2018, por exemplo. Pegou a dica? Então preparem-se, pois os maiores animais voadores que poderiam ter pisado na Terra, estão chegando!

IMPORTANTE: Dragões nunca existiram infelizmente (ou felizmente), e todas as associações feitas nesse texto foram pensadas com animais que conhecemos.

Uma breve história da evolução

Para explicar de onde vieram os dragões, temos duas hipóteses: a primeira é que esses animais foram extintos junto com os dinossauros, sendo encontrados hoje apenas ossos petrificados em rochas, ou seja, os fósseis desses monstros. Eventualmente seriam encontrados por paleontólogos - pesquisadores de fósseis- ao redor do mundo, reconstruindo a história.

A outra hipótese seria que os ancestrais dos dragões seriam pequenos dinossauros, que sobreviveram à extinção em massa e evoluíram a partir disso. Eles então, chegariam a conviver com seres humanos, sendo extintos por nós na Idade Média, na época de inauguração das primeiras universidades (por volta de 1000 anos atrás). Vamos imaginar a segunda hipótese, porque bem...Ela é mais legal. – Não façam isso na ciência real –

Descrevendo um dragão

Para facilitar, vamos focar apenas nos últimos dragões vistos, que foram retratados em gravuras e livros. Como também parece ter uma diversidade muito grande, focamos na explicação conforme a biologia dos dragões europeus, famosos na série Game Of Thrones.

Primeiramente, diferente da maioria dos desenhos, eles apresentam apenas 4 membros, sendo duas pernas traseiras bem desenvolvidas, e um par de asas longas, que eram utilizadas como apoio do animal. Sabemos disso porque o surgimento de mais um par de membros não ocorreu em nenhum outro grupo de vertebrados.

Se você está pensando nos insetos, animais com 3 pares de pernas mais as asas, não esqueça que eles são invertebrados. Isso faz com que seu voo seja completamente diferente dos outros animais (e dos dinossauros também).

Vale lembrar que as asas são adaptações de braços e que ocorreram três vezes na evolução: com pterodátilos (répteis); aves e morcegos (mamíferos). Aliás, quatro. Com os dragões também! Nesse último caso, quando olhamos a estrutura óssea, ela é muito similar sobretudo à dos morcegos, porém, como falamos anteriormente, dragões não seriam mamíferos. Quando os animais possuem uma anatomia similar, porém pertencem a grupos diferentes, o fenômeno é chamado na biologia de conversão.

Como esses animais voavam?

Alguns céticos duvidam dos relatos de voo desses animais, por serem grandes e pesados demais para conseguir levantar voo. E não é que a física esteja errada nesse caso, mas como de praxe, a biologia não gosta de seguir regras. Alguns animais extintos superavam esse limite, como por exemplo um pterossauro do tamanho de uma girafa moderna.

Para explicar biologicamente, precisamos voltar na estrutura óssea desses animais. Assim como falamos antes, as suas asas seriam muito parecidas com as dos morcegos, dando agilidade e precisão no voo. Os demais ossos do corpo teriam cavidades ocas (pneumáticos), semelhantemente aos encontrados em pterossauros e aves, e por consequência, diminuindo a densidade do corpo.

Retirado de: https://bit.ly/2X9jCUb

Já quimicamente falando, os dragões não expeliriam o metano produzidos na digestão, como nós humanos. Eles teriam um órgão especializado em armazenamento deste gás menos denso que o ar. Isso facilitaria a flutuabilidade desse animal, em um sistema parecido com o que os peixes ósseos, por exemplo, utilizam para subir e descer dentro da água. Os seres humanos inventaram um dispositivo muito similar, dando origem aos balões e dirigíveis.

Hábitos de vida

Como eram animais muito grandes, é razoável acreditar que eles não habitavam lugares com muitas árvores. Podemos supor isso não só pela dificuldade de levantar voo, como também pelo barulho que eles fariam ao se locomover, afastando todas as possíveis presas. Por tais razões, acreditamos que eles deveriam viver em regiões de campos abertos, pantanosas, como ocorre na Europa.

Além disso, considerando o tamanho das suas garras traseiras, podemos supor que eles viveriam em regiões montanhosas, especialmente penhascos com cavernas, onde tradicionalmente são relatados. Esses locais também facilitariam o seu voo, já que ao invés de gastarem energia para tirar seus corpos do chão, simplesmente se jogariam do penhasco.

Fogo de metano

Uma das principais características dos dragões estaria diretamente relacionada com a sua capacidade de voo. Isso porque o mesmo órgão que armazenaria metano para facilitar o voo poderia ser o combustível necessário para o fogo.

Por um canal fino, dando uma pressão significativa, ocorreria a ligação desse órgão à boca do animal. Na região mais próxima à boca, diversas células adaptadas, como nas enguias elétricas, produziriam uma faísca elétrica quando necessário, gerando a combustão fundamental para iniciar o fogo.

Retirado de: https://bit.ly/2KtUplV

Após esse metano liberado, o animal provavelmente deveria descansar com o intuito de recuperar a energia gasta. Além disso, para conseguir carbono suficiente para uma boa produção desse gás (CH4), certamente esses animais deveriam se alimentar de plantas, que seriam ingeridas especialmente para isso. Isso porque as plantas têm uma quantidade muito mais elevada de carbono a ser ingerido, que a carne.

Biologia dos Dragões: um exercício de fantasia

Assim como falamos no começo, esse texto traz apenas um dos mitos mais comuns para dentro da ciência. Acreditamos que a ciência deve incentivar a curiosidade e ser uma ferramenta para a diversão e a criatividade, especialmente para crianças e jovens.

Que tenhamos um mundo onde não matem nossos dragões!

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